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09/12/2021 às 14h54min - Atualizada em 09/12/2021 às 14h07min

A nova fórmula do clichê

Como a série "Eu nunca" se tornou referência para o novo clichê

Maria Moreira - Editado por Ana Terra
Por que algo repetitivo é bom? Apesar das críticas por mais de décadas, se tem um gênero que se mantém firme é o clichê. Mas estamos falando de qualquer clichê? Afinal, uma cena de luta se copiada repetidas vezes também se torna isso, mas aqui estamos falando do clichê adolescente, da comédia romântica, da história da menina no ensino médio, que logo vem na nossa mente um corredor de escola estadunidense. 

Porém, apesar de muitos dizerem que esse tipo de história se faz da mesma forma, nós sabemos que não é verdade. Se pegarmos o roteiro inteiro de "Ela é demais" para comparar com seu reboot desse ano, sabemos que muitas coisas que foram ditas no primeiro, não poderia passar em branco hoje como antes. Então até o igual já mudou, mas ele entendeu qual caminho tomar.

Colocar adolescentes, comédia romântica, causas sociais, empoderamento das personagens femininas, diversidade em geral é o caminho. Tanto a estrada do markentig como a estrada da conscientização, levando em conta o público alvo. O principal exemplo atual que temos é a produção original Netflix "Eu nunca". A série gira ao redor de Devi (Maitreyi Ramakrishnan), uma jovem de descendência indiana, determinada a se tornar uma garota popular em sua escola, nos Estados Unidos.

Reprodução / Netflix

Reprodução / Netflix


Bom, esses elementos voce já conhece. Mas o que fez essa produção ganhar a atenção da crítica, não ser um clichê qualquer e repetitivo? Ela trata assuntos sérios como xenofobia, homofobia, autoceitação, bullying, mas tudo de uma forma que atrae o espectador, nossa protagonista não é uma mocinha perfeita onde somente os outros aprendem com ela, na maioria das vezes Devi erra mais que todo mundo. E a série não é sobre mostrar os erros e julgá-los, e sim que todos nós estamos propensos a cometê-los e está tudo bem, contanto que nós os reparemos.

Mas nós temos tantas séries com o enredo voltado a tratar de temas sociais, por que eles não tem a mesma reputação ou por que alguns são massacrados? Pela fórmula. Não basta ter as retrancas, as palavras-chaves. Não é porquê são temas muito comentados que podem ser retratados facilmente e escritos de qualquer forma. É necessário ter a sensibilidade, estudar tais temas e colocar os óculos sociais e culturais para olhar por eles.

Principalmente saber como escrever porque aí com um bom roteiro podemos adquirir talvez uma boa direção. Pensar muito sobre quais atores vão ficar mais enquadrados com quais personagens, se eles vão se sentir confortáveis porque aí a atuação sairá mais leve. 

Então a base do clichê permance a mesma, do contrário ele não poderia ser clichê. O que aconteceu, e é necessário sempre, foi a mudança de acordo com as gerações e os novos acordos socias, nada pode permanecer parado. Saber correlacionar o novo com antigo amado pelo público, pode gerar um grande sucesso, se bem feito. 

REFERÊNCIAS

MORALES, Juliana. Luto, diversidade e mais 5 discussões da segunda temporada de Eu nunca...GUIA DO ESTUDANTE, 2021. Disponível em: <https://guiadoestudante.abril.com.br/dica-cultural/luto-diversidade-e-mais-5-discussoes-da-2a-temporada-de-eu-nunca/>. Acesso em: 9 de dezembro de 2021.
PEREIRA, Alin. Por que a série Eu nunca se tornou a mais popular da Netflix agora: reações. VIX, 2021. Disponível em: https://www.vix.com/pt/series/585571/por-que-a-serie-eu-nunca-se-tornou-a-mais-popular-da-netflix-agora-reacoes>. Acesso em: 9 de dezembro de 2021.
RODRIGUES, Mariana. Como Eu nuna... inova nos clichês de séries adolescentes? ROLLING STONE, 2021. Disponível em: https://rollingstone.uol.com.br/entretenimento/como-eu-nunca-inova-nos-cliches-de-series-adolescentes/>. Acesso em: 9 de dezembro de 2021.

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