Em um novo artigo de pesquisa, liderado por pesquisadores de física das faculdades norte-americanas, Stanford e Princeton, em parceria com o Google, afirmaram ter utilizado um “processador quântico” presente nos computadores quânticos do próprio Google, para observar um fascinante e curioso cristal do tempo, que já segue com oito anos de pesquisa. Trata-se de uma experiência que pode demonstrar a supremacia quântica.
E a resposta é bastante complexa e incerta, mas que cada vez está mais próximo de uma conclusão certeira. Os cristais do tempo podem vir a serem considerados uma “nova fase da matéria”, junto do sólido, líquido, gasoso e o recém chegado, o plasma. E para entender o que são os cristais do tempo, é preciso ter um pouco de conhecimento nas leis da física, mais especificamente na segunda lei, a da Termodinâmica. Todas essas fases da matéria estão em equilíbrio térmico, apenas o cristal do tempo não se encontra em equilíbrio, mas tem ordem e estabilidade perfeita; entropia. O que deixa os estudiosos e pesquisadores deslumbrados, pois o cristal do tempo consegue se distanciar da segunda lei da termodinâmica, que por si só é uma das leis mais irrefutáveis da física.
Nada mais é do que um dos componentes do computador quântico, até então sem muita utilização, cedido pelo Google para as pesquisas. E o processador é a ferramenta perfeita para replicar um sistema mecânico quântico e utilizam dos qubits, que são partículas quânticas controláveis e que podem permanecer-se em dois estados possíveis, rotulados de 0 e 1, diferentes ou iguais e ao mesmo tempo. O chip utilizado para servir como cristal do tempo, por exemplo, tem 20 qubits. Já dentro do computador quântico, os testes são feitos com “shakes”, ou batidas, que vão de baixo para cima, e de cima para baixo. Von Keyserlingk, um dos líderes da pesquisa fala que:
“Ainda não foram estudados suficientemente para afirmar que é impossível um computador comum realizar tal ato, porque ainda pode haver uma maneira de coloca-lo [processador quântico] em um comutador clássico que eu ainda não tenha pensado”.
Após os qubits passaram por esse processo, é possível observar que sua configuração não é aleatória, mas em vez disso se parece com a configuração original, ou seja, o cristal “se lembra” do seu estado inicial. Portanto, tem esse nome de cristal do tempo.
Apesar de toda a pesquisa que já percorre quase 10 anos, ainda não se sabe exatamente qual o avanço teórico proporcionado por essa descoberta, e ainda não se sabem quais serão os usos dessas tecnologias. Poderia ser usado para a computação, que ganharia todo um caráter revolucionário caso conseguissem adaptar e integrar o uso dessa nova matéria, poderia servir também para aproximar as medidas de espaço e tempo de modo mais preciso, como já se faz com os relógios atômicos. Por hora, trata-se apenas de uma demonstração do poder bruto e do potencial dos computadores quânticos.