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25/03/2021 às 16h27min - Atualizada em 25/03/2021 às 16h24min

Campeonato Brasileiro terá limite para troca de treinadores em 2021

Clubes só poderão fazer uma demissão ao longo do torneio; o mesmo vale para os treinadores

Felipe Sousa - editado por Anna Voloch
A regra, sugerida pela CBF, pretende diminuir a 'dança das cadeiras' entre treinadores na elite do futebol brasileiro (Foto: Divulgação/CBF)
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou, na noite da última quarta-feira (25), que o Campeonato Brasileiro da Série A deste ano passará a ter uma regra que limita a troca de treinadores pelos clubes: uma equipe só poderá ter dois técnicos ao decorrer da temporada; ao mesmo tempo, os treinadores só poderão comandar dois clubes em uma mesma edição. Na teoria, a medida pretende frear a constante troca de treinadores que ocorre entre clubes da primeira divisão.

Cada clube terá direito a apenas uma demissão por temporada. Caso haja um segundo demitido, o substituto deve ser necessariamente um profissional do clube com no mínimo seis meses de casa. Eventualmente, se a demissão for um pedido do próprio treinador, a regra não se aplica. Para os técnicos, o mecanismo é semelhante: só é permitido trabalhar em apenas dois clubes na mesma edição e pedir demissão uma vez. Se o treinador deixar dois times no mesmo campeonato, não poderá assumir outro clube na Série A até o fim do torneio.

A regra foi uma sugestão do presidente da CBF, Rogério Caboclo, que tentou, sem sucesso, incluí-la nas edições anteriores do Brasileirão. Desta vez, foram 11 votos favoráveis e nove contrários: votaram em apoio a regra Atlético-MG, América-MG, Chapecoense, Corinthians, Fluminense, Internacional, Palmeiras, Red Bull Bragantino, São Paulo, Santos e Sport; Athletico Paranaense, Atlético-GO, Bahia, Ceará, Cuiabá, Flamengo, Fortaleza, Grêmio e Juventude se opuseram à medida.

“É um grande avanço do futebol brasileiro, que fará bem tanto aos clubes quanto aos treinadores. Vai implicar em uma relação mais madura e profissional e permitir trabalhos mais longos e consistentes. É o fim da dança das cadeiras dos técnicos no futebol brasileiro. Significa organização administrativa e planejamento financeiro”, declarou Rogério Caboclo durante a reunião virtual do Conselho Técnico da Série A que homologou a regra.

A entidade acredita estar resguardada em relação a possíveis reclamações trabalhistas sobre o assunto, que usariam o argumento de que os clubes, como empregadores, teriam o direito de contratar e demitir quantas vezes achassem necessário. A CBF avalia que técnicos devem ser tratados da mesma forma que jogadores, que também contam com um limite para troca de times no mesmo campeonato.

Esse mecanismo é usado de forma semelhante em outras ligas europeias, como na Itália, principal inspiração da regra brasileira. Na última temporada da Série A Italiana, 13 treinadores perderam o emprego; no Brasil foram 28 técnicos demitidos. Segundo levantamento do portal Espn.com.br, se a regra recém-aprovada estivesse em vigor na última edição do Brasileirão, cinco clubes teriam estourado o limite: Botafogo (quatro), Coritiba (
quatro), Goiás (três), Vasco da Gama (três) e Bahia (três). Coincidentemente, os primeiros da lista foram rebaixados para a segunda divisão. Por outro lado, apenas Atlético-MG, Ceará, Grêmio e Santos fizeram toda a campanha com o mesmo treinador.

Outra definição do Conselho Técnico da Série A foi em relação às cinco substituições por jogo, que continuarão na edição de 2021. A iniciativa, permitida pela FIFA, tem como objetivo facilitar a recuperação física dos atletas frente ao calendário apertado das competições em razão da pandemia de Covid-19.

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