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06/11/2020 às 11h51min - Atualizada em 06/11/2020 às 11h39min

Relacionamento abusivo: como identificar?

O livro "Não se humilha, não" de Isabela Freitas aborda sobre uma relação abusiva

Andrieli Torres - Editado por Gustavo H Araújo
Reprodução: capa do livro - instagram de Isabela Freitas
Marcela Vieira, 29, saiu do curso de inglês e foi tomar um café em uma cafeteria próxima dali. Seu então namorado mandou mensagem para saber onde ela estava. Logo depois ele escreve novamente, mas ela já não se encontrava mais na cafeteria, já se encaminhava para o banco. O namorado questionou como ela estava no curso de inglês, na cafeteria e também no banco ao mesmo tempo.

Então ela resolveu ir ao encontro dele no escritório. Chegando lá, ele pegou o celular dela e foi checar a conta bancária, quando abriu viu uma transferência que nem ela mesma reconhecia, ele insistiu que era de um amante de Marcela. O homem se alterou e pediu para o funcionário sair do local, então ele a segurou pelos braços, sacudiu e deu um tapa na cara dela. Marcela entrou em pânico e começou a chorar.

No início foi um mar de rosas, tudo era novo e lindo, ele era muito atencioso, cuidadoso e amoroso, prometia o mundo e as estrelas para Marcela, mas ela começou a perceber os sinais logo no primeiro mês de relacionamento: o rapaz falava com a voz alterada com a mãe dele e não demorou para ser com ela, situação que nunca imaginou viver. "Uma das partes que mais me marcou foi um grito que ele me deu quando precisei fazer um saque alto para ele, que estava precisando do dinheiro. Ele gritou no meio da rua dizendo que eu não prestava para nada porque naquele momento eu não pude atender ele.”

A situação vivida por Marcela Vieira é tão comum quanto imaginamos. Estar em um relacionamento abusivo é viver com medo e se sentir presa em uma relação que já não existe mais, mas que é difícil de sair.

O livro “Não se humilha, não” de Isabela Freitas, lançado em fevereiro deste ano, aborda sobre o relacionamento abusivo e o amor próprio. A personagem Isabela - mesmo nome da autora, passa por momentos abusivos em sua relação, no entanto, é só depois que ela percebe os sinais.

A obra é uma ficção e está classificado como autoajuda, mas a escritora confessa que usou algumas experiências vividas em alguns relacionamentos dela própria. Em uma entrevista para o programa "Encontro com Fátima Bernardes", ela falou como construiu a narrativa. “São ensinamentos que aprendi na marra e na minha vida mesmo, quando a gente fala de uma coisa que a gente viveu, a gente tem mais propriedade.”

Para a escritora, o relacionamento abusivo é silencioso, as atitudes que são abusivas partem de um homem comum. “Ele te critica muito, ele quer te mudar muito, quer que você se afaste dos seus amigos, quer que você troque de roupa. Ele sempre coloca a culpa no outro”, ressalta.

Para quem já passou por momentos assim, ou até mesmo quem não os viveu, “Não se humilha, não” pode  ajudar a perceber os sinais que, muitas vezes, passam despercebidos e são confundidos com excesso de amor.
 
Nota: O nome real da mulher entrevistada foi trocado para proteger a privacidade dela.
 
 
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