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05/09/2021 às 22h08min - Atualizada em 05/09/2021 às 23h35min

HQ Sem voz : Uma História Pemour vale a pena ser lida?

Narrativa atrativa aborda temas de grande significância

Anne Santos - Editado por Fernanda Simplicio
Fonte : Bian Philippi / Reprodução : Google

Sem Voz - Uma História Pemour é uma HQ criada pelos ilustradores/escritores Bian Philippi e Richard Daniel, lançada na CCXP19 financiada via Catarse, disponível em formato eBook para compra e leitura na Amazon e Kindle Unlimited

A HQ é dividida em quatro capítulos, e inicia mostrando duas crianças argentinas admirando o céu à noite, quando se deparam com uma estrela cadente. Pablito, uma das crianças, pede um amigo à estrela. Em paralelo, em algum lugar do Sul do Brasil, uma garotinha recupera-se de uma cirurgia na garganta. Júlia tem 8 anos, adora desenhar, ler histórias e de animais. Ela mora com os pais Henrique - um design que trabalha como freelancer, e Carlos, que trabalha como agente imobiliário. 

Enquanto seus pais conversam no meio de uma algazarra de latidos de cães, Júlia está em seu quarto lendo em sua cama, quando escuta um som do lado de fora de sua janela. Ela decide conferir a origem do barulho, encontrando uma criatura exótica desacordada no parapeito da janela. Gentilmente, pega a criaturinha e a leva para o interior de seu quarto, repousando-a próxima à luz do abajur. Entrando em contato direto com a luz, desperta e começa a fazer uma dancinha feliz. Júlia se encanta, fazendo-o perceber a sua presença. Eles se encaram, então, podemos ver a reciprocidade de fascínio nos olhos daquela criatura desconhecida. 

Henrique vai dar uma averiguada na filha para saber se os latidos insistentes dos cachorros acordaram-na, deparando-se com a menina “abraçando o vento”. Ele explica que ela precisa descansar para ficar forte e bem, colocando-a de volta na cama. Despedindo-se com um beijinho na testa e uma declaração, Henrique deixa o quarto. Com a criatura na mesinha de cabeceira, recebendo a luz do abajur, Júlia tem uma ideia, pega o caderno embaixo do seu travesseiro, e escreve um nome para a criatura, mostrando-o posteriormente: Sol

A seguir, é mostrado um pouco da rotina de interação da família. Henrique é o típico pai babão, que toma conta da pequena Júlia a maior parte do tempo e é um doce de pessoa. Carlos apesar de ser robusto e ter um bigodão loiro, é um manteiga derretida. O leitor nota que Júlia cresce em um ambiente rodeado de amor e carinho. Entretanto, por causa da incerteza da recuperação da fala da filha, Henrique decide que o melhor seria transferi-la para uma escola mais preparada para a sua atual condição. Carlos, por sua vez, não sabe se é a melhor alternativa, já que Júlia ama tanto a escola quanto os amigos, sugerindo pedir a opinião da garotinha. Henrique mantém-se irredutível, alegando que era o melhor para a filha e que com um tempo ela entenderia, e que não comentasse nada sobre o assunto com a menina. O que eles não desconfiavam, era que Júlia tinha ouvido toda a conversa, chateado-se e fugido de casa no meio de uma chuva torrencial, indo direto para a escola que tanto ama. Chegando em seu destino, escala a grade, e acaba sofrendo um acidente ao assustar-se com o som de um trovão. Em paralelo, Henrique vai verificar o quarto da filha para saber se tudo estava bem, desesperando-se ao encontrar o quarto vazio, sem qualquer pista de onde a menina teria ido. Carlos acaba encontrando o caderno de desenhos, supondo para onde ela teria ido. 

Já no hospital recuperando-se de sua queda, Sol, a criaturinha mais fofa, usa seus sentimentos por Júlia para gerar uma luz intensa e curar a garotinha de lesões tão graves. Os pais de Júlia emocionam-se ao retornar ao quarto e encontrar a filha desperta e bem. O final é bem fofinho, com Henrique deixando a filha em frente à antiga escola, e posteriormente conversando com seu marido sobre a criatura que brilha, vinda das estrelas. 

A narrativa leve e descontraída da história ensina a importância da amizade e também sobre ouvirmos uns aos outros. Os pais estavam dispostos a fazer o melhor pela filha, mas esqueceram-se do mais importante: os sentimentos de Júlia. É um tema bem reflexivo, que merece servir como base na vida de cada cidadão. 

“Ter voz vai além do que saber dizer. É poder ser ouvido, chegar no coração do outro e ser entendido.” 

QUEM É SOL? 

Sol é um pemour, uma criatura vinda do espaço em busca de luz. Não tem capacidade de falar, então ele dança pra se expressar. Ama os abracinhos de Júlia e a luz que ela emana. Não se sabe se Sol conseguiu voltar às estrelas com seus companheiros pemours, porém Júlia nunca mais o viu desde o dia do hospital. 

Vindos das estrelas, os Pemours são criaturinhas feitas de luz e com corpos rochosos (a luz que sai dos seus olhos vem de dentro deles). Eles acabam parando na terra após a estrela onde vivem explodir; agora estão em busca de luz para que possam reunir energia suficiente para voltar ao espaço e encontrar um novo lar. 

VALE A PENA SER LIDA? 

Muito! A narrativa é envolvente, as ilustrações são lindas, e a interação dos personagens são emocionantes. Além disso, há várias referências “escondidas” durante a leitura dos quadrinhos. Em uma das canecas da casa temos “Meu Amigo Totoro” dos Studios Ghibli, e uma sártira ao filme “Homem-Aranha” da Marvel (“Minharanha: na casa do vizinho”) referenciado em um pôster no quarto de Júlia, além de ser o filme que os pais dela estão assistindo durante a conversa sobre a transferência da escola. 

É uma leitura gostosa, que merece muito reconhecimento.  

REFERÊNCIA : Philippi, Bian; Daniel, Richard. 2020. Sem Voz: Uma História Pemour. Brasil: Amazon.  https://www.amazon.com.br/SEM-VOZ-uma-hist%C3%B3ria-pemour-ebook/dp/B0875VQD2S/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&dchild=1&keywords=sem+voz&qid=1630782116&sr=8-1 .


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