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30/07/2021 às 20h21min - Atualizada em 09/07/2021 às 18h13min

Maximalista e com tom de esperança: Semana de Alta-Costura e seus principais destaques

Marcas como Chanel, Dior e Balenciaga realizaram apresentações presenciais, enquanto Iris van Herpen, Fendi e Maison Margiela exibiram suas coleções digitalmente

Flávia Pereira - Editado por Larissa Barros
Reprodução: Instagram | Dior, Schiaparelli e Balenciaga
A semana de alta-costura de outono-inverno 2021/2022 na Europa durou quatro dias, encerrando na quinta-feira (08). A temporada contou com apresentações presenciais, como a da Chanel, Dior e Balenciaga, assim como desfiles digitais de Iris van Herpen e Fendi. A estreia de Pyer Moss, foi uma das mais aguardadas, pois Kerby Jean-Raymond (fundador da marca) se tornou o primeiro estilista negro a se apresentar na temporada.

Segundo a jornalista de moda do site FFW, Camila Yahn, “o que caracteriza a alta-costura é a moda exclusiva, feita à mão, com materiais de altíssima qualidade”.

Para entender como funciona uma coleção de alta-costura e as principais tendências, as cools hunters e fundadoras da Clémentine ParisMariáh Cidral , 28 anos, Giovana Cornacchia, 34 anos, explicam os principais fundamentos. Elas relatam que as coleções são realizadas apenas pelas Maisons autorizadas, “devem seguir diversos critérios impostos pela Federation de lá Haute Couture. São apresentadas apenas duas coleções por ano e exclusivamente em Paris”.

Elas explicam que o seu processo difere de uma coleção ready-to-wear, na qual, o designer tem mais liberdade para a criação, respeitando os requisitos impostos. “É claro, são coleções que serão apenas comercializadas para poucos clientes e tudo é feito sob medida", afirmam.

Ao fazer uma análise destes desfiles, Giovana e Mariáh afirmam que a volta do maximalismo como um movimento ao minimalismo vigente nos últimos anos é uma possível tendência da semana de alta-costura.

A estreia de Pyer Moss, grife norte-americana na temporada de alta-costura na Europa, foi uma das mais aguardadas, pois o fundador da marca, Kerby Jean-Raymond, é o primeiro estilista negro a desfilar sua coleção no continente. Ele não se apresenta desde a temporada de verão 2020.

 
“O convite histórico que lhe foi feito para apresentar as suas criações durante a Paris Fashion Week vai ao encontro do seu ativismo, ao promover a inclusão dos negros americanos num espaço historicamente exclusivo. Acreditamos que designers diversos devem ser convidados para que possamos ter uma moda mais democrática” diz Mariáh e Giovana.

Falando sobre o destaque de grifes comandadas por figuras femininas nesta temporada, a criadora de conteúdo de moda do TikTok, Emanuelle Canielas, 21 anos, expõe sua opinião e afirma que esse tem sido um assunto super forte neste universo.
 
"Destacaria três mulheres: Virginie Viard, Maria Grazia Chiuri e Iris van Herpen. A Chanel e a Dior trazem uma alta-costura super clássica, que está muito ligada aos códigos da marca. E a Iris traz uma ideia de futurismo, ela carrega um outro conceito e trabalha com tecidos diferentes. São mulheres que trazem criações muito legais, de formas diferentes e que merecem muito destaque, muito mais do que realmente recebem",  ressalta a criadora de conteúdo.

Veja alguns destaques da semana de alta-costura:
 
Schiaparelli


 



A primeira a abrir os desfiles, a grife italiana, apresentou sua coleção de outono-inverno 2021/2022 inspirada na cultura espanhola. O diretor criativo, Daniel Roseberry realizou a exibição digitalmente, homenageou a fundadora, Elsa Schiaparelli e outros fundadores de grifes como Yves Saint Laurent e Jean Paul Gaultier. Peças ricas em detalhes metálicos, cores vivas, bordados e seus shapes surrealistas foram vistos através do fashion film.


Dior

 


Maria Grazia Chiuri realizou uma apresentação intimista para a sua coleção de forma presencial e com convidados restritos como: compradores, VIPs e clientes da marca. A coleção era repleta de bordados, vestidos fluidos, diversos padrões de xadrez, casacos com texturas, tweed, plumas, sedas, blusas de segunda pele em fishnet e estampa floral. E para finalizar o desfile, entrou a noiva em um vestido fluido transparente, com aplicações florais, no tom de verde e um véu cobrindo o rosto.

Balenciaga


 


O desfile mais aguardado foi um dos mais elogiados pelos críticos e amantes da moda. A Maison retornou à alta-costura depois de 53 anos sem participar da temporada, resgatando o modo tradicional de apresentar uma coleção (em uma sala cheia de cadeiras, com convidados restritos em um ambiente silencioso). Demma Gvasalia, diretor criativo da grife realizou seu desfile na antiga casa de Cristóbal Balenciaga e utilizou referências de coleções passadas para a criação da nova.

Chanel

 


Uma coleção inspirada em pintores impressionistas, a diretora criativa, Virginie Viard realizou uma apresentação presencial no jardim do Grand Palais. As peças exibidas utilizavam referências dos anos 80, cores e o queridinho da marca: tweed. A estampa floral, saias e vestidos fluidos, padrão de xadrez, plumas, a calça capri e a alfaiataria também foram destaques. E no final, a noiva com um vestido no tom rosa claro, véu curto e um laço na cabeça.

Iris van Herpen


 



A grife trouxe uma inovação e fez referências da Terra vista da Lua, com uma paraquedista “desfilando” no céu, exibindo a fluidez da coleção no final do fashion film. Os tons de branco, roxo e azul dominaram as peças que trazem características fortes da marca:  formas e camadas.

Giambattista Valli


 



Giambattista Vali trouxe uma coleção com bastante tule, drapeado em chifon, paetê, plumas, tons pastéis e vibrantes. O penteado em formato de laço foi um dos principais destaques. 

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