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17/07/2021 às 13h57min - Atualizada em 17/07/2021 às 14h34min

Resenha | Sex/Life, a prova de que o óbvio não é o óbvio

Através de cenas sensuais, coloridas e atraentes, a série entrega o óbvio enquanto promete algo fora da caixa

Letícia Nunes - Editado por Fernanda Simplicio
Fonte : Netflix / Reprodução : Adoro Cinema
O thriller erótico composto por oito episódios de cinquenta minutos, Sex/Life, série produzida e disponibilizada pela Netflix, usa como referência o livro escrito pela psicóloga escolar B. B. Easton, lançado em 2016 e titulado como 4 homens em 44 capítulos, para propor inovação ao gênero a partir da valorização do prazer feminino.

Feito por mãos de uma equipe composta por mulheres, e direcionado para o público feminino, a série gerou um debate que dividiu opiniões. Já que, através de cenas sensuais e coloridas, se sobressaiu o clichê de um romance conflituoso entre um triângulo, ao invés da crítica à supervalorização do sexo centralizado na satisfação masculina.



SINOPSE:
A psicóloga e dona de casa, Billie Connelly, vive confortavelmente com o seu marido, Cooper Connelly, e os dois filhos pequenos na cidade de Connecticut, Estados Unidos. No entanto, a estabilidade da vida perfeita é insuficiente e tediosa para ela que, antes de tudo, gozava grandemente da diversão, liberdade e prazer sexual.

Entre às noites de cansaço, dúvidas e frustração, Billie decide extravasar tudo em seu diário, que mais tarde, vira um compilado de contos bem detalhados referentes as aventuras sexuais intensas vividas por ela e seu ex namorado bad boy, rico e sexy, chamado Brad Simon.


Assista o vídeo-trailer da série na íntegra:


Apesar de considerar o diário uma válvula de escape, Billie percebe que, quanto mais escreve, mais apegada fica a nostalgia. Confusa com o efeito contrário ao esperado, Billie se vê ainda mais perdida após descobrir que Cooper tornou-se às escondidas, um leitor fiel do seu diário.
 

O ÓBVIO NÃO É O ÓBVIO
Segundo a autora de Sex/Life, Stacy Rukeyser, em entrevista concedida ao programa jornalístico de televisão, CNN Tonight, edição titulada Liberdade Sexual, a série tinha como intenção contemplar o prazer feminino e instigar a reflexão sobre a autonomia dos papeis sociais da mulher contemporânea.



Partindo, então, da proposta da direção e roteiro, entende-se à primeira vista que Sex/Life oferece uma narrativa que apresentará uma protagonista em uma jornada de autoconhecimento e empoderamento, enquanto alinha seus desejos e anseios à uma rotina que exige dela, diferentes funções, sendo elas as de esposa, mãe, mulher e profissional.

No entanto, a estória enche os olhos dos telespectadores de forma exemplar com cenas muito instigantes enquanto performasse e fotografia. Devido a isso, falta espaço para o protagonismo necessário da personagem, a qual caberia a responsabilidade de trazer à tona os debates que a série se propôs a fazer.



Sendo assim, a narrativa gira em torno, praticamente, de dois homens
ambos heteros top, sendo um abusivo e tóxico e o outro egocêntrico , que procuram de todas as formas conquistar o coração de Billie, que sempre se apresenta em desvantagem e em cima do muro.

Por fim, Sex/Life entregou o óbvio enquanto prometia algo fora da caixa, deixando na superficialidade as discussões sobre relacionamento, empoderamento e prazer feminino, que podiam ter sidos explorados de maneira mais direta, objetiva e madura, sem apelar para os clichês.
 
REFERÊNCIAS:
BRAZ, Rafael. "Sex/Life": série leva literatura erótica para a Netflix. A Gazeta, 26 de jun. 2021. Disponível em: < https://www.agazeta.com.br/colunas/rafael-braz/sexlife-serie-leva-literatura-erotica-para-a-netflix-0621 >. Acesso em: 17 de jul. 2021.

COLETTI, Caio. Sex/Life quer ser 50 Tons de Cinza consciente, mas tem coração conservador. Omelete, 27 de jun. 2021. Disponível em: < https://www.omelete.com.br/netflix/criticas/sex-life-netflix-critica >. Acesso em: 17 de jul. 2021.

CNN TONIGHT. Liberdade Sexual. Youtube, 28 de jun. 2021. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=5WuUTROUhyU&ab_channel=CNNTonight >. Acesso em: 17 de jun. 2021.

LIMA, Raphaela. Crítica | Sex/Life é picante, viciante e decepcionante. O Quarto Nerd, 28 de jun.2021. Disponível em: < https://oquartonerd.com.br/critica-sexlife/ >. Acesso em: 17 de jul. 2021.

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