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01/11/2021 às 21h52min - Atualizada em 01/11/2021 às 17h43min

A volta dos shows em meio à pandemia

Com arrecadação de R$17,6 milhões em doações durante as lives, o setor de eventos volta a receber público

Wagner Silva - Revisado por Márcia Nascimento
Fotografia durante um show. (Foto: Brenda Alcântara/Acervo JC Imagem)
Desde março de 2020 os shows foram interrompidos em todo o Brasil, devido o crescente número de infectados com COVID-19. Com a parada repentina, shows foram cancelados, agendas paralisadas e todos isolados em pró da vida. Todos os profissionais do setor de eventos tiveram que se reinventar. Desde os cantores, empresários, produtores e vários profissionais que trabalham nos bastidores, bem como profissionais que trabalham de forma indireta nos shows.

Logo que ocorreu essa paralisação, os profissionais do setor deram início entre os meses de abril e maio de 2020 as lives. Foi à forma que conseguiram continuar com os seus trabalhos, mesmo que de forma muito reduzida quando se trata de equipe. Muitos artistas conseguiram manter os seus profissionais, outros devido a dificuldades financeiras tiveram que realizar reajustes no quadro de funcionários.


Uma forma que trouxe um retorno financeiro para os artistas nesse período foi à venda de cotas de patrocínio durante as lives, assim reduzindo os prejuízos financeiros. Os eventos virtuais ajudaram através das doações muitas instituições de caridade, ONG’s e profissionais do setor que estavam sem trabalhar. Conforme conta fechada pela Associação Brasileira de Captação de Recursos (ABCR), as lives renderam R$17,6 milhões em doações. Cálculo realizado em cima de 120 apresentações virtuais.

Com a redução no número de infectados e avançando com o Plano de Convivência, foi autorizado o retorno dos shows ao ar livre em outubro de 2020. As produtoras tiveram que adequar o local do evento e também a capacidade de público de acordo com todas as medidas impostas pelos órgãos competentes. Mas em dezembro de 2020 tiveram que interromper novamente com as atividades. De acordo com as estatísticas do período, houve um crescente número de infectados e mortes com o coronavírus. E os órgãos públicos tomaram essa medida para evitar grandes aglomerações durante as festas de Natal e Ano Novo.

Mesmo com a vacinação tendo início em Janeiro de 2021, os shows só puderam voltar a ser realizados no final de Agosto. Os eventos ainda não podem ser realizados como antes da pandemia, as produtoras tem que seguir rígidos protocolos. Mas aos poucos as medidas vão se tornando cada vez mais flexíveis, pois a vacinação está avançando e cada vez mais os números de infectados e mortes estão reduzindo em todo o país.


Para o produtor de shows, Augusto Acioli, a sensação de poder voltar a produzir os eventos não podia ser melhor.
 

"Nós fomos à classe que mais sofreu nessa pandemia, fomos o primeiro a fechar e os últimos a abrir. Ainda não começamos a abrir de forma plena, estamos com alguns protocolos de reabertura de shows, mas todos com mesas e ainda com limitação de quantidade de pessoas. Mas mesmo assim já é uma felicidade poder voltar a trabalhar. E no último final de semana já realizamos dois eventos um no Parador (Recife) e outro no bairro de Maria Farinha", relata o produtor.

Acioli, ainda fala sobre medidas sanitárias que foram impostas pelo governo e se o setor vai aderir mesmo sem ser obrigatório. "Muito do que é feito na área de limpeza e higiene vai permanecer como o uso de álcool em gel e máscaras para os garçons", opina Augusto.
 

Atualmente já há uma grande flexibilização com relação aos shows em todo o Brasil. Em Pernambuco o governo acabou com a restrição de horário e ampliou a capacidade de público nos eventos e estádios de futebol. O limite no número de pessoas que era de 2,5 mil passou a ser de 5 mil e 80% da capacidade do espaço, o que for menor. Além de cumprir com todas as normas sanitárias.
 
A produtora cultural, Reni Barbosa, fala das restrições impostas pelo governo que o setor não ver a hora de flexibilizar. 
 
"Eu acho que o maior desafio para os produtores da Bahia está no aumento do número de pessoas aos eventos. E as condições que serão impostas através dos protocolos e formatos de planejamento para o carnaval de Salvador."
Reni também citou a aceitação do público com a volta dos shows. "Existe um público que tem vontade de ir aos eventos, mas devido dificuldades financeiras ainda não podem comparecer. Tem o público jovem que está frequentando mais os eventos. Tem também o público que está com vontade de ir para o evento, mas faz todas as perguntas para saber se o local de fato está atendendo a todos os protocolos. Esse último público costuma ser um publico mais maduro", comentou.

Com o setor aquecendo e a quantidade de shows aumentando, os profissionais da área estão bastante entusiasmados e esperançosos ao que tudo indica que será um retorno sem futuras pausas.
 
José Uirandé, produtor de shows e eventos, afirma que a quantidade de público nos shows está flexibilizando cada vez mais.
 
"A partir do dia 01 (Novembro), já pode fazer show com 5 mil pessoas ou 80% da capacidade, o que for menor. Uma parte do público já vai poder ficar em pé, mas com máscara. Acredito que no réveillon já vai estar praticamente normalizado."
José, também opina sobre a possibilidade do setor recuperar os prejuízos financeiros ocasionados pela pandemia. "Acredito que sim. Foi um período bastante difícil para o setor. Ficamos muito tempo parados. Mas todo mundo gosta de festa e depois de tanto tempo sem ter festas descentes, acredito que os eventos vão voltar com tudo", relata Uirandé.

Já para o cantor Anderson Ribeiro, do Samba pra Geral, é perceptível a demanda maior na agenda de shows, visto que o público já está podendo ir aos eventos.

 
"Já estamos com grandes demandas de shows e a live em minha opinião foi uma saída de criar material áudio visual que o público consumiu bem."
Apesar dessas idas e vindas do setor de eventos. Hoje todos os profissionais do ramo podem voltar aos trabalhos, gerando entretenimento e empregos diretos e indiretos.

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