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02/07/2021 às 17h06min - Atualizada em 02/07/2021 às 16h27min

Streamings vs Novelas: Será o fim do horário nobre?

A ascensão dos serviços de streaming tem disputado atenção com uma antiga paixão do brasileiro: as novelas.

Isabella Leandra - Revisado por Damáris Gonçalves
(Foto: Reprodução)
Não é novidade para ninguém que a novela é a grande paixão do brasileiro. Quantas vezes o país não parou para ver o último capítulo, criou amores e ódios pelos personagens, trouxe tendências e trilhas sonoras para o dia-a-dia? Contudo, já faz um tempinho que um novo “affair” tem dominado o coração da galera.

O ano de 1950 foi marcado pela chegada da televisão no Brasil, evento que revolucionou a relação do brasileiro com o audiovisual. Com isso, surgiu um novo queridinho que agora estava dentro dos lares da população: as novelas. Somando a falta de planos de distribuição do cinema brasileiro, com a praticidade de não precisar sair de casa, a televisão e as novelas passaram a fazer parte do cotidiano das famílias. Durante as refeições, nas reuniões de família e principalmente após um dia exaustivo de trabalho, a televisão sempre estava ligada com programações nos mais diversos horários e conteúdos para todos os gostos.

Desde então, o mercado da teledramaturgia tem conquistado diversos públicos. Os programas como Chiquititas, Carrossel, Rebeldes e a clássica novelinha teen Malhação conquistaram o público mais jovem, tendo grandes audiências. Passando pelas programações mais nostálgicas, temos as típicas novelas da seis, como Chocolate com Pimenta e O cravo e a Rosa. Tudo isso até chegar nas dramáticas novelas do horário nobre, tais como Avenida Brasil, Salve Jorge, Senhora do Destino, entre muitas outras. A proximidade com a vida real, as narrativas cativantes e principalmente emocionantes, bem como a forma caricata e humorística de retratar as milhares de histórias e personagens, são características importantes que fazem com que boa parte dos noveleiros se atraiam pelas tramas.

Horário Nobre vs. Streaming 

 
Em 2011, chega ao Brasil algo que, anos mais tarde, iria recalcular essa rota de amor pelas novelas, a famosa Netflix. O serviço de streaming chegou trazendo os mais diversos conteúdos de séries, filmes e documentários. Séries como Friends, Pretty Little Liars, Greys Anatomy, Modern Family e muitas outras ganharam os brasileiros, perpetuando o sucesso. De acordo com alguns entrevistados, quem antes esperava para assistir o próximo capítulo da novela, passou a preferir abrir a Netflix, Prime Video e HBO Max, escolhendo a próxima aventura no vasto “cardápio” de séries e filmes a disposição.
 
Essa versatilidade que os streamings proporcionaram ao consumidor, fez com que A TV passasse a não ser mais tão interessante, já que agora o On Demand traria uma nova forma de consumir audiovisual: a mobilidade e praticidade. Assistir o que, onde e quando quiser é realmente muito tentador e mais prático.

De acordo com Gabriel Ferreira, estudante de jornalismo e noveleiro de carteirinha, esses novos serviços colaboraram inclusive para o aumento do consumismo e imediatismo em relação às produções audiovisuais. Fernanda Rodrigues confirma, pois declara que os serviços de streaming colaboraram para o aumento do seu consumo audiovisual, principalmente durante a pandemia.

Numa última pesquisa divulgada em agosto de 2020, a Bernstein Research afirma que somente a Netflix já soma mais de 17 milhões de assinantes no país. Enquanto isso, o Prime Video conta com cerca de 10 milhões de assinantes.

Entretanto, uma velha conhecida dos noveleiros tem conseguido driblar bem essa concorrência. A Rede Globo de Televisão, ao perceber o gosto dos brasileiros pelas novelas da emissora, lançou em 2015 o seu próprio serviço streaming. Liderando o ranking com mais de 20 milhões de assinaturas, a Globoplay conseguiu unir quase todas as paixões do Brasil num único aplicativo. Isso proporcionou uma programação híbrida, já que o serviço conta com transmissão ao vivo, acesso aos programas transmitidos, além de contar com séries, filmes e e documentários exclusivos da plataforma. 

Visto a ascensão dos serviços de streaming no Brasil, assim como as estratégias das emissoras em manter a audiência nacional, cabe um questionamento: Será que ainda existe o horário nobre? Ou melhor, quem faz o horário nobre? O controle agora está na mão de todos que tem acesso a essa pluralidade de conteúdos há um click de distância. 

 

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