Em 1968, na cidade de Chicago, sede da Convenção Nacional Democrata, ativistas planejaram um protesto pacífico contra a participação de norte-americanos na Guerra do Vietnã. O que era para ser uma manifestação calma, se transformou em um confronto violento com a polícia. No ano seguinte, 8 homens foram presos e julgados pelo governo americano como os culpados de conspiração e iniciação de um motim.
Essa é a história baseada em fatos por trás do filme “Os 7 de Chicago”, que estreou em 16 de outubro de 2020 na Netflix. O longa, que é um dos favoritos da crítica deste ano, foi dirigido e roteirizado por Aaron Sorkin e contou com grandes nomes como Sacha Baron Cohen (Abbie Hoffman), Eddie Redmayne (Tom Hayden), Frank Langella (Julius Hoffman), Mark Rylance (William Kunstler) e muitos outros.
O filme recebeu 6 indicações ao Oscar 2021, que ocorrerá dia 25 desse mesmo mês. Entre elas: Melhor Roteiro Original, Melhor Canção Original com “Hear My Voice” de Celeste, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Ator Coadjuvante com Sacha Cohen e, finalmente, como Melhor Filme. “O 7 de Chicago” também fez sucesso no Globo de Ouro em fevereiro (28), quando levou o prêmio de “Melhor Roteiro em Filme”.
No início dessa obra cinematográfica, diversos grupos sociais se encaminharam para Chicago, onde ocorreria a Convenção do Partido Democrata. Abbie Hoffman (Sacha Baron Cohen), Tom Hayden (Eddie Redmayne), Jerry Rubin (Jeremy Strong), Bobby Seale (Yahya Abdul-Mateen II), David Dellinger (John Carroll Lynch), Rennie Davis (Alex Sharp II), John Froines (Daniel Flaherty) e Lee Weiner (Noah Robbins), líderes de algumas organizações políticas, se dirigiram até a cidade com o propósito de manifestar pacificamente contra a Guerra do Vietnã. Os 8 têm papéis de suma importância para o movimento por juntarem uma grande diversidade de pessoas, como hippies, mulheres, estudantes e negros.
Um ano depois, eles são intimados pela justiça a comparecer ao tribunal federal para responderem pelos crimes de conspiração e incitação da violência durante os protestos em Chicago. O julgamento, que dura mais de 5 meses, é palco de grande parte das cenas do filme e exibe momentos marcantes de parcialidade e resistência. Por conta da enorme cobertura da imprensa, os protestos receberam o bordão “O mundo inteiro está assistindo”.
Dentre os ativistas, o líder dos Panteras Negras, Bobby Seale, era o único homem negro e, após uma série de injustiças contra o próprio. Seu julgamento foi separado dos demais por não possuir um advogado para sua defesa. Dessa maneira, surge o nome do filme “Os 7 de Chicago”.
Em apenas 2 horas e 10 minutos, o filme causa uma série de reações para quem o assiste, desde risadas até revolta e indignação. Apesar de retratar um acontecimento de mais de 50 anos atrás, o filme aborda temáticas extremamente importantes e que são muito atuais, como julgamentos parciais, racismo estrutural, a perseguição da oposição e violência policial.
Durante as cenas de confronto com a polícia no decorrer dos protestos, foram exibidas, paralelamente, imagens das cenas reais desses combates que ocorreram na década de 60, tornando o filme ainda mais autêntico e emocionante.
De modo geral, “Os 7 de Chicago” é fiel aos fatos históricos e dá uma aula sobre os acontecimentos que levaram até esse famoso julgamento político. Além disso, vale a pena assistir porque o filme mostra como uma audiência pode ser influenciada e manipulada por diversos fatores, principalmente quando se trata de um grupo de resistência.
Confira o trailer de "Os 7 de Chicago" liberado pela Netflix: