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13/11/2020 às 00h24min - Atualizada em 13/11/2020 às 00h21min

A origem do livro, o segundo melhor amigo do ser humano

Matheus Barros - Editado por Bruna Araújo
https://pt.slideshare.net/lucianaviter/a-formao-do-leitor-em-contextos-digitais
Acredito que todos saibam quem são os Homo sapiens, Certo? Caso alguém, por mais improvável que seja, não saiba, recomendo que vá ao espelho mais próximo e veja um com seus próprios olhos.
 
O Homo sapiens anda sobre a terra há cerca de 350 mil anos, ao longo desse tempo ele aprendeu várias coisas, mudou seu modo de vida, e evoluiu. Durante tudo isso buscou registrar e compartilhar com os outros o que foi aprendido, desenvolveu várias formas diferentes para isso, pinturas, esculturas, monumentos, entre outras. Mas há uma específica que é de extrema importância e foi durante muito tempo a forma mais eficiente de armazenamento e compartilhamento do conhecimento e esta presente na nossa sociedade até os dias de hoje, e, assim como o Homo sapiens, ele continua evoluindo, você o conhece, é o livro.
 
Exatamente aquele troço que muitos deixam jogado nas prateleiras sem nunca sequer dar uma folheada e que serve como decoração no fundo de lives para dar um ar de intelectualidade.
 
Já possuiu muitas formas, sua história é repleta de inovações técnicas, que sempre buscavam a melhor forma para preservar o conhecimento, e tem ligação com grandes ideias e religiões.
 
Pois bem, para contar essa história, primeiro temos que voltar alguns milênios no passado, lá atrás mesmo, quando nosso amigo Homo sapiens criou a escrita que é a precursora do livro, é como se um fosse ovo e o outro a galinha, é preciso que um venha primeiro, e sim, a escrita é o ovo e ele veio primeiro sim, isso devia ser consenso.
 
Era preciso suportes para registrar a escrita e preservá-la ali por um tempo, aí começa, de fato, a história do livro. Um dos seus primeiros formatos foi o registro em placas de barro feitas com objetos em forma de cunha, a chamada de escrita cuneiforme, mérito dos Sumérios lá em 3500 a.C., na Mesopotâmia.
 
Temos também o precursor do papel, o papiro, criado pelos egípcios em 2500 a.C., e que era derivado da das fibras de uma planta chamada papiro, meio óbvio. Da Ásia, por volta do século 2 a.C., veio o pergaminho, substituto do papiro, e que era feito de pele de animais, e se popularizou por dar menos trabalho, ser mais flexível e duradouro, além de permitir que o escrito pudesse ser apagado pra reutilizar, era só raspar o couro.
 
O papel como a gente conhece surgiu na china, no século II, e se popularizou graças aos árabes, que são responsáveis por torná-lo conhecido no mundo e por criar a primeira fábrica de papel, que ficava em Játiva, na Espanha, por volta de 1150.
 
Mas as coisas começaram a ganhar forma graças aos gregos que, por volta do século I, criaram o substituto do pergaminho, o códex, que trouxe ao mundo o formato de compilação de páginas, que se consolidou e é usado até hoje por sua praticidade e facilidade no manuseio, porém ainda não era o nosso livro, pois o miolo era feito de madeira.
 
Graças ao códex, se passou a pensar no livro como objeto, além de uma forma de registro, e com isso surgiu a leitura por lazer e várias características contemporâneas, como as livrarias e os editores.
 
Nesse período, o livro começa a se popularizar na Europa e é quando adquire seu caráter religioso, ele foi de grande ajuda na popularização do cristianismo, pois era muito mais fácil distribuir os textos sagrados entre os fiéis. Passa a ser visto como objeto de salvação, seu uso se torna restrito a igreja e as elites pois sua produção era cara e trabalhosa. O papel começa a ser usado no miolo e ele assume a forma que tem hoje.
 
Mas a maior mudança veio no século XV, pelas mãos de Johannes Gutenberg, que é o responsável pela criação da prensa de tipos móveis. Com ela a produção se tornou muito mais barata e rápida, isso deu início a produção em massa e o livro se tornou um produto mais acessível e voltou a ser usado para o lazer, com isso também veio uma grande disseminação do aprendizado, nunca na história da humanidade foi tão fácil registrar e divulgar conhecimento pelo mundo.
 
Assim chegamos à forma quase final do livro, que se manteve durante séculos e foi importante em vários marcos da história.
 
Mas o Homo sapiens não se dá por satisfeito, e sempre vai além. Sendo assim, daremos um salto de séculos e vamos para o final do século XX, no qual também chegamos ao fim de nossa história.
 
O início do mundo digital marca a criação do livro eletrônico, vulgo e-books. Agora é possível ter uma biblioteca com milhares de livros dentro de um objeto menor que um livro de bolso, e sem o risco de que sejam destruídos pelo tempo ou algo parecido, agora a conservação do conhecimento se tornou muito mais eficiente e um livro pode ser compartilhado entre pessoas em lugares distantes do planeta com um clique.
 
Assim terminamos, temporariamente, a trajetória do livro na historia do Homo sapiens, mas como eu disse mais cedo, ele não se dar por satisfeito e sempre irá criar novas formas de preservar e disseminar o conhecimento, e o livro sempre estará lá seja na sua forma padrão ou em qualquer outra que seja criada futuramente.

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