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07/11/2020 às 21h15min - Atualizada em 07/11/2020 às 21h16min

10 anos de “The Walking Dead”

Jonathan Rosa - Editado por Fernanda Simplicio
(Cena de The Walking Dead. Reprodução: AMC)

Em 31 de outubro de 2010, ia ao ar pela primeira vez na TV, o piloto de The Walking Dead. Com uma personalidade forte, diálogos bem desenvolvidos e uma violência gráfica assustadoramente empolgante, principalmente para os padrões televisivos da época. E no último sábado, a série completou dez anos na televisão. 

Hoje em dia, o programa da AMC é bastante controverso, mesmo entre os fãs de carteirinha da obra. Mas, há uma década, a adaptação das HQs de Robert Kirkman chegava ao público, cachoando positivamente e arrastando multidões. 
 
Ao longo de dez anos, o seriado que transformou o gênero de terror com zumbis, já passou por altos e baixos. Figuras centrais deixaram a trama, a exemplo do próprio Rick Grimes (Andrew Lincoln) protagonista da trama. Novos rostos foram introduzidos, e toda a dinâmica e ritmo foram se alternando de acordo com a narrativa, inclusive por trás das câmeras. Ocorrem trocas de comando, intrigas e muito mais, mesmo assim The Walking Dead, é considerado um fenômeno até hoje.

Gostando ou não de TWD, é inegável que o programa fez história no audiovisual, alcançando números impressionantes de audiência, com uma trama muito bem amarrada, apesar de falhas pontuais que balançaram a popularidade da série nos últimos anos.



Mas além de ser a melhor em fazer zumbis cada vez mais grotescos e aterrorizantes, com mortes sangrentas e graficamente chocantes, a obra pós-apocalítica veio trabalhando e apurando camadas muito mais importantes e profundas durante suas dez temporadas, a obra focou no conceito humano.  Tanto que hoje já é um clichê falar que “The Walking Dead não é uma série sobre zumbis, e sim sobre pessoas”. O seriado é moldado pelos quadrinhos, mas não segue fielmente o material-base há anos. A adaptação traz uma essência única, focada nos personagens e no desenvolvimento da vida, já que  

Durante esses dez anos de produção, foram muitas perdas de personagens queridos, que se despediram de formas dramáticas. E isso tudo tem um por quê, o programa tenta mostrar o quanto o ser humano pode ser cruel e egoísta, quando o que está em jogo é unicamente a sua própria sobrevivência. Já que, no final das contas não importa “Quantos zumbis você matou? Quantas pessoas você matou? E por que matou? E sim, de que lado da história você se coloca.

O espectador ficam chocados e com raiva, por conta da brutalidade com que as mortes dos integrantes do grupo do Rick ocorrem na trama, logo pensam como os “vilões” podem ser tão desumanos. Por outro lado, comemoram assassinatos em massa provocados pelo grupo principal [a explodo do que ouve na base satélite dos Salvadores na sesta temporada].
 
É bem claro para todos os fãs da obra qual é o verdadeiro motivo dessa discordância moral e “falta de ética” dos personagens, mesmo assim é quase que impossível não sentir esse sentimento de alívio. Já que mesclados ente os 177 episódios que a série principal teve até agora, estão traços dessa regressão auto programada de humanidade, fagulhas da regressão social dos personagens, que vão passando isso ao público de uma forma tão natural, que chega a ser assustador.



Tanto que em 2018 o IMDb resolveu contabilizar o número de mortes da série, (portanto essa conta só cobre até a metade da 9ª temporada) e o resultado foi de 475 vítimas que tiveram suas vidadas ceifadas em tela. Com isso, você leitor deve me indagar. Eia, é uma série onde a violência é um dos nortes, baseada em um quadrinho de terror com zumbis para mais de 18...

E então eu vos digo, o chocante não é o número exacerbado de mortes, e sim o curioso fato que, desta 475 perdas, apenas 73 formam causadas por zumbis. Isso deixa uma margem de 75% de mortes causas apenas pelos próprios seres humanos na obra. É como se com o passar do tempo na série, e a putrefação dos caminhantes aumenta, a dos homens aumenta também.
 
E nos fãs, nem nos damos conta disso de cara, mas essa é a magia de uma obra tão bem penada quando TWD, a introdução homeopática de um conceito que só pode ser entendido como um todo, sem deixar de ser uma baita obra de ação e terror.

