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30/07/2021 às 08h48min - Atualizada em 30/07/2021 às 08h35min

O corre, corre do jornalista investigativo

A obra A garota do lago, como ponte de ligação para entendermos um pouco mais sobre a vida de um repórter investigativo

Sheyla Ferraz - Editado por Talyta Brito
Reprodução/ Site Estudando Fora
       Em síntese, o livro A garota do lago tem como personagens principais - Kelsey Castle, uma repórter que foi desafiada pelo seu editor Penn Courtney a investigar a morte de uma jovem chamada Becca Eckersley. O caso chamou atenção da pequena cidade Summit Lake, que foi cenário do acontecimento.A repórter consultou fontes que conheciam a jovem, frequentou o café que ela costumava ir e que foi vista pela última vez. Além de ir à delegacia e até ao hospital para conseguir o laudo de sua morte, entre outros desafios com os quais Kelsey se deparou.
      O livro fala dos passos que a jornalista precisou dar para chegar ao final das investigações e conseguir encontrar um desfecho às interrogações sobre a morte de Becca. É impressionante a forma como narrativa da obra é capaz de prender atenção do leitor...  O jornalista investigativo assume os riscos pelo bem social. É um trabalho de denúncia, de desvendar mistérios, de trazer à tona a verdade necessária e descortinar histórias reais que valham a pena ser expostas.
       A característica marcante de um jornalista investigativo é a coragem e o olhar sempre atento. Importante que, ele (a) tenha consciência também do zelo em levar em conta os dilemas éticos na hora de escrever a matéria. Ainda que a causa seja nobre, entender os limites que precisam ser estabelecidos, pesando na balança o que levar adiante e os momentos em que é necessário desacelerar ou pisar no freio. Enfim, a cautela é muito bem-vinda e necessária na rotina de um jornalista investigativo.
               O profissional da comunicação que envereda para essa especialização lida com situações de extremo rigor sigiloso, caminho longo e paciente de apuração e checagem de fatos e muitas descobertas que cercam o caso. É como dar a cara para bater, mas de forma lúcida, com propósitos claros. O jornalista investigativo se lança e se debruça integralmente para revelar os resultados da investigação à sociedade.
 
      Na história do jornalismo, temos o clássico caso Watergate, como o um exemplo emblemático de jornalismo investigativo. Os repórteres Carl Bernstein e Bob Woodward se tornaram referência, após conseguir com maestria o fim da investigação do caso político nos EUA. O processo de apuração precisa ser rigoroso, profundo, contundente. Caso contrário, o (a) repórter aumentará as chances de falhar em sua missão. A exemplo do livro A garota do lago e do caso Watergate, aprendemos que uma única história quando em mãos para ser investigada, ela revela diversos desdobramentos, caminhos que levam a atalhos e por outras vezes, atalhos capazes de levar a um caminho inesperado também. É surpreendente!

          O jornalista não pode desistir de primeira quando estiver diante de histórias que exijam tamanha investigação. Não pode se deixar abater pelo primeiro não que receber, ou quando o caminho ficar ainda mais estreito.O repórter investigativo convive com o risco, o perigo de ser barrado e até ser processado, além de ameaças. É como caminhar descalço sobre o fogo. Porém, o que o instiga é olhar além e ter a certeza que seu trabalho não será vão porque atende a um bem coletivo, tão forte a ponto de dar um novo rumo para uma sociedade que poderia continuar com grito de ajuda abafado. A jornalista Daniela Arbex conceitua o JI como sendo “o jornalismo de qualidade, que denuncia a realidade, mas, principalmente, ajuda a transformá-la.”

 


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