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26/03/2021 às 22h36min - Atualizada em 26/03/2021 às 22h13min

Procura e adesão por cursos EAD crescem durante a pandemia do novo coronavírus

Dentre os anos de 2009 e 2018, pré-pandemia, foi registrado um aumento de 145% na procura por cursos nessa modalidade

Daiane Obolari - Editado por Ana Paula Cardoso
Daiane Obolari
O ensino a distância foi incorporado na vida dos brasileiros de forma repentina para a continuidade das aulas durante a pandemia, o que se tornou uma “nova” realidade para os estudantes. Apesar disso, o EAD teve seu primeiro registro no Brasil em 1904, sendo oferecido um curso por correspondência de datilografia. De lá pra cá, a tecnologia teve um grande avanço, o que nos permite hoje realizar as atividades que precisamos de casa. 

Em um mundo pré-pandemia, o EAD vinha também ganhando força por si só. Dentre os anos de 2009 e 2018, foi registrado um aumento de 145% na procura por cursos nessa modalidade, segundo o Mapa de Ensino Superior 2020. Outro dado interessante, é que até o ano de 2019, o Ministério da Educação (MEC) informou que existiam mais vagas disponíveis no ensino a distancia no Brasil, do que vagas presencias, totalizando 3.177 cursos ativos no país na modalidade EAD.

Em relação ao preconceito ainda sofrido pelo EAD no país, Edvar Reis diretor da Faculdade Pitágoras, da cidade de Guarapari (ES), conta que uma das coisas que a pandemia possibilitou foi essa quebra de paradigma com relação ao ensino à distância. "O EAD não é melhor ou pior, ele é mais uma possibilidade de busca por conhecimento. A pandemia gerou uma importância para o ensino remoto e não presencial muito maior do que a gente tinha antes”, conclui.

Ele ainda relata que atualmente o curso superior a distância se tornou para muitas pessoas a primeira e talvez a única opção de ensino. “Para aqueles que não têm recurso financeiro de vir até a instituição, não tem disponibilidade de estarem todos os dias aqui, para quem é mãe, pai, tem filho mais novo, o EAD possibilita várias alternativas de ensino-aprendizado, que o presencial não permite”, diz.

Com a pandemia do novo coronavírus, os alunos foram obrigados a migrar os cursos presencias para à distância, o que causou um pouco de transtorno. Para aqueles que não estavam acostumados, a adaptação foi um pouco conturbada. O aluno Lucas Vieira, relata ter sentido a mudança. “Eu tenho um pouco de dificuldade, gosto de sentar na sala, sentir o cheiro da cadeira e de ouvir o professor falar pessoalmente, então para mim foi muito difícil essa transição”.

Esse período de adaptação também foi um desafio para as instituições e professores. Edvar ressalta que foi uma mudança brusca no primeiro momento, porque eles não tinham efetivamente uma ideia de como seria e tiveram que ir se adaptando à medida que o tempo foi passando: “O EAD na concepção de plataforma de ensino não veio para concorrer com o presencial, mas para ser um algo a mais”.

As faculdades que já tinham ofertas de cursos 100% a distância conseguiram se adaptar melhor durante a necessidade da transferência dos cursos presenciais e conseguiram continuar com a mesma qualidade de ensino. Para o diretor da faculdade Pitágoras, a maior dificuldade foi fazer a adaptação das aulas práticas para o digital.

Alguns dos fatores que vem influenciando esse aumento na procura dos cursos 100% EAD são:
  •  Flexibilidade dos horários: Possibilidade de adaptar o melhor horário de estudo a rotina. Ideal para as pessoas que não tem tempo hábil de se deslocar até a unidade presencial;
  •  Oferta de cursos: Poder estudar o que deseja. Existem cidades menores onde não tem muitas faculdades e poucos cursos ofertados e o EAD possibilita esse acesso ao ensino;
  •  Valores: Os cursos têm um valor muito mais acessível que os presencias, podendo custar até 10x menos;
  •  Diploma: Dependendo da área, o diploma recebido ao final do curso é o mesmo do presencial, o que não interfere posteriormente no mercado de trabalho.

Por outro lado, existem pontos que ainda afetam a decisão de iniciar um curso nessa modalidade. Edvar expõe que: “As pessoas que nunca tiveram acesso a uma plataforma digital, ou que já tem certa idade e também não tem facilidade tecnológica, vêem o EAD um pouco mais distante e difícil de ser feito, em virtude das próprias dificuldades e limitações”

Para realizar um curso 100% EAD é necessário ter um aparelho para acessar os conteúdos e internet, um ambiente silencioso onde você possa estudar com tranquilidade e foco, além de disciplina, organização e planejamento. Ser determinado e definir horários para estudar no dia, fazem toda diferença na hora de se organizar.

 
"Requer muita sinergia do aluno. Ter tempo para se dedicar e do ponto de vista pessoal, força de vontade para conseguir um objetivo. Isso tudo conta muito para que o aluno conclua o curso com êxito, que é o que ele se propôs a cumprir durante jornada acadêmica”, destaca Edvar.

 

Referências:

UNOPAR. Descubra como surgiu o EAD e por que ele vem crescendo no Brasil. UNOPAR. 12 de fev. de 2020. Disponível em: <https://blog.unopar.com.br/historia-da-educacao-a-distancia/#:~:text=no%20ensino%20superior.-,Como%20o%20EAD%20surgiu%20no%20Brasil%3F,datil%C3%B3grafos%20por%20meio%20de%20correspond%C3%AAncias> Acesso em: 26 de mar. de 2021

DE SOUZA GABRIEL, R. Ensino à distância cresce em detrimento de cursos presenciais noturnos no Brasil. O GLOBO. 21 de mai. de 2020. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/ensino-distancia-cresce-em-detrimento-de-cursos-presenciais-noturnos-no-brasil-24438651> Acesso em: 26 de mar. de 2021


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