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05/12/2021 às 13h16min - Atualizada em 05/12/2021 às 13h06min

Abertura de novas empresas em 2021

Mesmo com muitas empresas abrindo as portas na pandemia, a taxa de desemprego ainda atinge 13,5 milhões de brasileiros

João Barbosa - Editado por Ynara Mattos
Economia UOL / Agência Brasil / IBGE / FGV
EBC


Não é novidade para ninguém que a mão de obra negra é a que verdadeiramente construiu, a duras penas, diversos impérios e produziu riquezas para a comunidade branca durante séculos. Infelizmente essa é uma realidade que perdura até hoje com o racismo enraizado em diversos países ao redor do mundo. Mas de fato a sociedade negra sempre foi forte de forma física e psicológica para se manter viva e consciente em meio a tantas injustiças sofridas com o passar dos anos.

De acordo com uma pesquisa da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) realizada em 2020, a taxa de desemprego no Brasil era de 13,3% e desse número a taxa de desemprego de pretos ficou em 17,8%, de pardos, 15,4%, e de brancos, 10,4%. Os setores com as maiores taxas de desemprego são justamente os de piores salários e também onde a maioria dos trabalhadores são negros, como o comércio, serviços domésticos e áreas da construção civil.

Os dados são do IBGE e registram o número da perda de trabalhadores de cada setor:
  • Comércio: menos 2,1 milhões (-12,3%)
  • Alojamento e alimentação: menos 1,3 milhão (-25,2%)
  • Serviços domésticos: menos 1,3 milhão (-21,1%)
  • Construção: menos 1,1 milhão (-16,6)
Mesmo em meio ao cenário desfavorável de pandemia, desemprego e consequentemente crise econômica de um país até então perdido com seu governo, muitos brasileiros se reergueram, por necessidade e determinação, investindo no próprio negócio. Como foi o caso de Larissa Guedes, 20 anos, que até setembro de 2021 trabalhava como operadora de loja em uma rede de supermercados e após sair do emprego no período pandêmico decidiu investir em cursos e abrir o próprio espaço de cuidados com a pele feminina, na cidade de Vespasiano/MG.
Larissa cita os desafios do antigo emprego:

 
“Mesmo registrada em um cargo, eu fazia diversas outras coisas que não eram da minha função. Saia de casa bem cedo, ainda de madrugada para rodar Belo Horizonte inteira e só chegar em casa a noite. Fora a falta de reconhecimento por toda a mão de obra. Me desmotivava.’’

Usando o seguro-desemprego investiu no próprio negócio ao invés de voltar para o regime CLT e hoje conta com o seu estúdio que gradualmente vem suprindo suas necessidades e dá mais mobilidade para sua vida.
 
‘"Agora é outra vida, eu faço meu horário!’‘

Pesquisas do SEBRAE apontam que apenas no ano de 2020, foram abertas 626.883 micros e pequenas empresas em todo o país. Desse total, 535.126 eram microempresas (85%) e 91.757 (15%) eram empresas de pequeno porte. De acordo com o Ministério da Economia o registro dos novos microempreendedores individuais representou expansão de 8,4% em relação a 2019. Essa categoria de empresas representa cerca de 11,2 milhões de negócios ativos no país, o equivalente a 56,7% das empresas em atividade aqui no Brasil. Ainda assim, a taxa de desemprego no último trimestre de 2021 alcança 12,6%, o equivalente a 13,5 milhões de brasileiros.

Apenas com políticas públicas eficazes, e investimentos feitos com objetividade no país que poderemos ver um cenário favorável para a população brasileira, independente de classe, cor ou crença. Todos merecem emprego e dignidade, mesmo em meio a uma crise global, muito mais poderia ter sido feito para que o Brasil não estivesse afundando a cada dia.
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