Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
13/10/2020 às 11h45min - Atualizada em 13/10/2020 às 11h45min

Emily em Paris: Moda estereotipada através de figurinos sem inovação

A série estreou na última sexta-feira (02), e já tem sido um dos principais assuntos das redes

Giovanna Bassi - Editado por Larissa Barros
Reprodução / Instagram
A tão aguardada série fashion do momento, Emily em Paris, estreou na plataforma da Netflix, na última sexta-feira (02), e já tem sido um dos principais assuntos das redes sociais nesses últimos dias.  

A história mostra a vida de Emily (Lily Collins), uma executiva de marketing norte-americana que é transferida para Paris com o objetivo de mostrar seu olhar estadunidense no mercado de luxo da capital francesa. 

Por contar com os mesmos produtores e figurinistas da série Sex and The City, Darren Star e Patricia Fiel, respectivamente, a trama é uma mistura de comédia, romance e muitos looks extravagantes. Entretanto, os figurinos dividiram opiniões do público, já que o estilo da protagonista se assemelha muito com os das personagens das séries de moda, como Blair Waldorf (Gossip Girl), Carrie Bradshaw (Sex and The City) e Andrea Sachs, do filme O Diabo Veste Prada, o que acabou não agradando algumas pessoas. 

Conforme o tempo passa, a indústria da moda se modifica, assim como o contexto histórico em que ela está inserida, refletindo o comportamento da sociedade em geral. Por este motivo, muitas pessoas estavam esperando que a série explorasse figurinos mais contemporâneos e que dessem espaço para novas marcas independentes que têm surgido nesse mercado atualmente. No entanto, a série mostra uma ideia de que para estar na moda é necessário vestir roupas de grifes de luxo, mesmo apresentando uma protagonista “comum”. 



Por meio das redes sociais, diversas pessoas se manifestaram afirmando que se o objetivo era gerar identificação, os criadores deviam ter pensado em soluções mais inovadoras para compor o figurino dessa personagem, mostrando a customização de alguma camisa e comprando em brechós para assim, começar a falar da moda de uma maneira diferente.

 
“Eu estava com uma expectativa bem alta com relação aos looks, e me decepcionou bastante. Entendo que tenha o contexto do sonho parisiense e tal, mas achei os looks da Emily muito forçados a fashionista, forçados a excessivo... parecia estar meio perdido”, disse uma internauta.  

Já outros, afirmam que os looks são tão caricatos que a série parece se passar no início dos anos 2000, e que melhor seria contratar estilistas jovens que apostassem em street wear com um olhar mais inovador, fora dessa mesmice do estereótipo da ‘mulher que gosta de moda’, o qual é sempre o mesmo. 
 
“Acho que o estilo dela é muito caricato de um personagem que se interessa/trabalha com moda que a gente já viu em ‘n’ filmes e séries... Dá sim para perceber que eles quiseram colocar essa dualidade do estilo americano x francês, mas acredito que poderiam ter feito isso de uma forma mais inteligente, menos óbvia e mais moderna”, comenta outro. 


No entanto, há quem acredite que a intenção desse estilo estereotipado e sem inovação seja intencional. Assim, colabora na formação da personalidade de uma típica estadunidense querendo se encaixar num lugar que só conhece de forma superficial. 
“É uma série cheia de referências de filmes clássicos de moda dos anos 2000. Com certeza quem assistiu logo teve uma sensação nostálgica. Sim, tem looks super caricatos, mas na minha opinião, todo o trabalho de styling foi proposital para montar a personagem e dizer entrelinhas quem ela é agora e quem ela vai se tornar”, pontua outro.

Entre as personagens secundárias que também foram citadas pelo público, estão Camille (Camille Razat), amiga de Emily, que tem um estilo mais clássico, e a Sylvie (Philippine Leroy-Beaulieu), chefe da protagonista, a qual aposta em looks mais sensuais. 
 
“Quando a gente observa os figurinos da Camille, que logo na primeira cena já aparece como uma das garotas YSL na década de 1970, ou até mesmo a Sylvie, que investe em peças mais sensuais, quase uma Carine Roitfeld [jornalista francesa] percebe melhor a essência do estilo francês como de fato é. Acredito que se tiver uma segunda temporada, por conta das experiências e amadurecimento da Emily, o estilo dela também sofrerá mudanças que reflitam essa nova fase dela”, diz outro comentário. 

Estereotipados ou não, os looks refletem bem a personalidade da empresária, a qual é extremamente divertida e sem medo de ousar. O melhor da moda é exatamente isso, porque apesar das várias críticas, a protagonista se veste do jeito que acha melhor para se expressar ao mundo. Além disso, os estilos mudam conforme a vivência de cada um e isso pode acontecer também com a Emily nas temporadas futuras. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Emily In Paris (@emilyinparis) em


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »