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26/07/2021 às 20h34min - Atualizada em 26/07/2021 às 20h33min

Rayssa Leal faz história e leva medalha de prata nas Olimpíadas

Com apenas 13 anos, Rayssa Leal virou a medalhista mais jovem da história ao subir ao pódio pelo Brasil em Olimpíadas; Kelvin conquistou a prata na categoria masculina

Karina Marques - labdicasjornalismo.com
A Fadinha, Rayssa Leal, ganha medalha de prata no skate street. - Reprodução/ Foto: André Durão/ Globo Esporte
A estreia de Rayssa Leal nas Olimpíadas de Tóquio não poderia ser melhor. Ela garantiu a prata ao somar 14,64 pontos na categoria skate street e se tornou a mais jovem brasileira a participar dos jogos com apenas 13 anos e 203 dias.  A  marca anterior era Rosângela Santos, que conquistou o bronze no 4x100 do Atletismo, em 2008, com 17 anos. 

’Eu estou muito feliz, porque pude representar todas as meninas, a Pamela e a Leticia, que não se classificaram, todas as meninas do skate e do Brasil. Poder realizar meu sonho de estar aqui e ganhar uma medalha é muito gratificante. Meu sonho e sonho dos meus pais’’, disse a skatista. As colegas brasileiras não conseguiram vaga na final. Pâmela Rosa, líder do ranking mundial, ficou na décima posição da classificação das eliminatórias; passavam oito para decisão. A paulista postou foto com tornozelo inchado e disse que disputou as Olímpiadas no sacrificio. Já Letícia Bufani  foi a nona da classificação e afirmou ter sentido à pressão.

O ouro ficou com a japonesa Momiji Nishiya, também de 13 anos, que bateu a marca de 15,26 pontos;   Funa Nakayama conquistou o bronze com 14,49 pontos. 

A trajetória de Rayssa Leal: A Fadinha do Skate

Jhulia Rayssa Mendes Leal viralizou com um video na internet. Ela era uma criança que gostava de andar de skate em Imperatriz, no sudoeste do Maranhão (633 KM de São Luís). Em 2015, com apenas sete anos de idade, a jovem tentava uma manobra chamada ‘’ heelflip’’; após várias tentativas e quedas conseguiu acertar a manobra. No vídeo deste feito, Rayssa estava com uma fantasia de fada azul e foi vista por mais de cinco milhões de vezes nas redes sociais.

Tony Hawk, um dos maiores nomes do esporte, republicou o vídeo em 2015. O americano também está em Tóquio e tem acompanhado os treinos da atleta brasileira. "Há seis anos ele me apresentava pro mundo do skate compartilhando meu vídeo vestida de fadinha, hoje me filmou nas olimpíadas. Isso tudo é muito incrível, estou vivendo um sonho’’ escreveu Rayssa em uma rede social.

Desde o vídeo, Rayssa vem disputando competições pelo Brasil e pelo mundo e obteve conquistas nacionais. Antes da medalha olímpica, ela venceu o principal torneio do skate:  o Mundial de Skate Street aos 11 anos de idade. Com o título, a Fadinha se tornou a mais jovem atleta a conseguir essa vitória. Um ano depois, ela foi indicada ao Prêmio Laureus, considerado o Oscar do Esporte.  Rayssa competiu na categoria skate street, que são elementos encontrados nas ruas como corrimões, rampas, degraus e muretas.
  
POLÊMICA E DESAVENÇAS COM KELVIN 

O veto à esposa nas olimpíadas não foi apenas com o surfista Gabriel Medina. O primeiro medalhista olímpico do Brasil, Kelvin Hoefler, entrou em atrito com a Confederação Brasileira de Skate (CBS) antes da viagem ao Japão, pois ele não foi autorizado a levar sua conjuge, a fotográfa Ana Paula Negrão, as olimpíadas. Por isso, Kevin cortou relações com dirigentes da entidade e bloqueou a conta da confederação nas redes sociais. “Minha esposa é minha técnica. A gente sente falta de um técnico, e eu senti falta. Isso é fato. Mas ganhei medalha, estou no lucro. Já apagou. A gente [skatistas] nunca esteve aqui [nas Olimpíadas]. Então, esse momento é único e só quero curtir” relata Kelvin.

O número de credenciais liberadas para o evento foi menor devido ao Covid-19. Nenhum atleta foi acompanhado de treinador ou estafe particular, exceção a Rayssa Leal que foi com sua mãe. 

Após conquista da medalha de prata de Kelvin, o Brasil comemorou a primeira vitória nestas olimpíadas e na história da modalidade. No entanto, outros skatistas como Leticia Bufani e Felipe Gustavo, que também estão em Tóquio, não comemoraram em suas redes sociais a conquista da medalha.

’Estão me perguntando por que não posto o Kelvin nos meus stories. O Kelvin, pelo que vocês perceberam, ele nunca está com a gente nos rolês, ele nunca faz parte das nossas atividades por uma opção dele. Ninguém tem nada contra ele, pelo contrário, está todo mundo aqui comemorando, muito feliz que o Brasil ganhou uma medalha.", disse Bufani. "Respeito muito a história dele, mas, infelizmente, ele não gosta de estar com a gente, não se envolve nas nossas atividades. Um exemplo grande é que a CBSK, que é a confederação brasileira de skate não pode nem marcar ele, porque ele bloqueou a CBSK." completou

Leticia ainda disse em seu stories que independente de qualquer coisa, ‘’o skate é uma família’’.

Já Kelvin disse que não mantem mais amizade com a colega. ‘’Eu cresci junto com a Letícia também, a tia dela morava na rua da minha casa. Um tempo depois a gente era muito próximo, ela foi para os Estados Unidos e eu fiquei no Brasil, a gente perdeu um pouco do contato.’’ disse.

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