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15/05/2021 às 12h13min - Atualizada em 15/05/2021 às 12h01min

Danos da separação

"Pequena Coreografia do Adeus" expõe fragilidade de filhos após ruptura familiar

Letícia Pessôa - Editado por Andrieli Torres
Foto: Reprodução/Google
No marcador aparece “positivo”. O casal está realizando o desejo de construir sua família. O bebê nasce. Anos depois vem a separação e as preocupações de como a decisão afetará a vida do filho em comum.
 
Optar pela separação é uma decisão difícil na vida de qualquer casal, mas quando existe um fruto dessa relação no meio da história os cuidados devem ser redobrados na hora de tomar decisões a cerca da vida desta criança ou adolescente.
 
Alguns pais recorrem à psicólogos para que a separação não seja dolorosa para seus filhos. E quando o divórcio ocorre após anos de brigas e desentendimentos? Como essa situação vai impactar na vida dos filhos adultos e que traumas eles terão que enfrentar?
 
Os traumas que filhos criados em lares com constantes desentendimentos é apresentado no livro "Pequena Coreografia do Adeus", da autora paulistana Aline Bei. Em seu segundo livro, a autora traz a reflexão sobre os conflitos de uma jovem que lida com o impacto do ambiente repleto de brigas que seus pais a criaram e o peso do divórcio deles:

Julia é filha de pais separados: sua mãe não suporta a ideia de ter sido abandonada pelo marido, enquanto seu pai não aguenta a ideia de ter sido casado. Sufocada por uma atmosfera de brigas constantes e falta de afeto, a jovem escritora tenta reconhecer sua individualidade e dar sentido à sua história, tentando se desvencilhar dos traumas familiares.

Entre lembranças da infância, adolescência, e sonhos para o futuro, Julia encontra personagens essenciais para enfrentar a solidão ao mesmo tempo que ensaia sua própria coreografia, numa sequência de movimentos de aproximação e afastamento de seus pais que lhe traz marcas indeléveis.

 
É essencial frisar que o conflito vivido pela protagonista da história é mais recorrente do que se imagina. A convivência com brigas no âmbito familiar influencia no comportamento da criança podendo se estender até a vida adulta.
 
Em uma entrevista para o portal Uol, a pesquisadora da UFPR e pós-doutora em desenvolvimento familiar, Lidia Weber falou sobre a repetição de conflitos dentro do núcleo familiar:
 
[...] se as brigas continuam, podem levar a sinais de depressão, ansiedade e outros problemas transferidos às crianças.”

Esses transtornos se prolongam até a vida adulta refletindo na sociabilidade do indivíduo e refletindo em sua vida conjugal.
 
Para amenizar os danos no emocional de seus filhos, é necessário que os pais não os incluam nos conflitos matrimoniais, que o diálogo entre eles esteja presente dentro do lar e que o apoio de profissionais especializados, se faça essencial em casos que a compreensão e tomada de decisões entre os pares se revele uma questão para o desenvolvimento da criança ou adolescente.

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