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29/10/2020 às 21h13min - Atualizada em 29/10/2020 às 20h49min

A genialidade de ‘The Midnight Gospel’ de Cristo a Nietsche

Juliane Alvarenga - Editado por Bárbara Miranda

 
A animação original da Netflix ‘The Midnight gospel’ é uma produção com enredo profundo e visual psicodélico, está entre os melhores lançamentos originais de 2020. O projeto é de Pendleton Ward, o mesmo criador do aclamado Hora da Aventura’. Mas diferentemente da animação estrelada por Fin e Jake, essa nova criação de Ward é destinada ao público adulto.   

A série animada de ficção cientifica estadunidense teve sua primeira temporada estreada em abril deste ano e conta com 8 episódios de aproximadamente 24 minutos extraídos de diálogos reais. Quem foi atraído pelo visual “chapado” da animação, embora se depare com alguns diálogos que por vezes são de caráter “nonsense”, se surpreendeu com a carga emocional e reflexiva do programa.

Pois em meio as imagens “viajadas” acontecem diálogos sobre temas importantes, tudo é muito intenso e precisa de concentração para absorver de uma maneira mais proveitosa o vasto conteúdo. As histórias podem desencadear diversos sentimentos no telespectador, depende do momento e da sensibilidade com que receberá o que é dito. O mais importante é assistir com mente aberta e contemplar todas as suas nuances.
 
Conta a história de Clancy, um personagem que instiga nossa curiosidade, pois pouco se sabe sobre ele, se é mesmo um humano, se vive ou vivia na terra, em qual época ele está ou quantos anos poderia ter. O que sabemos é que ele comanda o espaçocast, que funciona como um podcast e é ouvido por toda a galáxia.

Clancy mora sozinho em um trailer no meio do nada, sua única companhia é um cachorro-ET e um super computador que o leva a cada dia para explorar um diferente planeta desconhecido, através de um simulador onde tudo, literalmente, é possível. Mas além da realidade virtual, algumas cenas enfatizam que de fato tudo aconteceu, quando colocam conflitos mesmo após sua volta para casa e por simbolizar através de objetos como forma de lembranças das viagens insanas, em uma prateleira.

O curioso é que todos os diálogos são reais, foram tirados do podcast chamado “The Duncan Trussell Family Hour” que é apresentado por Duncan Trussell, cocriador da animação e responsável por dar a voz ao protagonista Clancy. Onde ele faz entrevistas sobre temas filosóficos de pessoas que podem falar com propriedade, seja por estudo, por vivência ou ambos, sobre temas profundos como magia, meditação, ascensão espiritual, morte e muito mais! Uma verdadeira imersão em nós mesmos.

Em cada episódio encontramos um entrevistado diferente, mas com temáticas que abrangem algumas coisas em comum, tais como: entender o sentido de nossa existência, alcançar através dos mais variados métodos a melhor maneira possível de se existir, entrar em contato com o que não somos capazes de ver e entender o universo em seu interior.

Não é necessário ser nenhum expert para entender o que é dito, pelo contrário, muitos vão se identificar por já terem enfrentado diversas situações difíceis na vida, como o medo, as dúvidas e decisões ligadas a perdão ou vingança e o inevitável enfrentamento de nossa própria morte e do adeus aos que amamos, por mais que evitemos falar ou sequer pensar sobre tais assuntos.
 
Confere o trailer oficial e acredite, tudo que foi dito até aqui não entregou nada do enredo que é absurdamente envolvente!


REFERÊNCIA

BRUNALDI, Igor. “The Midnight Gospel não é o desenho ‘tipo Rick and Morty’ que você quer: é muito melhor”. ROLLING STONE, 2020. Disponível em: < https://rollingstone.uol.com.br/noticia/midnight-gospel-nao-o-desenho-tipo-rick-and-morty-que-voce-quer-muito-melhor/ >.Acesso em 29/10/2020.  

 
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