Xadrez nunca foi um jogo que interessou muito os brasileiros, mas nos últimos dias, a vontade de aprender aumentou devido a estreia de “O gambito da rainha”, a mais nova produção da Netflix que encantou milhares de usuários ao redor do mundo. E hoje, vamos bater um papo sobre essa série grandiosa!
“O gambito da rainha” foi inspirado no livro de Walter Tevis, que carrega o mesmo nome, o termo “gambito” se refere a jogada característica da personagem que, a levou ao título de campeã mundial de xadrez. A série relata a história de Elizabeth Harmon, que ficou órfã aos 9 anos de idade e começou a viver em um orfanato, lá, ela conhece o zelador do prédio que começa a lhe ensinar xadrez e percebe que, em sua frente estava um dos maiores prodígios que o mundo veria.
Vamos começar pela atuação magnífica de Anya Taylor Joy, a atriz conseguiu entregar da melhor forma possível os sentimentos de Beth Harmon, seu intenso olhar durante as partidas e estudos foram uma das características mais fortes durante os episódios, a atriz chegou até a ser comprada com Emma Stone, vencedora do Oscar 2017 como melhor atriz pelo musical La La land, o olhar cativante é uma característica de ambas, entregando a veracidade dos sentimentos de suas personagens.
A série ainda conta com um elenco de peso, como: Thomas Brodie-Sangster, Harry Melling e Jacob Fortune-Lloyd. Todos os personagens da série tiveram sua importância para a construção da história e da personagem de Beth, cada um deixou uma marca e lição para que a jovem se tornasse a maior jogadora de xadrez do mundo, nenhum personagem ficou a deriva, todos contribuíram para o final surpreendente e emocionante do enredo.
Se você gosta de xadrez, essa série é perfeita para você! Mas se você não entende absolutamente nada, com certeza vai se interessar após os episódios cativantes com as narrações dos jogos de Beth e suas jogadas espetaculares. A série contou com diversos campeões de xadrez e especialistas do jogo que auxiliaram as cenas dos torneios e partidas, mostrando como o xadrez é um jogo extremamente complexo mas ao mesmo tempo surpreendente.
A fotografia e os figurinos também não ficam de fora, a cada ano que passa, a cada cidade que Beth visita e a cada torneio que ela vence, vemos uma criança se tornando uma mulher forte, empoderada, determinada e segura de si, tudo isso também é demonstrado nas roupas de Beth, fazendo a mesma sair de um lugar de vítima para o lugar de protagonista da sua própria história.
Outro ponto crucial dentro da produção foi o vício de Beth em tranquilizantes e álcool, ela já foi introduzida a esse mundo desde sua infância e pré-adolescência no orfanato, após sua saída o desejo só aumentou. Os remédios permitiam que Beth tivesse um tipo de alucinação com o tabuleiro de xadrez e, assim, bolasse estratégias e jogadas que a ajudaram em partidas cruciais, porém, com o álcool a situação só piorou e ela começou a descontar todas as frustrações no vício que, quase a levou ao fim de sua carreira.
Beth foi a primeira mulher a participar de competições com homens, durante toda a série vemos ela ganhando partidas e se tornando a melhor do mundo, mostrando mais uma vez que o gênero sexual não é, e nunca foi um fator determinante para o desempenho profissional de qualquer pessoa, muito menos o da mulher.
“O gambito da rainha” foi um marco para a maior plataforma de streaming do mundo e um presente para os usuários, trazendo uma história imensamente dramática mas inspiradora ao mesmo tempo.
REFERÊNCIA
SABAGGA, Julia. O Gambito da Rainha bate recorde e se torna minissérie mais assistida da Netflix. Omelete, 2020. Disponível em: <https://www.omelete.com.br/netflix/criticas/o-gambito-da-rainha>