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02/04/2021 às 00h00min - Atualizada em 02/04/2021 às 00h01min

Óbitos por Covid-19 batem recorde em um dos finais de semana mais letais da pandemia

5.094 óbitos foram registrados em 48 horas - o número superou o fim de semana anterior, que era considerado o pior até então

Emily Guimarães Carvalho - Editado por Júlio Sousa
Reprodução: olhardigital.com.br
O último final de semana bateu novo recorde e foi registrado como o pior da pandemia. Em 48 horas, 5.094 óbitos por Covid-19 foram registrados em todo o Brasil. Apenas no domingo (28), 1.656 vidas foram ceifadas. Enquanto no sábado (20), a situação foi ainda mais expressiva: 3.438 mortos.

Chamada de a terceira onda, o agravante vivenciado desde fevereiro vem trazendo um aumento disparado no número de infectados e mortos, sobretudo nas últimas semanas de março. Até o presente momento (31), há 12,7 milhões de casos confirmados no Brasil e 318 mil mortos. Há também 11,1 milhões de pessoas recuperadas.

A disparada letal do último final de semana é resultado da disseminação da doença nos últimos dias. Até este fim de semana, o anterior tinha sido considerado o mais letal, com 3.728 vidas perdidas –  que havia sido o maior número em um final de semana desde agosto. Com dois finais de semana seguidos sendo os mais letais, a diferença de um para o outro, em 7 dias, foi de 1.366 mortes a mais.

O número de vacinados até então não tem sido suficiente para controlar os avanços da doença. Até a última segunda, 16,9 milhões de pessoas haviam tomado ao menos uma dose do imunizante – pouco mais de 8% da população de 212 milhões de habitantes. A esperança é de que nos próximos meses a situação seja revertida, uma vez que, no papel, o Brasil detém 500 milhões de doses do imunizante encomendadas. O que seriam doses suficientes para alcançar toda a população com sobra.

Luiz Carlos Dias, enfermeiro há 30 anos, fala sobre a realidade atual no hospital em que trabalha e o que mudou com o agravamento da situação.

 “Não estamos mais usando o termo “linha de frente” com o número crescente de casos. Pois todos os setores do hospital são essenciais e estão mobilizados, não pararam os trabalhos: da faxina, cozinha, enfermagem, lavanderia, rouparia, costura, médicos... Enfim, é uma realidade que atinge todos os setores do hospital (...) fazendo uma super lotação, com escassez nos materiais e mão de obra, estamos trabalhando sob pressão e riscos (...)”

O profissional também comenta a respeito do sentimento que estão vivenciando:

“Trabalhamos sobrecarregados, ficamos desolados por ver os pacientes na angústia por ar, pois cai saturação, ataca principalmente os pulmões... O pior é quando não podemos fazer nada e vemos a vida se esvaindo. Mexe muito sim com o nosso emocional, ficamos abalados físico e mental convivendo com esta realidade...”

Ao finalizar, Luiz chama atenção para o fato de que parte do aumento no número de óbitos vêm do descuido da população, e reforça a necessidade de que seja feito o isolamento, uso de máscaras e álcool em gel e o distanciamento.
 
 
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