Portanto, não é difícil imaginar, que no final dessa jornada de sobrevivência, o prisma seja invertido, e a revelação mais profunda seja revelada, mas não como uma cura, ou como uma explicação de como o vírus se espalhou, mas sim de que os verdadeiros sobreviventes serão aqueles que conseguirem ter mais traços humanos preservados em meio a podridão dos Zumbis. [assim como desejou Carl (Chandler Carlton Riggs)].

Confira o emocionante vídeo comemorativo de 10 anos de The Walking Dead, com um segundo de cada episodio 



 
Na minha opinião, são esses elementos que fazem de TWD uma obra bem sucedida até hoje. Óbvio que excelentes cenas de ação regadas a tiros e espadadas, antagonistas e protagonistas carismáticos, além de muita esperança de um futuro melhor completam a fórmula.

A série é extremamente grandiosa e bem feita (mesmo já tendo sido bem mais), tem uma nota de 8,2 no IMDb e 81% de aprovação no Rotten Tomatoes. E apesar das inúmeras críticas negativas que vem recebendo, a audiência do programa tem se mantido estável na última temporada.
 
O sucesso da obra trouxe dois derivados que se passam nesse universo, Fear the Walking Dead, onde Morgan (Lennie James), que apresentou a Rick o mundo dos mortos-vivos, na série original, é único que permanece vivo, dentre as pessoas mostradas no piloto de 2010. E o novo seriado World Beyond, que introduz uma nova geração de personagens ao universo pós apocalíptico.

 
Especulasse, que esse novo derivado, deve servir de conexão para os filmes do Rick, que deixou o programa em 2018. E tendo em vista que The Walking Dead chegará a seu encerramento com a 11ª temporada, que deve estrear no final de 2021. Os fãs estão apostando que os três longas cinematográficos do universo de TWD, prometido pela AMC com o retorno de Rick, sejam o verdadeiro encerramento desta magnífica obra de ficção que comemora uma década neste ano tão simbólico para a humanidade.



Além disso, a AMC também anunciou dois novos spin-off para seguirem o fim da série principal. Uma é intitulada Tales of the Walking Dead, a série é descrita como uma “antologia episódica com episódios individuais ou arcos de episódios focados em personagens ou existentes, histórias de fundo ou outras experiências autônomas”. essa obra ainda não tem datapa prevista, mas não deve estrear antes que o show principal da franquia acabe.

Já a outra será focada na dupla, Daryl (Norman Reedus) e Carol (Melissa McBride), a série spin-off  (que ainda não temo nome) está programada para estrear em 2023, após a série principal chegar ao fim em 2022. E por enquanto não se sabe bem o que esperar da trama, mas especulase que os dois devem deixar o grupo principal antes do fim da série, para seguir uma vida mais isolada.

Mas enquanto não há o seu retorno e respostas em um filme, vale lembrar que, há um certo tempo atrás, a figura do policial apresentava aos espectadores um mundo de horror, sobrevivência e conexões humanas, ideias que hoje vive em seus sucessores.

 

REFERÊNCIAS:  

ELOI, A. The Walking Dead | Vídeo celebra 10 anos com um segundo de todo episódio. 01 de nov de 2020. OMELETE. Disponível em: <https://www.omelete.com.br/walking-dead/video-relembra-10-anos-the-walking-dead> Acesso em: 03 de nov de 2020.

XAVIER, D. Os 10 Melhores Zumbis de The Walking Dead! | Remake. 13 de fev 2020. THE WALKER CENTER – YOU TUBE. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=mirT1cGv16k> Acesso em: 03 de nov de 2020.

BELIN, L. As 20 Mortes mais Tristes de The Walking Dead. 01 de mar de 2018. TECMUNDO. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/163221-as-20-mortes-mais-tristes-de-the-walking-dead.htm> Acesso em: 03 de nov de 2020.

DINIZ, A. The Walking Dead | Os 10 Zumbis mais Bizarros da Série. 24 de nov de 2016. OMELETE. Disponível em: <https://www.omelete.com.br/walking-dead/the-walking-dead/the-walking-dead-os-10-zumbis-mais-bizarros-da-serie> Acesso em: 03 de nov de 2020.

BAKHUIZEN, M. Os 10 Zumbis Mais Nojentos de The Walking Dead! 2016. LEGIÃO DOS HEROIS. Disponível em: <https://www.legiaodosherois.com.br/lista/os-10-zumbis-mais-nojentos-de-the-walking-dead.html> Acesso em: 03 de nov de 2020.


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