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20/11/2020 às 11h01min - Atualizada em 20/11/2020 às 11h00min

Comemorar as festas de fim de ano é correr muito risco, diz infectologista

Diante da pandemia, os cuidados para diminuir a disseminação da Covid-19 nas celebrações devem ser redobrados

Diego de Marchi - Editado por Ana Paula Cardoso
Reprodução: O Dia
As confraternizações de fim de ano estão chegando, aquela festa natalina com toda a família e amigos se abraçando será bem diferente esse ano. Medidas de segurança como distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos serão necessárias para conter a proliferação do novo coronavírus nas reuniões familiares e, ainda, nas celebrações que contenham grupos maiores.

Em outubro, o avanço da capital paulista para a fase verde do Plano SP facilitou uma maior flexibilização da quarentena provocada pelo novo coronavírus, ocasionando em um relaxamento em relação às medidas de proteção e a ida em bares, restaurantes, shoppings centers, festas e grandes aglomerações.

Com uma possível segunda onda da Covid-19 no Brasil, o comportamento das pessoas nas celebrações de fim de ano terá que se modificar.

Sarah Dominique, médica infectologista pelo Instituto de Infectologia Emilio Ribas e diretora médica do Hospital da Mulher, diz que reunir familiares para as festas de natal e réveillon é correr muito risco, uma vez que as celebrações são um evento que além de promover aglomerações, também apresenta sentimentos e vontades do contato físico, de estar próximo dos amigos e das trocas de presentes.


“Deveria ser feito um ajuste, tanto do tempo da confraternização quanto do contato físico entre as pessoas, mas o risco existe, e é um risco muito alto. A festa de natal é uma comemoração com troca de presentes, ou seja, é uma celebração longa, as famílias ficam ali em torno de horas. Não tem como deixar de conscientizar a população que existe o risco”, diz a especialista.

Para a infectologista, o réveillon e o carnaval deveriam ser desaconselháveis até o surgimento de uma vacina eficaz e que garanta a vacinação em massa. “Se as pessoas quiserem correr esse risco na celebração de natal, o recomendado é que usem máscaras e que as mesas guardem lugares com distanciamento, visto que a proximidade entre os indivíduos vai favorecer muito a transmissão do vírus e não tem como adivinhar quem vai estar portando a doença sem estar com sintomas”, destaca.

Os idosos, o grupo mais afetado pelas consequências da Covid-19 no mundo, estão nas suas casas há oito meses, com o natal chegando, os encontros familiares para a ceia de natal devem exigir cuidados maiores com os mais velhos. “A recomendação é que os idosos não devem ir nas festas, é a atitude mais sensata e racional. Se optarem por ir, que mantenham a sanidade e a lucidez de que eles estão expostos ao risco. Dicas básicas como usar máscaras, fazer o distanciamento social, promover mais higienização das mãos, e evitar de pegar nos celulares dos outros, são orientações essenciais”, explica.

“As máscaras são de uso individual, quem promover a festa de natal ou réveillon deve disponibilizar um saco plástico para guardar as máscaras dos convidados, pois não dá para reunir as pessoas e deixar as máscaras expostas à mesa”, detalha.

Novos casos de coronavírus surgem após festas, grandes celebrações familiares ou encontros casuais em casa com amigos. Esses surtos locais de infecção vêm crescendo na pandemia com muitas famílias se reunindo em locais fechados. Beijos, abraços, danças, círculo de parentes e contatos físicos nas confraternizações de fim de ano não é mais recomendado, de acordo com a infectologista.

“Realmente é um drama, o natal simboliza esse aconchego familiar, então as pessoas ficam mais sensíveis e estão mais sensíveis por conta do que a própria pandemia exige, portanto é um fim de ano diferente. Ao invés de se sentir mal por esse ano ter essa impossibilidade, a gente tem que agradecer por estarmos vivos, quem chegar ao natal desse ano, já é um motivo de comemoração”, diz Dominique.

REFERÊNCIAS:
Bem Estar #62: Covid-19 e as festas de fim de ano. Portal G1, 28/10/2020. Saúde. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/podcast/noticia/2020/10/28/bem-estar-62-covid-19-e-as-festas-de-fim-de-ano.ghtml. Acesso em: 18/11/2020.
HELENA, Lúcia. Festas, almoços de família e até o Natal da pandemia: o que dá para fazer? Uol, 20/10/2020. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/lucia-helena/2020/10/20/festas-almocos-de-familia-e-ate-o-natal-da-pandemia-o-que-da-para-fazer.htm. Acesso em: 17/10/2020.

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