Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
02/07/2021 às 17h25min - Atualizada em 02/07/2021 às 16h08min

Representatividade gamer: jogos que dão visibilidade ao grupo LGBTQIA+

Em homenagem ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, a matéria traz exemplos de games que abriram portas para um grupo minoritário

Luann Motta Carvalho - Editado por Ana Terra
Antes de mais nada, uma ressalva sobre algo que já deveria estar captado em todas as mentes.

Dentro do universo audiovisual, por vários anos, um padrão social e político foi estabelecido pelas mídias. Apenas uma imagem era bem vista pela sociedade e assim, qualquer coisa que desviasse da normalidade era vista como extravagante ou uma aberração. Ou seja, apenas um discurso era repercutido e pouco eram os espaços para a representação das minorias sociais.

Nesse contexto, houve uma luta intensa para o grupo LGBTQIA+ na reinvindicação de seus direitos e na busca de representação em filmes, seriados, novelas e é claro, nos jogos. O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, comemorado no último dia 28, existe justamente para relembrar essa batalha e tudo que ainda vem pela frente para podermos alcançar um mundo mais evoluído.

Portanto, essa é a importância da representatividade. Dar cara e voz para grupos que historicamente foram menosprezados pela mídia e produções.

Isso fica ainda mais simbolizado nos jogos, afinal, o universo gamer tem a fama de ser um ambiente discriminatório e que afasta muitos jogadores que não estejam enquadrados em um padrão determinado pela sociedade. No entanto, nos últimos anos, o paradigma social dos games vem sendo quebrado, felizmente, e a cobrança por maior representatividade em personagens e mais visibilidade ao assunto está crescendo.

Dito isto, em homenagem à data, confira a lista com alguns jogos - ou franquias - que abriram portas para o grupo LGBTQIA+ abaixo!
 
Gone Home


Desenvolvido e lançado pela The Fullbright Company em 2013, Gone Home é um jogo de exploração e mistério que gira em torno de Katie, protagonista do enredo, e sua família, que está ausente após o retorno da jovem para sua casa, no Oregon.

A história foi elogiada por retratar questões LGBT+ de forma bastante realista e que acabou por ser o ponto principal do caso enigmático envolvendo a família de Katie.
 
Life is Strange


O enredo premiado de Life is Strange deu visibilidade ao estúdio Dontnod Entertainment, desenvolvedora do jogo. Porém, na história do game, o relacionamento entre Max Caulfield e Chloe Price apenas dá indícios de ser algo a mais do que uma amizade – o que gerou controvérsias envolvendo queerbaiting.

No entanto, veio a prequel Before the Storm nas mãos de outra desenvolvedora, a Deck Nine. Nessa trama, a relação entre Chloe e Rachel Amber (que também se mostrou ambígua na história principal) é bem mais explícita e deu mais opções de escolha ao jogador nessa questão.

Além disso, Life is Strange também apresenta várias personagens femininas que fogem do estereótipo sexista, que foi reproduzido por vários anos pela indústria gamer.

Tell Me Why


Mais um título da Dontnod Entertainment. Tell Me Why traz a história dos gêmeos Alyson e Tyler e que é o ponto central do enredo.

Tyler é um personagem transgênero e interpretado pelo ator August Aiden Black, que também é transgênero. A representatividade aqui é excelente, pois Tyler não é somente reduzido pela sua transexualidade.

No desenvolvimento do game, a Xbox Studios e a Dontnod contaram com a orientação da organização Aliança de Gays e Lésbicas contra a Difamação, a GLAAD. Por conta do personagem, o jogo chegou a ficar indisponível em países como China, Ucrânia, Rússia e em outras nações com leis que proíbem produções que abordam esse tema.

Overwatch


Vencedor do prêmio de Jogo do Ano em 2016 pelo The Game Awards, Overwatch foi um marco na história dos videogames e foi aclamado mundialmente. O hero shooter online possui diversos personagens de diferentes estilos e os jogadores se dividem em dois times com funções distintas dentro da equipe.

Personagem mais jovem da história e capa do jogo, Tracer é uma representante da comunidade LGBTQIA+, assim como outro personagem muito querido pelos fãs do game: o Soldado 76.

Dragon Age


Talvez esse seja o exemplo com maior diversidade na história entre todos os jogos citados. Dragon Age é um RPG desenvolvido pela Bioware, onde o jogador constrói um personagem, em meio à diversas origens possíveis, e junto de uma ordem de guerreiros, deve combater problemas que se alastram no continente de Thedas.

O jogo tem um sistema de romance evoluído. No último título da franquia, Dragon Age: Inquisition, há vários personagens que são representantes LGBTQIA+, como o mago Dorian Pavus, a elfa Sera, o qnari Iron Bull - que é pansexual - e o primeiro personagem trans desse universo: Cremisius Acclasi, conhecido como Krem.

Night in the Woods


Imagine que você decida largar a sua faculdade e resolva voltar para sua cidade natal, mas chegando lá, tudo está diferente. Essa é a premissa de Night in the Woods.

Mae Borowski é uma gata de 20 anos e que retorna para a casa dos pais, na cidade de Possum Spring. No entanto, a volta da personagem é conturbada, já que as memórias da cidade estão instáveis e suas amizades precisam ser reconstruídas, após muito tempo de separação.

No game, há vários personagens que fazem parte do grupo LGBTQIA+. O melhor amigo de Mae, o cão Gregg, namora com o urso Angus Delaney. A cabra Jackie é trans. A própria Mae é descrita como pansexual.
 
The Last of Us


Obviamente, não faltaria na lista uma das franquias mais populares dos últimos anos e que se tornou um símbolo para a comunidade LGBTQIA+.

Em uma parte da história de The Last of Us: Left Behind, a sexualidade da protagonista Ellie é revelada quando ela está em uma aventura contra infectados em um shopping abandonado junto da sua melhor amiga Riley. No local, as duas se beijam. A DLC aborda a descoberta da sexualidade na adolescência, antes de Ellie se juntar à Joel na trama principal.

Em The Last of Us: Part II, a sexualidade de Ellie está no centro do enredo e ela se relaciona com outra personagem: Dina.

REFERÊNCIAS:
ARRAZ, Lucas. “The Last of Us e jogos que ensinam o que é ser LGBTQIA+”. ENEMY, 28/06/2021. Disponível em: <https://www.theenemy.com.br/home-the-enemy/the-last-of-us-e-jogos-que-ensinam-o-que-e-ser-lgbtqia#item-list-6>. Acesso em: 29 de jun. de 2021. 
ROLIM, Marcio. “Se liga nos 10 dos melhores jogos LGBTQ para curtir na quarentena”. OBSERVATÓRIO G, 2020. Disponível em: <https://observatoriog.bol.uol.com.br/destaque/se-liga-nos-10-dos-melhores-jogos-lgbtq-para-curtir-na-quarentena>. Acesso em: 29 de jun. de 2021.
WIKIPEDIA. “Lista de jogos de videogame com personagens LGBT”. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_jogos_de_videogame_com_personagens_LGBT>. Acesso em: 29 de jun. de 2021.
Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »