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16/07/2021 às 00h24min - Atualizada em 16/07/2021 às 00h09min

Como Viena, garrafas Pet e vacas estão conectadas?

Estudo realizado pela Universidade de Recursos Naturais e Ciências da Vida em Viena descobre bactéria capaz de quebrar moléculas plásticas e ampliar métodos de descarte ecológico mundial dentro do estômago de vacas.

Beatriz Macedo - Edição: Manoel Paulo

No planeta inteiro cerca de 1,4 bilhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) são produzidos por ano, estima-se que cada indivíduo produza cerca de 1,3 kg diariamente. No Brasil - quinto país no ranking mundial produtores de resíduos sólidos urbanos - 79 milhões de toneladas de RSU foram produzidas no ano de 2019, aproximadamente 13% dessa produção anual foram os famosos polímeros recicláveis - em uma linguagem não ecológica: lixo plástico.  

 

Dentro do universo de reciclagem de plásticos, existem três modos mais utilizados: a reciclagem energética, a química e a mecânica. A reciclagem química consiste no processamento de plásticos selecionados para a transformação pela despolimerização, já a energética se baseia na queima de produtos para gerar calor ou energia, por fim, a reciclagem mecânica segue uma lista de processos para que o material volte ao mercado com uma nova cara. Apesar de a maior parte dos processos nacionais serem baseados na ideologia mecânica, apenas 145 mil toneladas foram recicladas no ano de 2019, deixando o Brasil abaixo da média global de 9%, com 1,3% de reutilização.

 

A recente descoberta realizada na Universidade de Recursos Naturais e Ciências da Vida de Viena e publicada na revista “Frontiers in Bioengineering and Biotechnology"  pode mudar completamente as maneiras de descarte ecológicos conhecidas até agora. A pesquisa encontrou bactérias presentes no líquido acumulado no rúmen, parte dos órgãos responsáveis pela digestão dos ruminantes: as vacas, capazes de degradar moléculas de três tipos de poliéster: o PBAT (plástico biodegradável frequentemente usado em sacolas plásticas compostáveis);  PEF (material de base biológica feito de recursos renováveis). e PET (polímero sintético geralmente usado em tecidos e embalagens). 

 

O estudo prevê identificar quais são os microorganismos indispensáveis  para a degradação dos plásticos para a reprodução das enzimas pertencentes à eles e aplicá las em usinas de reciclagens, tornando a opção ecológica o maior potencial econômico disponível entre as indústrias

 

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