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20/03/2021 às 20h38min - Atualizada em 20/03/2021 às 20h31min

A Diminuição do consumo das revistas impressas no Brasil

Daniela Alves Silva - Editado por Roanna Nunes
Fonte/Reprodução: Google Imagens

Com a instantaneidade da internet e redes sociais a forma como as pessoas consomem e buscam informações diárias vem se transformando. O impresso já não tem a mesma força que tinha há um tempo, quando ficávamos dias esperando para comprar e ler as revistas.

Com base em dados sobre o consumo das revistas impressas no Brasil, a revista Veja perdeu 285.015 exemplares impressos e digitais. Isso equivale a uma queda de 52,2% em relação a 2019. A Época teve redução de 68.260 cópias (-43,5%) e a Exame caiu 31,9% (-26.024 exemplares). Já a revista Isto É não tem circulação auditada e não se sabe qual é a sua tiragem.

A revista Veja no passado foi uma das maiores do planeta em circulação impressa. Por muito tempo sua tiragem superou 1 milhão de exemplares por semana. Terminou 2020 com 144.141 cópias em papel, em média, por edição. A Veja também foi a publicação mais afetada no meio digital: a circulação caiu 64,4% de 2019 para 2020. Foram 212.073 exemplares a menos. Em seguida aparecem Época (-33,5%) e Exame (-24,7%).

Os dados acima são indícios claros de que a crise que afetou revistas semanais nos países desenvolvidos chegou para valer ao Brasil. A Exame, comprada pelo banco BTG Pactual por R$ 72,3 milhões em 2019, segue uma trajetória também negativa, apesar da nova gestão.
A indústria de mídia jornalística está em grande transformação. Nenhuma das edições impressas de revistas e de jornais diários tem mais de 100 mil exemplares por dia. Elas devem continuar a existir, mas de maneira reduzida.

Com a pandemia, muitas empresas de notícia tiveram que se reinventar e se reestruturar para passar por essa crise sanitária que afetou diretamente na produção do material impresso nas gráficas, responsáveis pelas tiragens. Com isso, muitas delas recorreram ao meio digital, dando uma guinada em um processo que já estava em andamento nos veículos de comunicação a partir do investimento em sua presença no meio digital.

As edições digitais das revistas impressas tem novos desafios nesse novo formato de propagação da notícia, sempre em busca de novidades, engajamento, temáticas que chamem a atenção do seu consumidor. Além disso, devem conseguir se destacar entre os outros veículos de comunicação, das redes sociais e dos blogs alternativos de notícia.

As opiniões sobre a diminuição da distribuição das revistas impressas e ascensão das revistas digitais divergem. Embora a nova forma de consumo tenha suas vantagens, ainda há quem prefira o modelo “tradicional” de publicação.

Adreine de Oliveira afirma ainda consumir revistas impressas. Ela já notou que houve uma diminuição no número de bancas últimos anos: “Acredito que seja, principalmente, por dois motivos: a falta de espaço (o meu caso), e a oferta do exemplar digital. Sempre que posso, leio sim, principalmente se a matéria da capa me chama a atenção”.

Já Mayra Santana confessa que nunca procurou versão digital das revistas. Para ela, a versão impressa ainda é a melhor: “Acredito que como eu, ainda exista um público que prefere o físico, o toque, interagir, com o papel invés de forçar a vista na tela do celular”. A leitora também atribui a queda de consumo do impresso as mudas de comportamento do consumidor na era digital: “Acredito que essa diminuição se dê, talvez a falta de estímulo e comodismo das pessoas, através das mídias sociais, redes sociais, que infelizmente são em menor número em relação aqueles que gostam de ler e se manter informados de maneira mais clássica e completa”.

As barreiras que separava o ciberespaço no qual existe o offline e o online foram quebradas já faz algum tempo. Houve um aumento considerável da presença digital das revistas e uma preparação para esse novo formato. Uma revista que utiliza todos esses mecanismos é a Capricho. Sou até suspeita para a falar, pois, é uma das revistas que mais gosto e com passar dos anos consegui observar as suas modificações e a estrutura da revista.

Ela conseguiu engajar e chamar atenção do público, usando muito bem as redes sociais como forma de marketing e aproximação com o seu público-alvo. Isso porque antigamente a edição exposta na internet era só a reprodução da revista que era vendida nas bancas. Hoje em dia isso mudou e tem sido feito um conteúdo todo voltado para o leitor que consome a informação na web, pelos canais digitais como vídeos, infográficos, lives, podcasts e entre outros.


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