Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
08/06/2019 às 12h27min - Atualizada em 08/06/2019 às 12h27min

Universidade de São Paulo realiza workshop sobre utilização de animais em pesquisas científicas

Procuram-se alternativas para substituir o uso de animais em testes na medicina e cosméticos.

Daiana Pereira - Editado por Thalia Oliveira
Fotografia: Revista dirigida aos profissionais de saúde
Na sexta-feira, 7, a Universidade de São Paulo (USP), realizou palestras relacionadas ao uso de animais em pesquisas científicas para a medicina e abordaram ainda os métodos alternativos para testes laboratoriais. O objetivo foi demonstrar os parâmetros aceitáveis internacionalmente e os métodos inovadores no Brasil.

Atualmente são usadas células como matéria prima e ferramenta de pesquisa para produzir novas estruturas complexas e mimetizar tecidos, a fim de aproximar da realidade humana. O método In Vitro, ao contrário de In vivo, é uma alternativa com grande importância mundialmente e que já está sendo utilizada para substituição dos animais. Significa que, ao invés de testar dentro do ser vivo, é testado fora, o que impede o sofrimento do animal, por exemplo.

O professor José Mauro Granjeiro, coordenador do projeto de implantação de métodos alternativos da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAMA), diz que há uma alternativa cobiçada pela biomedicina no Brasil. Entretanto, os altos investimentos financeiros e tecnológicos ainda são uma barreira para o início de pesquisas. Esse novo método consiste no uso de esferóides para simular tecidos humanos e que visa modelos para testes In Vitro. Para isso, é necessário uma impressora 3D de tecidos. Com o aperfeiçoamento dessa técnica, seria possível a construção de órgãos funcionais. Ou seja, os animais não seriam mais necessários, já que haveriam técnicas para construção de células para as pesquisas.

Na década de 50 surgiu o sistema dos 3R’S, que consiste na (reduction) redução de seres vivos para pesquisa; (Refinement) refinação dos objetivos para reduzir o estresse e dor do animal e (replacement) substituição por métodos alternativos sempre que possível. A professora Cláudia Moure, professora de patologia do curso de medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP), destaca a importância do uso desses parâmetros para a educação de novos profissionais. Além disso, conta que o treinamento em animais é essencial, mas que devem ser usados cadáveres.

Cerca de 95% de animais usados para testes científicos são camundongos e ratos, já que se parecem muito com os seres humanos internamente, além do tamanho ser outro ponto positivo para se trabalhar. Entretanto, segundo a PEA (Projeto Esperança Animal), na Europa já não são mais usados animais para estudos em Universidades de Medicina. Na Grã-Bretanha é contra lei estudantes realizarem cirurgias em animais e nos Estados Unidos, cerca de 70% das universidades também já não usam animais vivos para fins didáticos.

No entanto, o professor José Mauro, explica que para conseguir uma mudança nesse cenário de pesquisa no Brasil é necessário haver uma boa documentação, monitoração e protocolação dos laboratórios de pesquisa; compartilhamento de análises com outros pesquisadores e usar métodos internacionalmente aceitos. Dessa forma, testes realizados no Brasil irão valer em outros países. Consequentemente, animais não serão usados para repetir testes.

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »