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27/11/2020 às 03h09min - Atualizada em 27/11/2020 às 02h08min

​Um grito de resistência: Brasil elege trinta pessoas trans nas eleições municipais deste ano

No Rio Grande do Norte, Thabatta Pimenta é a primeira mulher transexual eleita vereadora no estado

Andrieli Torres - Editado por Bruna Araújo
Foto: Reprodução/ Instagram de Thabatta Pimenta
Muito mais que uma conquista, um grito de resistência e representatividade foi dado pela classe LGBTQIA+ nas eleições municipais que aconteceram em novembro deste ano. O Brasil elegeu trinta pessoas trans para ocupar câmaras brasileiras.

Carnaúba dos Dantas, interior do Rio Grande do Norte, fez história ao eleger Thabatta Pimenta, a primeira mulher transexual eleita a vereadora no estado. No Instagram, ela comemorou e agradeceu ao município. “Obrigada Carnaúba, essa vitória é de muitas minorias que finalmente serão ouvidas. Agora é nossa vez”, escreveu.

Em entrevista ao G1, Thabatta disse que o propósito dela é “promover políticas públicas que beneficiem não só a classe LGBTQIA+, mas também a pessoa com deficiência. Eles precisam muito de uma voz ativa, que lute pelos direitos deles".

Para Thaís Godeiro, mulher trans, esta é uma conquista muito importante, não só para Rio Grande do Norte, mas também para o Brasil. “Cada vez mais temos ocupado lugares que nos foram negados, por sermos julgadas como não aptas, apenas por sermos pessoas trans, sobretudo nós, mulheres transexuais”, disse.

Ela confessa que ficou muito feliz quando soube da conquista de Thabatta. “Para alguns pode parecer algo insignificante, irrelevante, mas para nós população T, é motivo de muito orgulho e inspiração. Um indicativo de que com muita luta e garra, temos conseguido nos impor e superar as barreiras da sociedade que durante muito tempo sempre nos manteve à margem de tudo”.

Thaís ainda ressalta que ter uma mulher trans ocupando um cargo político, eleita democraticamente pela população, é um símbolo de que o empenho, a militância e a luta funcionam, pois através disso, essas pessoas têm conseguido obter direitos.

Para ela, as conquistas das pessoas trans eleitas, demonstram uma aceitação maior por parte da população brasileira, mas alerta que isso não é motivo para relaxar. “Temos que continuar lutando para que possamos ser tratadas como gente, como deve ser de direito. Para se ter ideia, mais de 90% das mulheres travestis e transexuais brasileiras tem como ofício a prostituição, pois nos é negado o acesso ao mercado de trabalho, a uma educação de qualidade e ainda temos lutado para obter esses direitos. Então acredito que a luta ainda será muito longa”, afirmou.
 
Confira aqui a lista completa das 30 pessoas trans eleitas no Brasil.

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