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13/11/2020 às 09h04min - Atualizada em 13/11/2020 às 08h57min

O direito a ter direitos

Estéfani Martins - Editado por Bruna Araújo
No dia 03 de novembro foi celebrado o Dia da Instituição do Direito ao Voto Feminino no Brasil. As mulheres tiveram o direito ao voto e à candidatura garantidos no Código Eleitoral Brasileiro de 1932 e ratificado na Constituição de 1934. Mas a luta por igualdade havia começado muito antes.

No Brasil, a reivindicação vem desde o Brasil Colônia (1500-1822). Naquela época, as mulheres não tinham nenhum direito, nem mesmo o de escolha sobre sua vida. Elas eram propriedades de seus pais, maridos e/ou irmãos. O movimento feminista teve duas grandes ondas responsáveis pelas conquistas de muitos direitos para as mulheres. A Primeira Onda, surgiu na metade do século XIX na Inglaterra e visava a permissão ao voto e a participar da política.

A luta pelo direito à educação superior, reconhecimento de profissão, como de professora e enfermeira, sindicato com condições melhores e trabalho regular, também estavam inclusas. Para as brasileiras, o direito à educação foi conquistado durante o Império. Mas a inserção na política não era nem sequer cogitada, pois perante a lei, mulheres não eram consideradas cidadãs.

Antes disso, a greve das costureiras, em 1907, contribuiu para a aprovação da resolução para o salário igualitário e a aceitação da mulher no serviço público. Tais conquistas proporcionaram às mulheres mais independência e autonomia. Mesmo que ainda engessadas pela sociedade, conquistaram sua dignidade e passaram a “existir”.

A Segunda Onda, que iniciou em 1960 na Europa e Estados Unidos pedia mais poder de escolha. Ela procurou desconstruir a milenar e onipresente opressão e dominação dos homens. A pílula anticoncepcional foi criada na mesma época, o que possibilitou escolhas sobre maternidade e gravidez. Essas questões começaram a surgir após as mulheres ingressarem nas universidades e no mercado de trabalho, ou seja, deixarem de viver em função do lar.

Consequentemente, o acesso à informação também as tornou mais pensantes e questionantes. E cada vez as mulheres reivindicavam direitos iguais, e não só pediam, mas também argumentavam. Ao longo da história, tiveram mulheres que se destacaram na luta por igualdade no Brasil.

A escritora nordestina Dionísia Gonçalves Pinto, nascida em 12 de outubro de 1810 foi uma das pioneiras. Ela foi uma das primeiras mulheres a publicar textos na imprensa nacional. A bióloga Bertha Lutz, nascida em São Paulo, no dia 02 de agosto de 1894, teve participação direta na luta pelo direito ao voto feminino.

Outra grande figura nessa luta foi a de Mietta Santiago, a primeira mulher a exercer o direito de votar e ser votada. Apesar do feminismo ter alcançado muitas coisas para as mulheres, a desigualdade de gênero ainda é presente na sociedade e precisa ser trabalhada. Há menos de 90 anos as feministas conquistaram o direito ao voto. isso significa que apenas três gerações de mulheres usufruíram do poder de escolha.
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