Ricardo Salles pediu demissão do cargo de Ministro do Meio Ambiente no último dia (23) de junho, em Brasília. Esse fato ocorreu após denúncias como a que investiga um esquema ilegal de retirada e venda de madeira no norte do país. Salles deixa o ministério após quase dois anos marcados por tensões com organizações ambientais e países estrangeiros.
A exoneração foi publicada em edição extra no Diário Oficial da União. Joaquim Álvaro Pereira Leite foi nomeado pelo presidente como novo ministro do Meio Ambiente. Joaquim era o titular da Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais, cargo que ocupava desde abril de 2020, antes sob o nome de Florestas e Desenvolvimento Sustentável.
Denúncias no Ministério do Meio Ambiente
O Ex Ministro do Meio Ambiente é investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal no último dia (19) de maio. Além de ter os sigilos bancários e fiscais quebrados. A operação Akuanduba, que investiga envolvimento de agentes públicos e empresários do ramo madeireiro em irregularidades em processos de exportação de madeiras, foi autorizada pelo ministro alexandre de Moraes, do STF. De acordo com o Jornal Nacional, aPolícia Federal suspeita de movimentações financeiras atípicas envolvendo o escritório de advocacia do qual o ministro do Meio Ambiente é sócio. A Segunda operação é a Operação Handroanthus, apura se o ex ministro impediu as investigações de uma esquema de desmatamento ilegal na Amazônia em favor de quadrilhas de madeireiros.
Em pronunciamento no Palácio do Planalto após sua exoneração, Salles disse que há uma “criminalização de opiniões e visões diferentes” no Brasil, confira :
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Ambientalistas Repercutem
O greenpeace Brasil, uma organização não governamental ambiental, repercutiu a mudança do ministro, acreditando que essa alteração não foi suficiente.
“Caiu o ministro das boiada, do agronegócio, das madeireiras, das queimadas, desmatamento, grilagem, dos garimpeiros e da exploração ilegal”, afirmou a organização.
Em nota o Observatório do Clima ressaltou que Ricardo Salles deixa um legado sombrio de dois anos de desmatamento em alta, dois recordes sucessivos de queimadas na Amazônia. “Após dois anos e meio desmontando a governança ambiental no Brasil, Ricardo de Aquino Salles finalmente pediu demissão do cargo de ministro do Meio Ambiente, que ele jamais deveria ter ocupado”, afirmou a nota. Vejanota na íntegra.
Alexandre dos Santos, ambientalista e técnico em meio ambiente, diz que as polêmicas na gestão de Ricardo Salles poderiam ser evitadas. O Brasil já foi um referência na preservação do meio ambiente, mas atualmente há muita preocupação sobre essa temática. “O atual governo está fazendo um cenário alarmante nessa questão de preservação do meio ambiente, negligenciado as poucas políticas ambientais, e congelando os recursos que ajudam na fiscalização de áreas protegidas”, destaca Alexandre.