O isolamento social estipulado em virtude do alto contágio pelo novo coronavírus irá completar dois anos, e durante esse tempo a sociedade aprende a reinventar suas rotinas: reuniões e aulas na modalidade online, compras por aplicativos e afins.
De uma hora para a outra, aqueles filmes e livros que tanto consumimos sobre o fim do mundo passaram a ter outro peso: antes enfrentávamos como algo distante, hoje, já ficamos alerta para a possibilidade.
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E em virtude desta triste realidade, repleta de perdas, a leitura têm se tornado um hábito recorrente entre os brasileiros, em específico os gêneros, ficção e fantasia: seria essa uma tentativa de escapar da realidade?
Para responder a esse e outros questionamentos, convidamos o estudante de jornalismo e redator do Lab dicas jornalismo, Gustavo Matheus, que retomou seu hábito de leitura na pandemia.
Leitura na pandemia: uma forma de escapar da realidade
Fantasia e ficção: gêneros literários que apresentam como objetivo a criação de outros mundos, como, por exemplo: uma escola de bruxos, um reino ameaçado por uma maldição, ou até mesmo um novo mundo rodeado por fadas e sereias.
As possibilidades são infinitas, podendo o mesmo leitor viver mais de uma vida em cada universo. Aparentemente, na dura realidade pandêmica, onde a cada dia perdemos mais entes queridos e nos encontramos enclausurados para a nossa segurança, ler é uma das poucas alternativas de viagem.
Sobre isso, Gustavo afirma que nessa triste realidade, a leitura de ficção e fantasia não tem servido apenas para fugir do mundo atual, mas também para compreendê-lo de outra maneira:
“Esse mundo está insuportável, mas ao menos quando a gente vai para outros com a leitura, podemos usar aquele universo para entender o nosso. Pois, acredito que temos muitas referências a nossa realidade na leitura e a partir dela, conseguimos compreender o nosso”, afirma o estudante.
Os livros de ficção/fantasia falam muito sobre o mundo real
São muitos os que afirmam que ler fantasia/ficção torna a pessoa inocente ao ponto de não querer encarar o real quando necessário. Quando, esses gêneros ajudam seus leitores a compreender seu universo por outro viés que não os noticiários.
O futuro jornalista afirma que até mesmo as leituras mais bobas, podem apresentar grandes aprendizados:
“Penso que até mesmo um livro infantil, como Pinóquio traz ensinamentos básicos para a sociedade: a ideia de que quanto mais você mente, mais seu nariz cresce é uma noção simples da realidade, onde a moral é: mentir não é bom”, conta o leitor.
Como criar o hábito da leitura?
A pandemia pode ter colocado todos em casa, mas nem por isso as demandas de ensino e trabalho diminuíram — pelo contrário —, logo, encontrar um tempo para ler pode ser desafiador. Entretanto, nosso convidado traz dicas para conquistar esse objetivo:
“Eu consigo ler quando organizo a minha rotina, não leio dois livros em apenas um dia. Mas ler algumas páginas antes de dormir já ajuda muito, assim como ler dia sim e dia não” — aconselha Gustavo.