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05/03/2021 às 20h53min - Atualizada em 05/03/2021 às 20h49min

S.O.S ACRE

Quatro crises que levaram o Estado à calamidade

Brenda Freire - Editado por Roanna Nunes
Arte/ Reprodução: Brenda Freire
O efeito dominó das crises no Acre evidenciou a necessidade de amparo social e econômico em regiões como a capital Rio Branco e a cidade Assis Brasil. O Estado sofre com quatro problemáticas de forma simultânea: enchentes, surto de dengue, pandemia da COVID-19 e crise migratória. É uma situação processual, justamente porque um problema gera ou agrava outro. Para que essa explicação fique mais clara, imagine que as enchentes são uma peça de dominó na vertical, presente em uma fileira formada por outras peças semelhantes. Agora entenda que, quanto mais chove, mais rios transbordam e torna-se mais difícil de manter o dominó em pé.

Segundo a Defesa Civil, alguns rios encheram muito, desabrigando ou não, cerca de 130 mil acreanos. Muitos deles tiveram suas casas invadidas pela água, ocasionando perdas materiais como de eletrodomésticos e móveis, incluindo a falta de energia elétrica e dificuldade de acesso a suprimentos básicos que sem ajuda de policiais seria mais complexo de resolver.

Retornando para a metáfora do efeito dominó, a peça "das enchentes" foi desestabilizada e derrubou a que estava próxima. Em consequência disso, ocorreu um surto de dengue com cerca de 8,6 mil casos suspeitos de contaminação na capital e no interior do Estado, o que resultou na situação de calamidade pública. O movimento dos dominós não parou e mais alguns continuaram sendo derrubados. Qual seria a próxima peça?

A pandemia da COVID-19, apesar de ter atingido o país inteiro, tem se agravado cada vez mais por conta da alta taxa de ocupação de leitos e devido à expansão de outra: a migratória. Esta, tem sido intensificada por haitianos e africanos que desejam sair do Acre através da fronteira com o Peru, em busca de oportunidades de emprego e qualidade de vida melhor, as quais não foram encontradas no Brasil em decorrência da crise econômica. A tentativa de saída dessas pessoas não foi possível, pois a passagem está fechada desde março de 2020 por conta das medidas de contenção contra o novo coronavírus. Havia muitas pessoas, dentre elas, mulheres grávidas e crianças aguardando na ponte que liga os dois países. Alguns imigrantes conseguiram invadir o país vizinho, mas os policiais peruanos entraram em conflito com eles motivando o retorno ao Brasil. Seria então, a "terceira guerra mundial", dita pelo governador do Acre, Gladson Cameli?!

Vejamos como é preocupante: sem recursos para suprir todas as demandas, diante de um sistema em colapso, compreende-se que não deve ser fácil. Entretanto, essa batalha tem grandes guerreiros: os voluntários de diversas partes do país e do próprio governo. Dentre eles, instituições como a Secretária de Estado de Assistência Social, Direitos Humanos e da Mulher (SEASDHM) e a Federação de Comércio do Acre (Fecomércio). Até mesmo o Instituto Alok e o Razões Para Acreditar, unificaram laços para levantar fundos que mobilizaram ações sociais conduzidas pelo Ministério Público do Acre (MPAC), por meio do SOS ACRE. Essa rede de solidariedade ajuda muitas famílias afetadas com essa "quadra de problemas" e é essa mesma rede, que conterá o efeito dominó. 

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