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26/03/2021 às 01h42min - Atualizada em 26/03/2021 às 07h30min

Livro apresenta artistas da Semana de 22 para o público infantil

A obra ‘Colorindo a Semana de 22’ tem como objetivo tornar a arte, a ciência e a cultura acessíveis para as crianças

Bianca Nascimento - Editado por Roanna Nunes
Foto: Editora Datum

Em fevereiro de 1922 estava prestes a se encerrar uma das maiores manifestações artística-cultural, que posteriormente, traria um grande legado para a arte brasileira. Os diferentes meios de apresentações causavam ruptura às produções artísticas influenciadas pelos padrões europeus e atribuíam uma estética inovadora para a arte brasileira.

Foi a partir da magnitude do evento e da representação na atualidade, que o casal Leandro Thomaz e Mayra Correia tiveram a brilhante iniciativa de desenvolver um livro que reproduzisse as principais obras da Semana de Arte Moderna e aproximasse o evento do público infanto-juvenil.

As páginas com ilustrações compõem retratos e descrições dos artistas com análise de uma de suas obras, ajudando a criança a compreender o movimento modernista de forma lúdica e interativa. Entre uma página e outra, é oferecido atividades para as crianças se desenvolverem, se adaptarem aos cenários e a composição das cores: com lápis de cor, giz de cera, massa de modelar, cola e tesoura, conforme as propostas dos autores da época.

“Os desenhos e pinturas contribuirão para a experimentação artística, autonomia e desenvolvimento da coordenação motora”, explica Leandro.
 

Entre os artistas presentes no livro estão: Anitta Malfatti, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Mário de Andrade, Heitor Villa-Lobos, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Alfredo Volpi, os mesmos que marcaram o modernismo brasileiro.

A ideia de criação e progresso da obra teve como grande influência a vida dos filhos do casal: Rodrigo (de 7 anos) e Felipe (de 3 anos), os principais críticos do projeto que atribuíram sugestões e aprovações de artes.

“Eram nosso “departamento de testes”, sendo os responsáveis pela aprovação final de cada atividade, a dupla foi bem rigorosa. A atividade do Vicente do Rego Monteiro, por exemplo, foi uma sugestão do irmão mais velho, o Rodrigo. Ele entendeu as cores terrosas da obra do artista e sugeriu a atividade de pintar utilizando café e carvão”, diz Mayra a revista Istoé.
 
 
O casal de autores, diferentemente do que se pode imaginar, atuam em profissões distintas da arte ou literatura: Mayra é formada em enfermagem, e Leandro é geólogo. Dois mundos completamente opostos que se unem para melhorar a situação da educação brasileira e transformar a cosmovisão da arte para o público infantil.
 
“Nossas profissões são apenas uma parte do que somos. Ter visões em distintas áreas potencializa a criatividade. O que acontece é que esse geólogo e essa enfermeira se encontraram e tiveram filhos. Diante da construção da família, entendendo que o Brasil vem enfrentando desafios cuja base está relacionada com a educação, nos questionamos: que tipo de mundo deixaremos para nossas crianças?”, relata Mayra Correia em entrevista ao Correio do Povo.

A arte na infância tem uma grande importância, principalmente por ser considerada uma ferramenta de educação que estimula o desenvolvimento infantil, o aprendizado e novas habilidades. No cenário de pandemia, a arte e a cultura têm sido aliadas às outras formas de entreter as crianças, de modo que, mesmo não frequentando as escolas, elas se sintam no ambiente de aprendizado, desenvolvendo as linguagens musicais, corporal e visual.
 
“Além de ajudar no desenvolvimento cognitivo e motor, a arte tem o papel, inclusive, de auxiliar no desenvolvimento emocional. Uma vez que a arte é uma forma de expressão, quanto mais uma criança aprende a retratar seus sentimentos, mais ela se torna consciente deles. Nesse sentido, considerando o contexto de pandemia, percebemos o aumento significativo da ansiedade nas crianças, decorrentes da diminuição da interação social e da redução do espaço físico. A arte, as atividades manuais, o ambiente livre de criar surgem como um alento no meio dessa realidade”, conta Mayra.
 
O livro foi lançado pela Editora Datum, e contemplado em 2019 pelo Programa de Ação Cultural (ProAc), realização do Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Cultura, o que possibilitou o recebimento de incentivos fiscais.
 

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