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20/11/2021 às 18h40min - Atualizada em 20/11/2021 às 18h00min

Os 20 anos de O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel: o início de uma trilogia marcante

Em 2001, a adaptação da obra de J. R. R. Tolkien dava seu pontapé inicial para conquistar o mundo do cinema através do olhar de Peter Jackson

Luann Motta Carvalho - Editado por Ana Terra

Muitas obras literárias de sucesso na história são classificadas como “inadaptáveis”. Entre várias razões para esse pensamento, pode se destacar o receio de muitos fãs sobre como o enredo de um livro poderia ser ilustrado nas telonas. Além disso, outra questão muito levantada são os exemplos de adaptações malsucedidas nas produções audiovisuais. Ou seja, não é fácil trazer um universo das leituras para o cinema.

São essas as questões que eram muito repercutidas nos anos 90 em relação aos livros de O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien. Por ser um universo rico e cheio de detalhes, muitos achavam que a história somente funcionava como uma obra literária e era considerada impossível de adaptá-la. A tentativa existiu: uma animação de 1978, dirigida por Ralph Bakshi. Apesar de dividir opiniões, o filme teve uma bilheteria de sucesso. Porém, depois disso, nunca houve uma continuação como Bakshi pretendia.

No entanto, a animação foi essencial para que o diretor neozelandês Peter Jackson iniciasse a produção da sua trilogia. Jackson se inspirou na antiga adaptação para iniciar um projeto ao lado das produtoras Fran Walsh e Philippa Boyens, no fim da década de 90. O projeto tomou corpo e a produção de O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel começou. Iniciava-se uma das maiores trilogias da história do cinema e da cultura pop.

Após alguns anos filmando todas as partes de O Senhor dos Anéis ao mesmo tempo, A Sociedade do Anel chegava aos cinemas em dezembro de 2001 para ganhar o mundo. A parte técnica do filme é uma questão para se destacar logo de cara. 
Foi possível notar a influência da animação de Ralph Bakshi, como em alguns planos e ângulos de câmera utilizados. Além disso, o Condado dos hobbits é um espetáculo tão lindo que é inevitável se sentir parte daquela fantasia e da história tão densa. A produção no país natal de Jackson foi algo certeiro e tornou o trabalho do diretor fascinante.

Como dito antes, o universo literário de Tolkien era uma missão árdua para encaixar na linguagem cinematográfica, com o filme chegando a quase quatro horas de duração em sua versão estendida. Valeu a pena. Jackson captou como ninguém a essência da obra de O Senhor dos Anéis, mesmo realizando suas mudanças pontuais, como a escolha de não representar o personagem Tom Bombadil. A construção de cenário e as paisagens de Nova Zelândia certamente ajudaram na imersão do espectador no universo de Tolkien, mas o roteiro precisou estar nesse nível de qualidade para fazer o trabalho completo. Missão cumprida com maestria por Peter Jackson, Fren Walsh e Philippa Boyens.

E não podemos deixar de destacar a escolha do elenco. Alguns atores ganharam fama com o lançamento de A Sociedade do Anel, dentre eles Elijah Wood, Orlando Bloom, Viggo Mortensen, Sean Astin e Sean Bean. Por outro lado, também tivemos nomes que já eram mais conhecidos do público, como Ian McKellen, Cate Blanchett, Christopher Lee e Ian Holm.

A história nós já conhecemos. Frodo Bolseiro é um hobbit do Condado que é encarregado da missão de levar o Um Anel até a Montanha da Perdição, onde o objeto foi forjado, e impedir que Sauron retorne para dominar a Terra Média. Para essa aventura, ele vai contar com a ajuda da Sociedade do Anel, que inclue seres de várias raças: os hobbits Sam, Merry e Pippin, o mago Gandalf, o anão Gimli, o elfo Legolas e os homens Aragorn e Boromir. Com isso, em meio à envolvente trilha sonora de Howard Shore, nós vamos conhecendo a personalidade de cada membro da Sociedade e o companheirismo que os une em torno de um único objetivo – mesmo o ato de traição de um deles é transformado em redenção logo depois.

No momento em que Frodo percebe o perigo que o anel poderia trazer para essa união da Sociedade, ele decide partir sozinho para Mordor, mas não sem seu maior companheiro, o fiel Samwise Gamgee. É dessa forma que Jackson consegue brilhantemente terminar um arco e deixar a história perfeitamente construída para o que viria a seguir. A Sociedade do Anel estava teoricamente desfeita, mas a prática do objetivo continuou.

Dessa forma, estava concluída a brilhante primeira parte de uma grande aventura cinematográfica. O desafio estava superado. A “obra inadaptável” estava devidamente apresentada como a história de Tolkien merecia. É por esse motivo que A Sociedade do Anel e toda a trilogia de O Senhor dos Anéis continua fazendo um grande sucesso, 20 anos depois. Simplesmente uma aula para as adaptações de obras originais.

Temos mais vindo aí. Setembro de 2022 é data marcada para a nova série do universo de Tolkien no Amazon Prime e para nossa volta até a Terra Média!

REFERÊNCIAS:
FAN, Ritter. "Crítica | O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (Versão de Cinema e Versão Estendida)". PLANO CRÍTICO. Disponível em: <https://www.planocritico.com/critica-o-senhor-dos-aneis-a-sociedade-do-anel-versao-de-cinema-e-versao-estendida/>. Acesso em 18 de nov. de 2021.
GOMES, Jessika. “20 anos de “O Senhor dos Anéis” | Os melhores momentos no Deadline”. TOLKIEN TALK. Disponível em: <
https://tolkientalk.com.br/2021/08/04/20-anos-de-o-senhor-dos-aneis/>. 
Acesso em 16 de nov. de 2021.
SANTOS, Beatriz. “A Sociedade do Anel: primeiro filme da trilogia O Senhor dos Anéis completa 20 anos”. ENTRETIZEI. Disponível em: <
https://entretetizei.com.br/a-sociedade-do-anel-primeiro-filme-da-trilogia-o-senhor-dos-aneis-completa-20-anos/>. Acesso em 16 de nov. de 2021
SANTOS, PH. “O SENHOR DOS ANÉIS - 20 anos depois (A Sociedade do Anel)”. PH SANTOS. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=mYyjK0BHaTA>. Acesso em 16 de nov. de 2021.
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