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09/10/2020 às 17h15min - Atualizada em 09/10/2020 às 17h09min

Entenda o que é Nomofobia

Pessoas entre 12 e 23 anos, são as mais afetadas pela síndrome da dependência digital

Por Ynara Mattos - Editado por Caroline Gonçalves
Patrícia Souza (Psicológa)
A síndrome da dependência digital tem escravizado muitas pessoas.
Nomofobia, é o medo (fobia) irracional de ficar sem aparelhos eletrônicos ou acesso a internet. Considerada a síndrome da dependência digital, é a doença que tem afetado jovens, adolescentes e adultos no Brasil e no mundo, e os mais afetados estão entre 12 e 23 anos. O avanço das tecnologias tem feito com que as pessoas fiquem cada vez mais dependentes de seus smartphones, sem conseguir deixá-los de lado por muito tempo. A geração atual já nasce e cresce com os celulares nas mãos. 
 
Estudos realizados mostram que cerca de 138 milhões de brasileiros têm celular, ou 77,1% da população com 10 anos ou mais tinham celular próprio no fim de 2016. 116.1 milhões de brasileiros que acessavam a internet, ou 64,7% da população eram crianças de 10 anos ou mais. (Pesquisa divulgada pelo PNDA Contínua, do IBGE em 21/02/2018). 
 
A psicóloga Patrícia Souza, explica que a Nomofobia
"É uma síndrome da sociedade contemporânea, é o medo de ficar sem seu celular ou ser incapaz de usá-lo por algum motivo, como a ausência de um sinal, o término do de pacote de dados ou carga de bateria".

A palavra nomofobia derivada da expressão inglesa "No mobile phone phobia". Este termo não é reconhecido pela comunidade médica, mas tem sido utilizado e estudado desde 2008 para descrever o comportamento de dependência e os sentimentos de angústia e ansiedade que algumas pessoas demonstram quando não têm o celular por perto. Seus principais sintomas são: Conferir obsessivamente as redes sociais e whatsapp; Demonstrar irritação ao estar em locais sem conexão wi-fi; Incapacidade de desligar seu telefone; Verificar obsessivamente chamadas perdidas, e-mails e textos; Constantemente carregar a bateria do celular; Ser incapaz de ir ao banheiro sem levar seu telefone com você.
 
Patrícia relata que "sobre o tratamento dessa doença, ainda é um desafio falar, pois estudos relacionados sobre ela são bem poucos. Mas recomenda que a pessoa afetada procure ajuda de um psiquiatra ou psicólogo para iniciar o tratamento de acordo com suas necessidades. A nomofobia é um tipo de vício e fobia que foi surgindo lentamente ao longo dos anos e que está relacionada com o fato de os celulares, assim como outros aparelhos eletrônicos, terem se tornado cada vez menores, mais portáteis e com acesso à internet. Isso significa que cada pessoa está on-line o tempo inteiro e pode também ver o que está acontecendo à sua volta em tempo real, o que acaba gerando um sentimento de tranquilidade e de que não se está perdendo nada de importante".
 
A pessoa que tem essa síndrome geralmente não aceita e não enxerga que tem, pois a primeira reação é a negação, por isso é de suma importância uma pessoa próxima ajudar e dar muito apoio nesse momento, de maneira empática e paciente.
Uma das maneiras de ajudar a pessoa nesse momento é acolhendo seu sofrimento e ajudando a vítima a se conscientizar que há necessidade de tratamento, se for o caso.
 
Não é tão difícil identificar que está sendo vitima de nomofobia, mas com a correria do dia a dia no mundo atual, as vezes isso acaba passando despercebido.
 
Há uma estimativa que atualmente no Brasil, 10% dos brasileiros sofrem com esse mal e com a velocidade com que a internet chega aos lares esse número tende a aumentar ainda mais. A gravidade do problema está levando a uma mobilização mundial em busca de soluções.
 
"Além do vício e do padrão do sono, outras consequências da nomofobia podem ser a falta de concentração, problemas de visão (por causa da exposição à tela), sedentarismo, tendinite, problemas na coluna por causa da postura, e até na alimentação. O vício em tecnologia pode mascarar a depressão", afirma a psicóloga.
 
Os dados mostram um crescimento decorrentes de pessoas que sofrem de nomofobia, a população brasileira é extremamente dependente da tecnologia, por isso o número de pessoas afetadas vem aumentando. Daqui a alguns anos, pode-se considerar nomofobia como o mal do século. 
 
 
 
 

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