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10/09/2021 às 13h05min - Atualizada em 10/09/2021 às 12h55min

Programa leva energia solar a comunidades ribeirinhas na Amazônia

Sistema funciona desde junho garantindo luz para 32 famílias e já planeja atender outras regiões

Isabella Baliana - Editado por Manoel Paulo

Desenvolvido pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) em parceria com a empresa Unicoba, o novo programa de pesquisa e desenvolvimento chamado “Sempre Luz” tem como objetivo levar energia solar às comunidades ribeirinhas e indígenas do Amazonas, promovendo também a difusão de um modelo de negócios para soluções energéticas sustentáveis e inovadoras. 

 

O projeto foi iniciado em junho deste ano (2021), e, embora a utilização do sistema de energia solar ainda esteja na fase piloto, este já atende 32 famílias - cerca de 100 pessoas - da comunidade ribeirinha Santa Helena do Inglês, localizada a 40 km de Manaus. Além da instalação nas unidades consumidoras de uso coletivo, como igreja, centro comunitário, escola e iluminação pública, o sistema foi instaurado também em todas as residências e propriedades privadas. 

 

Com a finalidade de analisar técnica e economicamente a implementação deste modelo de produção de energia, o programa tem como objetivo instalar mais quatro sistemas fotovoltaicos até dezembro de 2021 em outras localidades, como o Núcleo de Educação da comunidade Boa Frente, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma, em Novo Aripuanã; a comunidade do Bauana, na RDS de Uacari, em Carauari; e o Polo de Saúde na comunidade indígena Munduruku, em Borba. 

 

De acordo com os técnicos da fundação, o sistema de captação conta com 132 painéis solares, 54 baterias de lítio e 9 inversores híbridos de última geração, sendo que a central de energia solar fica em uma área aberta da comunidade. Em entrevista ao portal da instituição, o superintendente geral da FAS, Virgilio Viana, explica os benefícios da utilização do lítio, uma alternativa inovadora presente no novo sistema. 

 

“As baterias de lítio apresentam vantagens em relação à bateria de chumbo, que são largamente usadas para sistemas solares hoje. O material é menos agressivo, com maior durabilidade, segurança e a tecnologia embarcada permite o monitoramento remoto e a garantia de seu correto funcionamento. O projeto pretende avaliar e documentar esses atributos como forma de validar os benefícios na utilização dessa tecnologia”, afirma Viana.

 

Segundo Nelise Lima, supervisora da Coordenação de Gestão do Conhecimento da FAS, o projeto “Sempre Luz” nasceu também para ser uma solução efetiva para os problemas que as comunidades enfrentam com o uso de sistemas ineficientes movidos à diesel, que são poluentes e ainda apresentam alto custo de funcionamento.

 

“Essa é geralmente uma energia de má qualidade disponível em horários reduzidos e vulnerável ao funcionamento do gerador, que quando falha deixa a comunidade sem qualquer tipo de energia. A viabilidade física e econômica para o fornecimento de energia para estas comunidades através do sistema de linhões é praticamente inviável”, pontua.

 

Além disso, mesmo em regiões onde há o programa social Luz para Todos, criado pelo Governo Federal em 2003, são recorrentes as quedas de energia por causa de árvores que caem em cima da linha, demandando a vinda de uma equipa especializada e custo de manutenção muito alto, ainda mais quando se situam em locais isolados. 

 

Assim, o novo programa servirá também como uma iniciativa pioneira ao proporcionar mais praticidade e conforto aos moradores ribeirinhos ao mesmo tempo em que se diminuem as despesas financeiras e os danos à natureza. “O projeto da FAS e Unicoba servirá como base para o desenvolvimento de um modelo de negócios para soluções energéticas sustentáveis e inovadoras, que vai atender regiões remotas da Amazônia”, completa o superintendente Viana. 

 
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