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05/02/2021 às 15h15min - Atualizada em 05/02/2021 às 15h00min

Crônica: a vacina da esperança

Atenção! este é um texto otimista (eu acho)

Aila Beatriz da Silva Inete - Editado por Andrieli Torres
Foto: ASCOM/UFPA/Alexandre de Moraes
O que significa uma vacina? Esperança. Felicidade. Ansiedade. Recomeço (talvez). Ouso dizer que hoje, mais do que tudo, uma vacina muito específica, que é a contra a Covid-19, significa esperança. Esperança porque é a fé de que logo tudo isso vai passar, o céu vai se abrir e o sol vai brilhar (sonho). É a esperança de que vamos poder abraçar, ver os parentes e poder se aglomerar. É esperança de um mundo novo, com um povo mais amoroso, com mais empatia e simpatia. É a esperança de que é só uma fase, que esse nível hard não é implacavel. Significa alegria, de toda uma comunidade que batalhou noite e dia. Felicidade na gente que esperou ansiosamente. Significa ansiedade, porque a cada momento o desejo de sentir uma furada de agulha só aumenta.

A vacina significa um recomeço para quem teve sua vida ferida, parada e tumultuada. Recomeço para quem teve os negócios parados, os estudos dificultados e os sonhos estagnados. Recomeço para aqueles que lidaram e lidam com o luto. Nunca imaginei que viveria uma pandemia, nunca imaginei que de uma hora para outra as nossas vidas fossem mudar. Os momentos de isolamento acentuaram a ansiedade, foram (ou são) massacrantes e doloridos. E ao ver que finalmente tínhamos uma vacina aprovada, que poderia salvar vidas; o coração disparou, olhos encheram de água, o pulmão se encheu de ar e o peito soltou aquele suspiro de alívio, de esperança, de felicidade, ansiedade, porque finalmente parecia ser o “começo do fim”.

Essa semana, a vacinação começou em idosos na capital do meu estado Belém/Pará. Ver as fotos deles sentadinhos esperando a vez, fez o meu coração aquecer mais uma vez. E de novo, a ansiedade pela minha vez. É preciso lembrar para que não esqueçam, que ainda não acabou, que é preciso ter cuidado, se proteger e proteger os outros —  não seja insensível e aguente mais um pouco. Mas eu também preciso lembrar, para que não esqueçam, que há esperança. "Esperança" de Mario Quintana.

 
"Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano Vive uma louca chamada Esperança.
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E —
ó delicioso voo! Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada
Outra vez criança… E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!) Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…

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