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26/11/2021 às 09h36min - Atualizada em 26/11/2021 às 09h19min

Não sei o que o amanhã trará: Fernando Pessoa está vivo

“Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”.

Letícia Franck - Editado por Andrieli Torres
As muitas faces de Fernando Pessoa. -arte divulgação-
A frase escrita na cama do hospital, em inglês, com a data de 29 de Novembro de 1935, dizia o seguinte: “I know not what tomorrow will bring”. A tradução está no título deste texto. O que trouxe a Fernando Pessoa, não temos como saber; mas a nós: saudade, lembrança e a certeza de que, assim como cantou Barão Vermelho, “o poeta está vivo”.

Lado a lado com Luís de Camões, Pessoa é considerado -até hoje- o maior poeta da língua portuguesa e um dos maiores da literatura universal. Sua obra, segundo críticos, pode ser vista como um verdadeiro legado ao mundo.

Nascido dia 13 de junho de1888, Fernando António Nogueira Pessoa chegou ao mundo na capital de Portugal - Lisboa. Lá, ele construiu uma verdadeira muralha que fortaleceu todos os seus escritos e permaneceu construindo grandes ideias. Foi também na cidade mais populosa daquele país que aos 47 anos, vítima de uma cirrose hepática, nosso estimado e querido poeta foi escrever no céu.

O homem dos heterônimos figurou como Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Isso para citar somente os mais conhecidos. Além de poeta, Pessoa foi um exímio criador de personagens; afinal, quem não conhece as tantas faces e alma nua daquele que conquistou gerações? “Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!”. E você foi, Fernando. Você foi integridade, coração, luz, inspiração e inteligência. Sua forma perspicaz de retratar o mundo será lembrado hoje, daqui três semanas ou três séculos. Você foi Tabacaria: viciou uma geração inteira de leitores. Você é insubstituível.

O texto de hoje não é para informar tanta coisa; tampouco, direcionar para algo mais embasado -a poesia é uma arte e hoje eu só quero escrever frases soltas que possam te causar nostalgia-. Conhecer Fernando Pessoa todo mundo conhece. Google está aí para provar isso. É só um click. Mas eu não sou nenhum tipo de fonte para pesquisas, apenas uma pessoa que escreve porque respira e tem ar porque escreve.

Crítico literário e político, editor, jornalista, publicitário, empresário e astrólogo. O rosto multifacetado de Fernando Pessoa estampa memórias e interliga opiniões. Um de seus mais queridos heterônimos, Álvaro de Campos, no poema “O guardador de rebanhos” dizia que não tinha ambições nem desejos, ser poeta era ambição sua e uma maneira de estar sozinho. Você nunca esteve, Pessoa. Somos até hoje, uma parte de você: seu conhecimento, seu amor à terra natal, sua história que moldou a nossa.

Obrigada, poeta. Não apenas por ter existido, mas por ter dado vida a tantos sonhos e ter seonhado tantas realidades. Você não sabia quantas almas tinha, e a cada momento mudou. Você que continuamente se sentia estranho. Você que nunca se viu, nem acabou. E de tanto ter sido, só teve alma. Quem tem alma não tem calma. E só para terminar essa paráfrase; o que você julgou que sentiu, releu e disse: “Fui eu?”. Sim, foi você. Sempre foi você.

 
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