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14/02/2021 às 11h40min - Atualizada em 14/02/2021 às 10h24min

Com uma carreira vitoriosa e cheia de recordes, Daniel Dias anuncia sua aposentadoria

O nadador brasileiro irá disputar pela última vez nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, que acontecerão em agosto de 2021

Josimara Megiato - editado por Anna Voloch
Daniel Dias exibindo sua medalha de ouro dos 200 metros livres. (Foto: Reprodução/Buda Mendes/CPB)

O nadador paralímpico Daniel Dias anunciou através de um vídeo em suas redes sociais que irá se aposentar das piscinas. No vídeo, o multi-medalhista conta sobre sua decisão de parar de competir após disputar os jogos paralímpicos de Tóquio, que acontecerão em agosto deste ano. Daniel, que carrega o título de maior vencedor da natação paralímpica mundial, é também o único brasileiro a ter três troféus Lauers – prêmio concedido anualmente aos maiores esportistas do ano anterior, o chamado "Oscar do esporte".
 
Nascido em Campinas, Daniel está com 32 anos e é o recordista dos jogos pan-americanos com oito medalhas de ouro, além de ser o detentor do recorde mundial nas provas de 100 e 200 metros livres, além dos 100 metros costas e 200 metros medley. Sua primeira Paralimpíada foi em Pequim 2008, na qual se tornou a revelação da natação paralímpica. Desde então, o atleta acumula títulos e mais prêmios. Em 16 anos de carreira, Daniel conquistou 24 medalhas paralímpicas, 40 em mundiais e 33 em Jogos Parapan-americanos, sendo a de ouro a mais presente.


Além de ser um esportista exemplar, Daniel é uma inspiração para os demais paratletas que sonham com as medalhas e os prêmios. O medalhista faz questão de sempre ressaltar que sua deficiência nunca o atrapalhou, e apesar de ter sofrido preconceito quando criança, não deixou de fazer o que as demais faziam.

 
Em seu pronunciamento, Daniel diz que não quer que sua despedida seja algo triste, que o momento é de celebrar as vitórias e se preparar para os jogos de Tóquio, junto de seu técnico Igor Rossi e seu preparador físico Fábio Neves. Emocionado, conta que resolveu parar porque acredita que a vida é feita de ciclos, e que sua contribuição para a natação paralímpica já foi além do que esperava.
 
O atleta ainda ressalta que irá continuar na natação, mesmo que fora das piscinas. Atualmente, é membro do Conselho Nacional de Atletas e da Assembleia Geral do Comitê Paralímpico Brasileiro até 2022. Além de estar à frente do Instituto que leva seu nome, fundado em 2014, com intuito de contribuir com o esporte paralímpico brasileiro e desenvolver novos campões.
 
CARREIRA
 
Apesar de ser natural de Campinas, Daniel passou sua infância em Camanducaia, em Minas Gerais, e por lá despertou interesse pela natação. O nadador conta que tinha 16 anos quando descobriu o esporte após assistir Clodoaldo Silva ganhando medalhas durante os Jogos Paralímpicos de Atenas em 2004. A partir daí, começou a praticar o esporte. No ano seguinte, participou da sua primeira competição nacional, em Belo Horizonte, na qual ganhou uma medalha de bronze e teve a certeza que queria seguir carreira.
 
A primeira vez que Daniel subiu no pódio em uma Paralimpíada foi no dia sete de setembro, na sua primeira prova e competição, em Pequim. Nesta, o atleta ganhou nove medalhas, sendo quatro de ouro, quatro de prata e um bronze. Em seguida veio Londres 2012, com seis medalhas de ouro. Em 2015 foi a vez de competir nos jogos Parapan-americanos, em Toronto, onde conquistou oito medalhas.
 
No mesmo ano ainda, Daniel competiu no Mundial em Glasgow, no qual chegou à marca de sete ouros e uma prata. Daniel ainda venceu outras sete disputas como integrante da equipe brasileira. As oito medalhas naquele mundial fizeram-no o nadador mais vencedor daquela edição da competição. Além disso, Daniel é o maior medalhista brasileiro em mundiais, com 25 medalhas em três: fora as de Glasgow, foram nove no Mundial de Eindhoven em 2010 e oito no de 2013, em Montreal.

 

Com a ótima performance em 2015, Daniel garantiu a vaga nos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016, onde pôde contar com a vantagem de competir em casa e subir ao pódio em seu país. Nesta edição, ficou entre os três melhores nove vezes: foram quatro ouros, três pratas e dois bronzes.

FUTURO

Pai de três filhos, duas meninas e um menino, Daniel pretende dar mais atenção para a família após sua aposentadoria. Além disso, já tem pretensões para o futuro à frente do Instituto Daniel Dias: construir uma sede. O nadador, que sempre ressaltou a importância social dos esportistas para a sociedade, hoje ajuda milhares de jovens com deficiências que sonham em ser paratletas como ele. Daniel reforçou também que irá seguir com sua carreira de palestrante, levando informação e inspiração para demais amantes do esporte ao redor do mundo.


 


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