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19/11/2020 às 14h11min - Atualizada em 19/11/2020 às 13h51min

Sem poder sair às ruas, coletivos inovam ao utilizar prédios para projeção de protestos e de filmes

Temas como a falta de eletricidade no Amapá e a morte do garoto João Pedro foram estampados pelas paredes das principais cidades do Brasil

Talyta Brito - Editado por Gustavo Henrique Araújo
Foto: reprodução/instagram @projetemos
Martin Luther King, pastor batista, mundialmente conhecido pelas lutas contra a discriminação racial nos Estados Unidos, afirmava que sua maior preocupação não era o grito dos violentos, nem os dos corruptos, mas o silêncio dos bons. Dessa forma, deve-se salientar que, a manifestação configura-se como uma ferramenta eficaz para as transformações no decorrer da história humana. É bem verdade que, com o passar dos tempos, mudam-se as formas de protestos, mas a luta prevalece.

Em 2020, projeções feitas em espaços públicos foram a maneira que alguns coletivos encontraram para criticar algumas iniciativas do governo, conscientizar a população e trazer à tona os problemas vigentes em todo o país. Temas como a renda básica, a falta de eletricidade no Amapá e a morte do garoto João Pedro, foram estampados pelas paredes das principais cidades do Brasil.   
  
                                  Fonte: reprodução/instagram @projetemos
          
Com o slogan “A revolução será projetada”, o coletivo Projetemos, criado no início da pandemia do novo coronavírus já conta com mais de 36 mil seguidores na sua conta do Instagram. Em entrevista ao site Arte!brasileiros, o  Vídeo Jockey  Morzart, cocriador do grupo, afirmou que  o projeto surgiu com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a pandemia. Cerca de 200 pessoas, entre elas jornalistas, designers e ativistas, compõem o grupo. Buscando incluir mais indivíduos, instruções de como projetar foram disponibilizadas na web, bem como um site em que é possível que a população crie as artes. Tal prática tem se tornado recorrente ao redor do mundo. Em Turim, na Itália, a frase “Obrigado Cuba”, foi projetada na Mole Antonelliana para homenagear os médicos cubanos. 

                                        Fonte - reprodução/instagram @projetemos

A proposta do Cine Janela, idealizada por três moradores – Jamile Coelho, Cíntia Maria e Chicco Assis -  do bairro 2 de Julho, em Salvador, é um pouco diferente. Uma vez por semana, são exibidos filmes, preferencialmente mudos, para não atrapalhar a população, sempre às 19 horas. A finalidade é entreter os vizinhos no isolamento social. As paredes dos prédios da Rua da Faísca foram transformadas em salas de projeção, clássicos do cinema como “Tempos modernos" de Charles Chaplin e séries contemporâneas como “Nana & Nilo – E o tempo de brincar” já foram apresentadas. Quem não mora no local consegue assistir às projeções pelas redes sociais do projeto.

Em São Paulo, há uma iniciativa similar: o "Cine Minhocão", realizado uma vez por mês. O evento é organizado pelo diretor de animações Antônio Linhares, sempre aos sábados. A apresentação é feita em uma das vias do Elevado Presidente João Goulart, mais conhecido como Minhocão. 

                                          Fonte - reprodução/instagram @cinejanela
 
 
 

 

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