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16/11/2020 às 19h08min - Atualizada em 16/11/2020 às 18h15min

Pouco mais de um ano depois do Mundial na França, o que de fato se modicou no futebol feminino

Atletas e jornalistas passaram a ter mais espaço dentro da modalidade, que pela primeira vez na história passou ser gerido por mulheres

Cláudia Carvalho - editado por Thamyres Pontes
Jogadoras da seleção dos Estados Unidos comemoram da Copa do Mundo Feminina — Foto Reprodução: REUTERS/Denis Balibouse
 
Em junho de 2019, os olhos do mundo do futebol se voltaram para a modalidade feminina, que mesmo sem grande visibilidade mundo afora, quebrou diversos recordes, entrando para a história como o mundial feminino mais visto dos últimos tempos. No Brasil, cerca de 19 milhões de pessoas assistiram a final, mesmo não tendo a Seleção Brasileira entre as finalistas.
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Durante o mundial, o que chamou bastante atenção foi o grande número de pesquisas relacionadas à Seleção Feminina. Durante a primeira partida entre Brasil e Jamaica, na qual a atacante Cristiane marcou três gols, a procura pelo seu nome em site de buscas disparou, crescendo mais que 7.000%.

A atacante Marta Viera da Silva se tornou a maior artilheira de todas as Copas, entre o futebol masculino e feminino, superando o antigo recorde do jogador alemão Miroslav Klose, que durante a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, marcou o 16º gol. Durante o Mundial na França, a artilheira brasileira ultrapassou a marca e fez seu 17º gol na Copa do Mundo.

 
Mais um legado deixado pelo mundial foi a forma como a mídia esportiva passou a tratar o futebol feminino e oferecer mais espaços para que profissionais mulheres assumissem funções que antes eram apenas masculinas. No Brasil é visível que o futebol feminino tem ganhado cada vez mais notoriedade e atraído o público da TV aberta, o que consequentemente tornou mais acessível a entrada de mulheres neste universo.
 
No ano passado, nomes como o da jornalista Ana Thaís Matos, da Rede Globo, e o da ex-jogadora Alline Calandrini, da Rede Bandeirantes, ganharam bastante destaque. O sucesso foi tanto que elas se solidificaram dentro de suas respectivas emissoras, deixando o ambiente mais propício para que outras mulheres entrassem nesse meio.

Ainda, outras profissionais despontaram no esporte. Nadine Bastos, virou comentarista de arbitragem da Rede Globo, em um espaço que historicamente foi e ainda é ocupado apenas por homens. Recentemente, a Rede Bandeirantes abriu as portas para profissionais mulheres. No ano passado, além de exibir aos domingos os jogos da elite da competição feminina e transmitir o mundial da França, neste ano, a emissora de televisão inovou ao colocar uma equipe exclusivamente feminina formada por Alline Calandrini, a ex-jogadora Milene Domingues e a jornalista e narradora Isabelly Morais, para narrarem as partidas da série A1 do Brasileirão Feminino.


 


Mudanças na organização

As mudanças na organização do futebol feminino brasileiro começaram a acontecer ainda em 2019, quando impulsionada por uma resolução de 2016 da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), que modificava as suas regras para competições femininas. No regulamento atual, para que as equipes masculinas participassem de competições Sul-Americanas, seriam obrigadas a possuir uma equipe feminina.

Seguindo este mesmo caminho, em 2019 a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também modificou seu estudo, obrigando as equipes que quisessem adquirir sua licença para participar de competições nacionais a dispor de um time feminino principal estruturado.

Já em 2020, a CBF resolveu que era o momento de inovar mais uma vez, reparando grandes erros do passado. A começar com a escolha de colocar uma mulher para gerir o futebol feminino nacional, uma vez que esse cargo anteriormente era ocupado por um homem.

Os nomes escolhidos para a função foram Aline Pellegrino e Duda Luizelli, ambas ex-jogadoras. Pellegrino já vinha ganhando força dentro da entidade, devido o seu  trabalho na Federação Paulista de Futebol (FPF), enquanto Duda era responsável por gerir as equipes femininas do internacional. As duas foram convidadas para exercerem a função de desenvolver o esporte feminino em alto nível nacionalmente.

Além de colocar mulheres para administrar o futebol feminino, no dia 2 de setembro de 2020, a CBF deu mais um importante passo para o crescimento da modalidade. A partir de agora, homens e mulheres passam a ter os salários, diárias e premiações equiparadas dentro da entidade. A ideia é que a partir da próxima Olímpiada isto ocorra, caso tudo aconteça como o planejado. Entretanto, já se estuda a possibilidade da proposta se estender para o próximo mundial.

 

 

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