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27/10/2020 às 13h59min - Atualizada em 27/10/2020 às 13h55min

Venda de pele animal pode estar com os dias contados no mundo da moda

O Reino Unido afirmou que tem a intenção de proibir o comércio de pele animal até janeiro

Juliana Alves Bral - Editado por Larissa Barros
Juliana Alves / Arquivo pessoal
Após deixar a União Europeia, o Reino Unido afirmou que tem a intenção de proibir a comercialização de roupas com pele de origem animal e inserções das mesma, a partir de janeiro. A proposta foi feita pelo Ministro do Meio Ambiente, Lord Zac Goldsmith, que pede pela proibição de importação de peles animais para o país, resultando na proibição de vendas nas lojas.

Desde 2003, a criação de animais para extração da pele foi proibida na Grã-Bretanha, no entanto, a importação da matéria prima continuou acontecendo. A demanda por esse tipo de pele, principalmente entre os anos 70 e 90, onde viveram seu auge, é um dos motivos que aceleraram o processo de extinção de algumas espécies, além da caça ilegal e abatimento animal em grande escala; como ocorreu na década de 80 a matança de cerca de 5 milhões de jacarés no Pantanal.

Já nos anos 2000, algumas marcas passaram a abandonar esse tipo de produção, mas em meados dos anos 2005 essa moda teve uma grande retomada. Nos últimos 10 anos, a tecnologia sustentável tem ganhado seu espaço no mundo da moda. Acredita-se que as empresas diminuíram ou até cortaram a produção com insumos animais pela pressão dos novos consumidores, formado por jovens que possuem um viés para o ativismo pelo direito dos animais e consumo sustentável, exigindo soluções mais éticas e ecológicas.

A Fashion Week de Londres teve a sua primeira edição totalmente sem pele animais em 2018. Entretanto, essa decisão não é exclusiva do Reino Unido, outros lugares ao redor do mundo já proibiram completamente o uso de peles, como é o caso de Los Angeles, primeira cidade americana a aderir essa causa.

A escolha desse tipo de vestimenta pode ser considerada uma das primeiras existentes, já que o homem descobriu uma forma de se aquecer e aproveitar o que restava da sua caça durante a pré-história. Mas com o passar dos séculos, o uso de pele animal tornou-se uma prática associada ao luxo e ostentação. 

Ao menos 30 coelhos precisam ser abatidos para que haja a produção de um casaco em tamanho médio com a sua pele. Além de todo o sofrimento animal,  diversos produtos químicos causadores de danos ao meio ambiente são usados para conservação da pele, o que eleva mais um ponto na luta contra esse comércio. De acordo com a Chanel, existe um baixo aproveitamento, resultando em grande perna da matéria prima, sendo o principal motivador para retirar artigos de pele do seu catálogo.

Dentre as diversas alternativas que foram criadas para substituir o couro, uma vem ganhando destaque: Piñatex, um couro feito com as fibras da folha de abacaxi e que já está sendo usado em marcas como Hugo Boss. A criação é da designer Carmen Hijosa e pode ser usada na criação de bolsas, sapatos e acessórios. A folha do abacaxi não gera gastos extras para produção nem danos ao meio ambiente, por ser um subproduto agrícola.

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