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05/05/2021 às 20h20min - Atualizada em 05/05/2021 às 20h15min

Que sentimento está escondido no seu guarda-roupa?

Não importa o motivo, todo mundo tem uma peça de roupa que está marcada na própria história.

Jéssica Natacha - Revisado por Mário Cypriano
Camiseta creme com flores vermelhas, mais conhecida como amuleto da sorte - Foto: Arquivo pessoal / Viviane Garcia

Sabe aquela peça de roupa que você não usa há tempos, mas está no seu guarda-roupa até hoje? Ela tem um significado. Muitas vezes, os objetos guardados remetem a uma lembrança tão importante na sua vida que, toda vez que o encontra na gaveta, você para por uns segundos e revive aquele momento; a sensação de prazer e felicidade faz sorrir instantaneamente; ou chorar. 
 

Há muitas maneiras de recordar essas histórias. Tem gente que prefere escrever em diários, alguns fazem livros autobiográficos e outros mantém o sentimento vivo naquela roupa ou acessório. Esse comportamento é meio instintivo. É sempre bom preservar memórias e, venhamos e convenhamos que, ao passar dos anos, o cérebro não funciona perfeitamente.
 

Seja a primeira roupa que você usou assim que saiu da maternidade, a boneca que ganhou no aniversário de cinco anos ou até mesmo o uniforme da escola que todos os seus amigos assinaram no final do ano. Todos os objetos mostram a importância que foi dada no momento em que você o ganhou. São memórias afetivas que você não quer esquecer, por isso você as guarda fisicamente.
 

A psicóloga Jéssica Fernandes explica que a relação entre o ser humano e a matéria ocorre por meio do vínculo emocional que é depositado no objeto. Isso é comprovado cientificamente, desde os primórdios, mas é um papo para outra conversa.

Jéssica cita o pediatra e psicanalista Donald Woods Winnicott, que fez um estudo sobre a relação entre a mãe e o bebê
denominado objeto transicional –, explicando como o recém-nascido ligado a mãe, durante o crescimento, vai se apegando a objetos como: cobertor, bichos de pelúcia ou paninho, apenas para suprir a ausência materna enquanto ela está fora de casa. Esse sentimento é a forma como as pessoas lidam com as chegadas e partidas.


Paninho de dormir que os bêbes carregam para todo o canto - Crédito: Elo7

As roupas entram nas superstições pessoais de cada um. A jornalista e assessora de imprensa Viviane Garcia conta um pouco sobre a peça mais marcante do seu guarda-roupa: uma camiseta creme com flores vermelhas, bem despojada, não muito social, porém, ideal para entrevistas.

 

Viviane explica que, ao usar a peça, sempre garante o emprego. Na primeira entrevista para jovem aprendiz em que estava com a camiseta, conquistou a vaga, sem fazer essa ligação. Em outra oportunidade, obteve o mesmo sucesso e, a partir daí, começou a usar a roupa propositalmente. Tornou-se o amuleto da sorte, um objeto que ao recordar, sempre traz momentos de alegrias e vitórias.
 

Talvez seja loucura dizer que tal evento foi um sucesso por conta de algo que você usou ou não, mas é incrível a maneira como a confiança e o simbolismo colocado naquele item o torna único, especial e parte de algo maior. 

 

Os trajes de identificação, os famosos uniformes, também entram na jogada. Ao se deparar com uma médica, um advogado, uma policial ou um bombeiro, as pessoas se sentem mais protegidas e automaticamente desenvolvem um sentimento de confiança. O conjunto traz credibilidade e respeito para os profissionais. Eles entendem o poder e a segurança que o uniforme carrega.

Uma policial em seu turno de trabalho - Créditos: Pixabay / Banco de imagens

Esse método de identificação também serve para os estudantes. Aquela roupa usada no desabrochar da idade – chamada adolescência –, que preferem não usar na escola (risos). O uniforme é essencial para a proteção e segurança dos alunos, seja numa excursão, ida e volta para casa ou até em casos de acidentes no percurso. Por isso, as instituições insistem no uso obrigatório da peça, que pode salvar vidas.
 

“Eu tenho uma saia preta com dois bolsos que vai até o joelho, estilo bufante, nada rente ao corpo; eu comprei há uns dois anos e ela significa muito para mim. Foi quando eu pude entender que usar roupas mais ‘femininas’ não me tirava o direito de ser quem eu sou, entende?”, relata a jornalista Milena Alves, que quando mais jovem era rotulada por algumas características masculinas. Milena ainda acrescenta: “A saia foi literalmente a primeira peça que eu comprei porque quis e me senti super bem. Eu a uso sempre que posso, seja para trabalhar ou sair com os amigos”.

Às vezes, você pode não acreditar nisso, mas uma simples peça de roupa pode transformar a vida de alguém. É uma libertação e só quem passou por isso sabe. 

Uma dica que além de inspirar, vai te ajudar a entender melhor os significados e os simbolismos no vestuário é a nova série documental da Netflix, “Histórias para Vestir”, da artista e autora Emily Spivack.

Se você chegou até aqui, já entendeu a importância que o vestuário tem na vida de cada um. Seja para recordação, amuleto da sorte ou apenas para se sentir livre, eles são únicos e especiais para todos que os guardam!


Agora, 'tá' na hora de vasculhar o seu guarda-roupa e procurar aquela peça que traz a melhor lembrança possível, ok?! Valendo!


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