Governo do Estado de São PauloO Instituto Butantan, em São Paulo, devido a grande demanda por vacinas e métodos para combater a crise na saúde ocasionada pela pandemia, está desenvolvendo a vacina Butanvac. As pesquisas começaram em março de 2020 e seguem avançando. A tecnologia utilizada na produção será semelhante ao da vacina da gripe que é produzida pelo Butantan.
Com a Butanvac, o país se tornará mais independente de importações de matérias-primas estrangeiras e poderá suprir com mais precisão as necessidades nacionais quanto à vacinação contra a covid-19. A importância em procurar alternativas a insumos importados se tornou evidente com a dificuldade na entrega de vacinas, implicando no atraso do calendário de vacinação nacional.
Mas afinal, a vacina é 100% brasileira?
Não! Mas a maior parte da produção será feita aqui. A tecnologia da vacina utiliza o vírus da doença de NewCastle, da família do sarampo, que foi desenvolvido por cientistas nos Estados Unidos na Icahn Scholl of Medicine no Mount Sinais em Nova York. Esse vírus será modificado geneticamente para "carregar" um fragmento do coronavírus dentro dele. Os vírus modificados serão colocados em ovos de galinha para se reproduzirem em larga escala, gerando a proteína S ( proteína responsável pela ligação do vírus à célula hospedeira). Em seguida, essa proteína será inativada e purificada, formando o ativo farmacêutico capaz de gerar resposta imunológica no organismo.
Em nota, após controvérsias sobre a origem da técnica usada para replicar o vírus, o Butantan destaca que "todos os processos produtivos, desde a qualificação dos ovos embrionários, inoculação, crescimento viral, processamento e purificação viral, inativação, formulação, qualificação, controle de qualidade, produção em escala, rotulagem, registro sanitário, serão realizados pelo Butantan. O que significa dizer que a vacina em desenvolvimento e que entrará em estudos clínicos é uma vacina que será produzida integralmente pelo Butantan no Brasil".
Em qual etapa está seu desenvolvimento?
Segundo o Instituto, a produção de insumos está em desenvolvimento e houve solicitação à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar em abril testes clínicos de fase 1 e 2, que dizem respeito ao teste de segurança e teste de eficácia e efeitos colaterais, respectivamente.
Dimas Covas, presidente do Butantan, estima produzir 40 milhões de doses para a população geral em julho de 2021.
