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11/05/2019 às 11h00min - Atualizada em 11/05/2019 às 11h00min

Escrita como terapia

Escrever para conhecer a si e ressignificar momentos

Socorro Moura - Editado por Millena Brito
Escrever faz bem, como já indicam pesquisas.

A comunicação é tão essencial ao homem e mulher como respirar. Somos sociais. Precisamos nos expressar e a forma mais difundida é a oral. Falamos o que sentimos, o que vem à mente, mas nem sempre de forma clara ou organizada. Logo, para muitas pessoas, o ato de escrever diários – virtuais ou não – ou até mesmo cartas, tornam-se uma alternativa para sistematizar o fluxo intenso de pensamentos e até mesmo solicitado em consultas terapêuticas – falo por experiência própria – no intuito de facilitar o intercâmbio entre o emaranhado de ideias e sentimentos com a tradição oral, ou simplesmente para poder traçar um painel mais objetivo sobre si ou o que se está passando.

Segundo o estudante de jornalismo Vitor Silva Lima, que mantém um instagram literário, a escrita é usada como ferramenta em momentos especiais e importantes: “A escrita sempre esteve presente em muitos momentos da minha vida, ainda hoje se faz presente, de forma criativa”. A escrita torna-se, nesse caso, uma forma de escape construtiva diante de outros meios, como compulsão por comida ou álcool, por exemplo.

Desejar externalizar, mas nem sempre dispor de um interlocutor, soma pontos para o ato de escrever. Uma atividade automaticamente atribuída a quem a tem como profissão, no caso dos escritores, sobressai um pouco desse nicho mais sofisticado, para ser um meio de encontro consigo e melhorar assim a própria relação com o mundo: “De forma intrínseca eu vejo a escrita como uma forma de me libertar daquilo que me atormenta, por tudo aquilo que sinto para fora, focar no que eu quero falar é o primeiro passo primordial quando quero redigir sobre determinada coisa”, declara Vitor.

O autoconhecimento e o aperfeiçoamento pessoal é o resultado mais imediato: “Em relação a ajuda que a escrita tem me dado em minha vida, eu posso dizer que ela me tornou alguém melhor, pois como sou tímido, escrevendo eu consigo falar aquilo que talvez eu não conseguisse em público. Me abri mais para o mundo e para as diferentes coisas ao meu redor, me tornei uma pessoa mais segura e firme ao escolher aquilo que quero”, finaliza o estudante de jornalismo.

Ressignificar dificuldades de socialização é algo bem atraente para quem estar as voltas com questões tão naturais para o restante das pessoas. Não há um domínio pessoal completo, mas um objetivo a ser perseguido, como o autocontrole – por exemplo. Certamente, a raiva, tristeza ou qualquer outro sentimento negativo devem existir e serem expressas, no entanto, quando medidas desproporcionais dominam o repertório de reações, as consequências colecionadas geram outros traumas maiores. E vamos à escrita!


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