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26/10/2021 às 21h03min - Atualizada em 26/10/2021 às 09h15min

A luxuosa era de ouro dos aviões

Com a presença de chefes renomados e lounges que lembram uma balada, as viagens de avião eram um verdadeiro show de entretenimento

Vítor Neves - Revisado por Márcia Nascimento
Passageiros desembarcando de um avião na época de 50. (Reprodução: Divulgação/ Revista Embarque)

Viajar de avião hoje em dia se tornou uma modalidade rapidamente e prática, quer dizer, se um ônibus leva quatro horas para chegar a seu destino, o avião chega em trinta minutos, sem trânsito, sem pedágios, sem pneu furado... Mas você sabia que nem sempre foi assim? Houve um tempo, em que apenas os mais afortunados tinham condições de viajar em um avião, isso porque dentro do avião não existia apenas cadeiras e passageiros, dentro dos aviões eram uma verdadeira viagem luxuosa cheia de glamour e sofisticação.

Conhecida como “era de ouro” a época de 1940 era um verdadeiro evento viajar de avião. Homens e mulheres com suas melhores roupas, locais exclusivos para o famoso “networking”, chefes renomados a bordo das aeronaves, servindo seus melhores pratos quentinhos... Chega a ser um pouquinho estranho vendo como são realizadas as viagens hoje em dia, não é mesmo?



 

No Brasil, a companhia aérea mais conhecida e famosa pelo alto nível de atendimento era a extinta Varing, que chegou a ser reconhecida em 1979 pela revista americana Air Transport World, pela sua excelência no serviço a bordo prestado pela empresa. Nesse tempo não existia nenhuma companhia aérea “meia boca”, todas operavam com um alto padrão, e até mesmo serviam uma feijoada completa para os passageiros, com direito aos melhores vinhos existem, uísques de primeira linha e etc.

“Naquela época, a experiência de voar era quase tão legal quanto visitar o destino da viagem [...] Os assentos tinham tamanho maior e as pessoas comiam mais e melhor. Mas viajar de avião era também bem mais caro do que é hoje. Não era algo que todo mundo podia fazer. Por causa disso, os passageiros recebiam um tratamento diferenciado" diz Michael Lombardi, historiador corporativo sênior da Boeing, que por sinal, tinham modelos de aviões com um lounge, remetendo a uma balada. 




Surgimento da Classe Econômica 
 

Até os anos de 1950, não existia essa história de classe econômica, executiva ou primeira classe, todos os passageiros eram tratados de maneira idêntica, com todo o luxo e conforto que as companhias entregavam. Nos anos seguintes, em uma tentativa de baratear as passagens aéreas e permitir que mais pessoas pudessem utilizar a modalidade, foi implementado uma nova classe nos voos.

Segundo a empresa holandesa KLM, a diferença não era nem em relação ao serviço prestado, mas sim no espaço da nova classe. Os bancos eram menores e um pouco mais apertados, isso porque dessa forma, haveria condições de incluir mais poltronas no avião, consequentemente, abaixando também os valores das passagens. 


Para o historiador Lombardi, na década de 70, durante uma desregulamentação no mercado de linhas aéreas comerciais nos Estados Unidos, motivou a criação de novas companhias aéreas, abaixando cada vez mais os valores e fazendo com que o glamour da viagem fosse diminuindo gradativamente. 

"Os  passageiros atualmente encaram as viagens aéreas apenas como um meio de chegar a um destino desejado. Já quase não se pensa no voo como uma experiência de entretenimento" avalia Lombardi.

As Era de Ouro nos Dias de Hoje

Mesmo com toda essa modificação nas viagens e nos próprios aviões, será mesmo que a “era de ouro” deixou mesmo de existir? Se pararmos para refletir sobre toda essa mudança, podemos perceber que ela ainda existe, de forma menos glamourosa, mas ainda presente



Hoje em dia, todo o glamour – ou parte dele – se concentrou na primeira classe de um avião, como é conhecida a área mais confortável e “requintada” de um avião. A classe executiva não fica de fora, poltronas reclináveis, confortáveis e até mesmo com separação da cabine ao lado. Refeições exclusivas e serviços diferenciados da classe econômica, que normalmente possuem poltronas menores, mais apertadas e serviços de bordo entregando barrinhas de cereais, bolacha, água ou refrigerante. A era de ouro ainda existe, de forma moderada e segregada através de status e condições financeiras.


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