Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
30/10/2020 às 10h27min - Atualizada em 30/10/2020 às 10h27min

Home office fortalece como alternativa na pandemia

Empresas foram forçadas a adotarem o trabalho remoto em consequência das medidas sanitárias contra a Covid-19

Diego de Marchi - Editado por Ana Paula Cardoso
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A quarentena provocada pela pandemia da Covid-19 obrigou muitas empresas a instruírem seus funcionários a trabalharem em “home office”. Passados mais de sete meses, o índice de pessoas trabalhando em casa aumentou consideravelmente, em decorrência das medidas sanitárias e incertezas de uma vacina para o combate ao vírus.

Antes do coronavírus, haviam poucas pessoas trabalhando em home office. Porém, esse número aumentou muito, cada vez mais empresas do Brasil vem aderindo ao novo formato de trabalho. Até o próximo ano, esses decretos serão tomados em organizações como Itaú, Microsoft, Google, Johnson & Johnson e Ambev.

Depois de meses que o trabalho a distância ganhou força no país, um estudo realizado pela Salesforce “O Futuro do Trabalho”, concluiu que 52% dos brasileiros mudariam de emprego se pudessem trabalhar remotamente. A pesquisa apontou que 71% acredita que o home office é possível apenas para uma parte da população. Porém, 57% dos que trabalham de forma presencial disseram que suas funções poderiam ser remanejadas para o home office.

O levantamento foi realizado com 20 mil pessoas na Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos, França, Índia, Japão, Nova Zelândia, Reino Unido e Singapura. No Brasil, duas mil pessoas foram entrevistadas. O objetivo foi observar a percepção dos trabalhadores para o futuro do trabalho e os impactos da pandemia no mundo empresarial.

Segundo Amanda Cordeiro, professora assistente da rede particular de ensino em São Paulo, o trabalho em casa vai além de um lado bom ou ruim. “Existe uma série de dificuldades que eu enfrento, não só envolvendo problemas de conexão com a internet, mas também a falta de privacidade com a família em casa e as consequências físicas e psicológicas do excesso de exposição às telas. O lado bom seria a sensação de liberdade e conforto que você tem na hora de exercer as tarefas que não são controladas”, afirma.

Amanda explica que a mudança do trabalho presencial para o home office precisou de muitas alterações nas legislações na área em que ela atua. “Tivemos que ter várias reuniões, formações, reflexões e estudos para nos adaptarmos e entendermos quais eram nossos objetivos e funções para se adequar ao novo formato de trabalho. Antes da pandemia éramos contra qualquer ‘homeschooling’ – educação escolar em casa, mas não tinha outra opção naquele momento”, revela.

De acordo com a pesquisa feita pelo Instituto DataSenado, sobre as dificuldades do trabalho remoto, 22% dos entrevistados disse que falta internet de qualidade e 20% respondeu ter dificuldade para aliar trabalho com tarefas domésticas. Em relação as vantagens, 28% citou o horário flexível, e 24% mencionou não precisar se deslocar até ao trabalho. Foram entrevistadas cinco mil pessoas, entre os dias 11 e 18 de setembro.

Para Denis de Moura, analista de Comunicação, o tempo que ele ganha por não precisar se deslocar no trajeto casa-trabalho é uma vantagem resultante do trabalho remoto. “Em tempos normais, para sair do extremo sul de São Paulo e ir a Higienópolis, região central da capital, onde eu trabalho, levaria cerca de duas horas. Outro ponto positivo seria a liberdade para poder trabalhar usando roupas mais confortáveis”, conta.

Sobre seu rendimento trabalhando em casa, revela que às vezes se sente incapaz. “No home office, tenho picos de produtividade, mas ao mesmo nível experimento períodos onde não consigo fazer nada além do mínimo. É um estado de confusão e incapacidade, sei que existem coisas que eu preciso fazer, mas nem sempre consigo concluir, seja porque não dormi bem ou porque estou com a cabeça esgotada. Em um aspecto geral, eu diria que o trabalho remoto me força a ser mais produtivo de um jeito prejudicial a mim”, destaca Moura.
 
REFÊRENCIAS:
BEZERRA, Sabrina. 52% dos brasileiros trocariam de emprego para trabalhar em home office. Época Negócios, 07/10/20. Carreira. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2020/10/52-dos-brasileiros-trocariam-de-emprego-para-trabalhar-em-home-office.html. Acesso em: 27/10/20.
CAVALLINI, Marta. Apesar de bancar custos e trabalhar além da jornada, trabalhador vê aumento da produtividade no home office. Portal G1, 24/10/20. Economia. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2020/10/24/apesar-de-bancar-custos-e-trabalhar-alem-da-jornada-trabalhador-ve-aumento-da-produtividade-no-home-office.ghtml. Acesso em: 27/10/20.

 
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »