Há 103 anos, a Primeira Guerra Mundial chegava ao fim com a assinatura de armistício entre a Alemanha e os Aliados Ocidentais. Após 4 anos de luta e de no mínimo 16 milhões de mortes, o mundo seria um lugar bem diferente: formação de novos países, surgimento de novas ideias, e até mesmo um novo modelo de viagem.
Visitantes reuniam-se nos campos de batalha, seja por curiosidade ou para conhecer o último local em que viveu um ente querido. Diversas agências de viagens aproveitaram a oportunidade e passaram a promover passeios guiados às áreas de conflito.
A tragédia foi de tal escala que continua a causar impacto na sociedade moderna, de maneira que turistas, ainda que distantes daqueles combatentes, queiram visitar os principais campos de batalha da Primeira Guerra Mundial para se sentirem integrantes da história.
Para quem deseja mergulhar na história através de viagens, preparamos uma lista com os principais destinos do pós-guerra:
BATALHA DE GALÍPOLLI
Com o objetivo dos Aliados de tomar o poder de Galípoli, a península situada ao noroeste da Turquia tornou-se campo de enfrentamento entre britânicos, australianos e neozelandeses contra o Império Otomano.
A batalha teve seu início no dia 25 de abril de 1915, e seu fim no dia 9 de janeiro de 1916, com a vitória dos Otomanos.
1) Anzac Cove
Em 25 de abril de 1915, os ANZACs, (Corpo do Exército da Austrália e da Nova Zelândia), com o objetivo de tomar a região, desembarcaram em um pequena enseada na península de Gaíipoli, Anzac Cove, a qual se tornaria a principal base para suas tropas.
2) Cemitério de Shrapnel Valley
O segundo maior cemitério da Comissão de Túmulos de Guerra da Comunidade (organização intergovernamental, cuja função é manter é os túmulos em homenagem aos membros do serviço militar que morreram durante guerras) registra 683 enterros pela batalha de Galípoli, dentre eles, o do Major High Quinn, que estava no comando da companhia C, 15° Batalhão da Primeira Força Imperial Australiana (AIF).
3) Museu Militar e Castelo Çimenlik em Çanakkale
Fundado no 67° aniversário da vitória naval da frota otomana em 18 de março de 1915, o museu exibe muitas peças da Primeira Guerra Mundial. Entre seus acervos estão os restos do submarino UB – 46, encarregado de patrulhar as águas ao redor de Istambul e o responsável por afundar quatro navios das tropas Aliadas.
4) Campo de Batalha em Krithia
Do dia 6 a 8 de maio de 1915, a Vila de Krithia precisou ser capturada para que os britânicos avançassem pela Península de Galípoli até os fortes que controlavam a passagem do estreito de Dardanelos. Após dias de combates caros, uma pequena quantidade do terreno foi capturada, mas os objetivos permaneceram fora de alcance.
5) Memorial dos Mártires de Çanakkale
Localizado nas duas margens do estreito que separa os continentes da Europa e da Ásia, no noroeste da Turquia, o Memorial pertence ao Parque Nacional Histórico da Península de Galípoli. Foi construído em homenagem ao serviço de cerca de 25 mil soldados turcos que lutaram na batalha de Galípoli.
BATALHA DE VERDUN
Conhecida como “máquina de picar”, a batalha travada por alemães e franceses em 1916, no noroeste da França, foi uma das mais caras e sangrentas da Primeira Guerra Mundial.
1) Bois des Caures
A posição mais ao norte da frente de Verdun, considerada uma área secundária, foi a primeira a ser atacada pelos alemães em fevereiro de 1916. Em um passeio ao campo de batalha é possível observar o posto de comando do Coronel francês Driant, e o local exato em que veio a óbito.
2) Memorial de Verdun
Construído na década de 60, em vitória na batalha francesa em Verdun, o museu relembra a vida de franceses e alemães combatentes. Dentre suas colocações que exibem mais de 2000 objetos, estão bens militares, como uniformes e canhões, e objetos que ilustram a vida na frente de combate.
3) Trincheira de Baioneta
Situado ao norte do Ossuário de Doumont, o memorial é uma homenagem aos soldados da Trincheira de Baioneta que se acredita terem sido enterrados vivos durante um bombardeio inimigo em 12 de junho de 1916.
4) Ouvrage de Thiaumont e Froideterre
Destruídas por bombardeios de artilharia durante a Batalha de Verdun, as estruturas de Thiaumont e Froideterre eram fortificadas no sistema de Rivieres.
5) Ossuário Doumont
Localizado em Doumont-Vaux na França, o Ossuário é um memorial que contém restos mortais de soldados franceses e alemães que morreram no campo de batalha durante Verdun. Restos mortais de pelo menos 130000 combatentes não identificados podem ser vistos enchendo as alcovas na parte inferior do edifício. Em frente ao monumento, fica o maior cemitério militar francês da Primeira Guerra Mundial, totalizando 16.142 túmulos.
BATALHA DE YPRES
Ypres, a cidade belga, foi palco de uma série de confrontos entre o exército alemão e os Aliados, durante a Primeira Guerra Mundial. Mais de milhão de homens foram mortos ou feridos durante a tentativa de conquista da região.
1) Museu Memorial Passchendaele 1917
Ao expor reconstruções fiéis de trincheiras alemãs e britânicas, e objetos históricos, o museu perpetua a memória eterna do terceiro conflito de Ypres, o qual resultou em quase 600000 mortos para um movimento de linha de frente de apenas 8 quilômetros.
2) Portão Menin
O momento de guerra, dedicado aos soldados britânicos e da Commonwealth que morreram na batalha de Ypres na Primeira Guerra Mundial, marca o ponto de partida para uma das principais vias de saída da cidade que levava soldados aliados à primeira linha.
3) Tyne Cot
O maior cemitério da Comissão de Túmulos de Guerra da Commonwealth (CWGC) pertence ao sepultamento de 11954 soldados de diversas nações que lutaram na Batalha de Ypres.
4) Cloth Hall
Durante a Primeira Guerra Mundial, Cloth Hall, grande edifício comercial de Ypres, foi destruído após a devastação pelo fogo de artilharia que devastou a cidade. Entre 1933 e 1968 o salão foi reconstruído de maneira idêntica a sua condição anterior à guerra.
5) Hill 60
O campo de batalha memorial da Primeira Guerra Mundial, a Hill 60 funcionava como um pequeno refúgio na orla do Saliente de Ypres, com boas vistas para os alemães, o que conferia aos francês grande tática. Os quatro anos de fogo de artilharia contínuo devastou a paisagem, formando crateras no relevo.
Referências:
BEZERRA, Juliana. Principais Batalhas da Primeira Guerra Mundial. Toda Matéria. 23 de out. 2020. Disponível em: <https://www.google.com/amp/s/www.todamateria.com.br/principais-batalhas-da-primeira-guerra-mundial/amp/>. Acesso em: 05 de nov. 2021.
MURPHY, Brian. Dark Tourism and the Michelin World War 1 Battlefield Guides. In: Journal of Franco-Irish Studies, v. 4. 2015. Technological University Dublin, Irlanda, 2015. Acesso em: 5 de nov. de 2021.