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07/05/2021 às 00h22min - Atualizada em 07/05/2021 às 00h00min

Em casa e na rua, pandemia pesou para as mulheres

Heroínas de carne e osso, elas lutam para vencer o excesso de trabalho e tarefas ocasionados pelo impacto da Covid-19

Bianca Nascimento - Editado por Andrieli Torres
Foto:Reprodução/Freepik
Enquanto o ponteiro do relógio passa, a mente alarma o pensamento: "Não pode parar!". Essa é a realidade de muitas mulheres que devido ao cenário pandêmico exercem mais funções e lidam com o peso que foi colocado nos seus ombros, ainda maior do que aquele que costumavam carregar sozinhas antes da pandemia.

A rotina frenética se dividiu ao trabalho remunerado e doméstico, além dos casos em que muitas mulheres tiveram que acompanhar de perto a vida escolar e dividir a atenção com os filhos que estão estudando através das aulas remotas.

Devido a dura rotina imposta pela pandemia do coronavírus, o tempo ficou curto para conciliar todos os trabalhos. As 24 horas do dia já não são o suficiente para o excesso de tarefas que precisam ser exercidas.  

“Eu não consigo achar tempo. Tenho que catar o tempo para fazer alguma outra coisa. O que eu queria que mudasse era isto: que eu conseguisse ter tempo para fazer mais coisas.” (Moradora de Heliópolis, 40 anos);

O impacto psicológico devido à preocupação e estresse acentuou os problemas de saúde física e mental, o que tornou ainda mais difícil aguentar a sobrecarga e dar conta de tudo.

De acordo com os dados da pesquisa realizada em 2020 e conduzida pelo neuropsicólogo Antônio de Pádua Serafim, do IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP) entre as três mil voluntárias que foram ouvidas, 40,5% tiveram sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse.

As condições sociais em que vivem são fatores a causar esses malefícios. As mulheres mais vulneráveis buscam colocar comida na mesa, enfrentam grandes filas embaixo do sol escaldante para serem beneficiadas por projetos e ganharem doações. As que continuaram trabalhando de forma presencial enfrentam os ônibus lotados mesmo com medo de serem contaminadas pelo vírus, com o objetivo maior que é colocar comida na mesa.

 
Cada vez mais não há tempo para si mesmas, o excesso físico e emocional é um alerta quando o cansaço do corpo quer ceder. Mediante a isso, continuam a seguir em frente de cabeça erguida, com garra e vontade de vencer mais uma luta, como as diversas que foram conquistadas no decorrer da história. 

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