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23/10/2020 às 11h24min - Atualizada em 23/10/2020 às 11h05min

Pandemia facilitará migração do ensino presencial ao híbrido

Com aulas remotas desde março, o ensino alternado é visto como realidade em 2021

Diego de Marchi - Editado por Ana Paula Cardoso
Reprodução: Pexels / Foto: Alexandra_Koch
A pandemia da Covid-19 obrigou muitos alunos a se reinventarem ou mudarem suas rotinas. Áreas como a educação foram impactadas com o ensino a distância imposta aos estudantes e professores. Entretanto, o ensino híbrido - modelo de ensino que combina aulas presenciais e on-line, vem sendo apontado como um novo método de aulas em 2021.

No dia seis de outubro, o Conselho Nacional de Educação aprovou a validade do ensino remoto até dezembro do próximo ano, após seis meses das interrupções das aulas presenciais, e a junção dos anos letivos de 2020 e 2021. Porém, o texto ainda deverá ser homologado pelo Ministério da Educação (MEC), se aprovado, as redes de ensino poderão aderir ou não à diretriz.

Há seis meses, o ensino presencial foi substituído pelo ensino remoto, e as incertezas tomaram conta dos professores, em razão de terem que enfrentar a distância dos alunos, alterarem suas metodologias e aprenderem a usar ferramentas tecnológicas para levarem aos discentes os conteúdos elaborados.

Por consequência da pandemia do coronavírus, o reconhecimento do ensino híbrido foi visto como uma grande possibilidade para o próximo ano. “Essa alternância deve ser uma realidade em 2021, principalmente quando retomarmos a ‘normalidade’. No entanto, o ensino a distância se mostra insustentável, a presencialidade do estudo é fundamental para a construção do conhecimento através das trocas de experiências”, disse José Claro, professor de Geografia da rede pública de ensino.

Questionado sobre as dificuldades dos alunos no acesso às aulas remotas, José explica que “o acesso às plataformas de aprendizagem se mostram eficientes quando há recursos para que os estudantes possam aproveitá-las, mas essa não é a realidade que encontramos no ensino público do Estado de São Paulo. A falta de aparelhos tecnológicos adequados e de acesso à internet, bem como o desconhecimento por parte de alguns alunos de como utilizar tais plataformas, se mostra como uma questão complicada”.

São Paulo 

Na capital paulista, o governador João Doria (PSDB) anunciou na última quarta-feira, 14, que vai distribuir 250 mil chips de internet para professores e outros 500 mil para alunos de baixa renda acompanharem as atividades do ensino remoto neste ano e as que estão sendo organizadas para 2021.

De acordo com o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, haverá no ano que vem um ensino híbrido para 500 mil alunos mais vulneráveis, que irá unir aulas presenciais com atividades on-line no outro turno. O governo afirmou que espera distribuir os chips a partir de novembro.

Para Vagner Pereira, professor de Filosofia da rede particular de ensino na cidade de São Paulo, o ensino híbrido vai ser uma tendência no mundo pós-pandemia. “Infelizmente, acredito que sim. Por conta da pandemia, manter os protocolos de segurança é mais do que necessário. Temo, que no momento em que os protocolos não forem mais necessários, a tendência se tornará prática”, destacou.

Segundo Vagner, o uso da internet para o acesso às plataformas de ensino não apresenta problemas na rede particular, por isso, a implementação do modelo híbrido ganhará força e apoio nas escolas privadas.

“Nesse momento, o ensino híbrido pode ser um elemento para reduzir toda essa carga emocional que o distanciamento tem causado. Comento com frequência a dificuldade de estar em aula com as câmeras fechadas. Para um professor, olhar a reação da sala, vivenciar a experiência do discente faz muita diferença. Pensando no lado dos discentes, o convívio é fundamental no processo de socialização em sua formação como sujeito”, acrescentou.
 
REFERÊNCIAS:
OLIVEIRA, Elida. Conselho Nacional de Educação aprova juntar anos letivos de 2020 e 2021 e ensino remoto até fim do ano que vem. Portal G1, 06/10/2020. Educação. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/10/06/cne-aprova-ensino-remoto-ate-dezembro-de-2021-e-fusao-de-anos-letivos.ghtml. Acesso em: 21/10/2020.
MARTINS, Elisa. Pandemia deve fortalecer o ensino híbrido, diz pesquisa com jovens brasileiros. O Globo, 29/09/2020. Disponível em: https://oglobo.globo.com/sociedade/pandemia-deve-fortalecer-ensino-hibrido-diz-pesquisa-com-jovens-brasileiros-24666575. Acesso em: 21/10/2020.

 
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