26/03/2021 às 11h31min - Atualizada em 26/03/2021 às 10h57min
A mulher balzaquiana
Honoré de Balzac e a mulher de 30 anos
Karen Belém - Editado por Andrieli Torres
Fonte/Reprodução: Google Você já ouviu falar do termo “balzaquiana” ? Sua referência vem do legado do escritor francês Honoré de Balzac (1799-1850) a partir de sua obra “A mulher de 30 anos”.
Sua história é sobre Júlia, uma mulher que após viver anos de infelicidade com seu marido se apaixona novamente aos 30 anos. Balzac trouxe uma valorização dessa figura feminina, retratando a maturidade e vitalidade que elas apresentam nessa idade, uma coisa que naquele tempo era incompreensível para a sociedade e cultura da época, não condizente também com a expectativa de vida das mulheres francesas que no século 19, era de apenas 40 anos.
Apesar do termo continuar vívido até hoje, ao passar do tempo, muitas mulheres continuam no dilema de ser essa balzaquiana, a tal mulher de 30 anos. Essa expressão de Balzac trouxe um novo olhar para aquelas que passam pela definida “crise da meia-idade”, momento em que alguns indivíduos percebem que sua juventude está acabando e a idade adulta se encontra ainda mais presente.
Em sua música “Aquela dos 30" Sandy expressa a sensação de ter e viver essa idade, onde tudo ainda parece indefinido – “Tenho sonhos adolescentes, mas as costas doem, sou jovem pra ser velha e velha pra ser jovem.”
Esse período é marcado pela reflexão das escolhas da vida, mas também por uma quebra de ideias. É comum esperar que até essa idade todas as coisas que idealizou estejam acontecendo em sua vida. A frustração se encontra quando esse tempo chega e percebe que nem tudo está como pensou ou da forma planejada.
A melhor maneira de olhar para essa fase é encontrando satisfação e contentamento naquilo que já tem. Isso não significa uma ausência de objetivos ou metas, mas uma vivência presente do hoje. Olhar com alegria e orgulho para as conquistas passadas, sejam grandes ou pequenas, e com grande expectativa para o futuro, independente de idade, mas com um coração sempre aberto a novas experiências e aos tempos da vida.